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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Os bons morrem jovens...

"É tão estranho / os bons morrem jovens / assim parece ser / quando me lembro de você / que acabou indo embora / cedo demais."¹

Esse verso transmite a sensação sentida ontem, com a partida de uma pessoa muito alegre, que tão cedo foi ao encontro de Deus.

Perto de tantos que sentem sua partida, eu a conhecia há bem pouco tempo, apenas uns seis anos, e há pouco mais de quatro anos passei a oficialmente fazer parte da família. E desde o primeiro momento, assim como os demais dessa família que ganhei, ela me acolheu com muita alegria.

Alegre e alegradora, divertida e divertidora. Feliz, assim era o ambiente que ela estava e assim que vou sempre me lembrar dela, os encontros em família com brincadeiras ou jogos, como no último sábado, que sem querer se tornou uma pequena festa de despedida. Lembro dela fazendo os docinhos e chocolates de meu casamento, elogiados até hoje, sempre dizendo que diferente dos dela,  "por aqui" fazem os doces tudo igual com massa de leite condensado e colocam sabor. Incentivando o pessoal a dançar, a se divertir, se integrar nas festas, nos encontros, nos natais. E eu fui um felizardo por ter te presenteado no último amigo oculto de Natal.

É prima... você vai fazer falta... Não houve uma visita a Campos que não nos víssemos e "trocássemos" zoações por ser "torcedores rivais". Agora você está alegrando os anjos e convivas aí no céu, que nunca mais será o mesmo. Espere por nós, mas sem pressa. Prometemos nos esforçar bastante para ter a graça de um dia poder ir para junto do Pai e rever-te. Termos a graça, como já tens. Até no nome.

Uma imagem que para mim resume todo bom humor que sempre transmitiu é essa foto que recebi. Após meu casamento, eu em lua de mel, e você organizou uma "festinha" em minha casa e com ajuda de um lençol personificou "a gueixa campista resignada". Mesmo distante, como sempre, nos fez sorrir. E continuará fazendo, com as boas lembranças que deixou.









"(...) vai com os anjos! vai em paz.(...) lembro das tardes que passamos juntos / não é sempre mais eu sei / que você está bem agora / só que este ano / o verão acabou / cedo demais."¹


(1) Love In The Afternoon - Legião Urbana








quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Bom, mau...

Já disseram que sou bom. Que tenho um bom coração... Já me elogiaram por vários motivos, muitos que nem considero simplesmente por crer não estar fazendo nada excepcional.

Já me criticaram. Disseram que sou ruim, sou um lixo, que não presto. Já me condenaram por coisas que nunca fiz, por interpretações erradas sobre mim ou meus atos, e também por atos falhos não intencionais.

Não sou perfeito, sou sujeito a erros e acertos. Mas também não sou de todo bom, por mais que minha essência o seja. 

. Já menti, omiti, "enganei", já agi errado sabendo ser errado. Em geral nada de grande dano a outrem, mas já o fiz, em atos e palavras. Já me vinguei e me senti no direito de fazê-lo, mesmo me arrependendo depois. Não era necessário, e o prejuízo para mim quase foi bem pior. Um aprendizado de que não vale a pena vingança ou maldade, não há lucro em retribuir "na mesma moeda". Não sou santo, nem perfeito, me arrependi, mas no decorrer gostei. Doce no decorrer, com sabor bem amargo no fim, creio que deve ser sempre assim.

Já fui vitima de tudo isso também: mentiras, difamações, ataques verbais, ludibriações. E o pior já me culpei por isso, mas hoje não vejo culpados, pois foi tão fraqueza de quem o fez quanto minha de ter "aceito". Nada disso tem uma real importância se "do outro lado" a pessoa não aceita e recebe para si.

Hoje estou tranquilo. 

A quem eu tenha feito mal, mesmo que nunca tenha percebido que fi-lo, peço que aceite meu perdão. Não peço desculpa, pois se tive culpa preciso assumí-la e não que essa me seja retirada. Peço perdão, e prometo não repetir. Se o fizer, me avise, pois não percebi meu erro. 

A quem tenha me atingido de alguma forma, mesmo sem que eu tenha feito por merecer, eu perdoo. Não, não precisa de justificar. Está perdoado. 

Estou vivo, tenho saúde, uma vida abençoada. Não tenho porquê me preocupar e deixar corroer por algo que não prejudicou minha vida. Talvez a ofensa injusta que recebi tenha contribuído para que minha vida chegasse ao ponto que está hoje. Nesse caso, devo agradecer e não condenar quem o fez.

Quero paz. Estou em paz. É tudo que preciso.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Culpa

Sou culpado. Pelo menos sempre admiti sê-lo, independente da culpa, independente se existiam culpados. Quando não existiam de fato, eu era o culpado. Por que? Se para outros era mais fácil atribuir a culpa, para mim era mais fácil assumi-la.

Aparentemente, até para mim hoje, isso pode parecer uma atitude tola, mas analisando a profundidade da situação, perde-se tal característica. Ao atribuir a culpa a alguém, você procura livrar-se de todo o comprometimento com os erros cometidos, e passa tal responsabilidade para outra pessoa, mesmo que apenas em seu pensamento. Dessa forma, você perde completamente a possibilidade de corrigi-los e tentar dar um novo direcionamento para a situação. É um caminho fácil, quando o que se deseja não há pressa ou quando a "pessoa culpada" assume a culpa e busca a solução em tempo e velocidade satisfatórios.

No fim  você perde o controle da situação. Se culpar pelos erros, dá uma falsa sensação de controle da própria vida e do que acontece nele. Uma sensação utópica de que pode por conta própria resolver o problema, mesmo quando este envolve a necessária participação de outra pessoa.

Por outro lado é muito triste quando te incutem a culpa dos erros, você aceita e quando chega a hora da "culpa" pelo que deu certo, assumem para si. Então você passa a ser sempre o dono dos ônus, o responsável pelos erros e nunca aquele que acertou, pois para esse "cargo" nunca lhe passam essa "culpa".

Fui culpado. Mas não de tudo que me culpei, que me culparam. Eu me desculpei, e estou bem com isso, mesmo nunca ter aparecido quem me desculpasse. Cada um vive com sua consciência, e mesmo convencendo alguém a assumir culpas, não deixam de serem responsáveis por seus atos e a vida cobra os ajustes no devido tempo. No fim todos pagamos por nossos atos de alguma forma, mesmo que demore ou nem demos conta em vida. Após esta, nada afirmo além de minhas crenças. Para isso não peço que sejam retiradas as culpas que minhas são, peço o perdão e misericordia Divina diante de minha fraqueza diante do que sei que é errado, e minha ignorância sobre o que ainda não aprendi o certo.

Que Deus nos abençoe e guarde sempre.