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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Tendo a lua...

O ano terminando e ouço uma música antiga, que fala um pouco do que precisamos fazer para termos um ano realmente novo e diferente.



Eu hoje joguei tanta coisa fora
E vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias, gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim

Trecho perfeito para um fim de ano: Jogar coisas fora, se desapegar do passado, dos problemas que passaram, das pessoas que deixaram uma parte de si, mas que foram e devem ficar apenas como uma lembrança de dias bons ou ruins, de um aprendizado. Ficam as lembranças de tanto que se passou, tanto que se viveu. A vida continua, novos momentos vem e devem ser aproveitados ao máximo por serem únicos.


O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu
E lendo teus bilhetes, eu penso no que eu fiz
Querendo ver o mais distante sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu

O céu de Ícaro, o céu de quem sonha, tem mais poesia que o céu lógico e racional de Galileu. Lembra-se o quanto se quis voar, sem ter asas para tal. A razão e o sentimento se dividem, até o momento em que, assim como com Ícaro, as asas derretem e sem voar, com os pés no chão, se quer ver mais distante, mais adiante.

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.

A lua, observada de longe pelos homens desde os tempos em que nem sequer era possível sonhar em alcançá-la. Tão poetizada por escritores, sonhadores e amantes, merecia não a visita da rigidez estereotipada dos militares e sim de quem já flutua em sonhos e pensamentos...

E leve, flutuante seguir a vida, deixando o peso do que passou pelo caminho, guardando consigo o que é estritamente necessário: lembranças e aprendizados.

Que o novo ano seja assim: repleto de lembranças, que sejam boas e se não forem, virem aprendizados e perspectiva de dias melhores.


quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Símbolos Natalinos


No dia de Natal comemora-se o nascimento de Jesus Cristo. Na antiguidade o Natal era celebrado em várias datas diferentes, pois não se sabia com exatidão quando de fato Jesus havia nascido. Somente no século IV que o dia 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial. Na Roma Antiga era também comemorado o início do inverno. Portanto, acredita-se que haja uma relação deste fato com a oficialização da data.

As antigas comemorações de Natal costumavam durar até 12 dias, pois este foi o tempo que os três reis magos levaram para chegarem até a cidade de Belém e entregarem os presentes (ouro, mirra e incenso) ao menino Jesus. Hoje, é comum que as pessoas montem as árvores e outras decorações natalinas no começo de dezembro e desmontá-las até 12 dias após o Natal.

O Natal, como uma expressão de fé e de cultura, possui inúmeros símbolos. E é através destes que a comemoração ganha o seu significado. Muitos são os símbolos natalinos, mas apesar de serem facilmente reconhecidos em todos os lugares do mundo, nem todo mundo conhece seus verdadeiros significados.

Árvore de Natal
A árvore natalina é um dos principais símbolos – sendo mais antigo que o próprio sentido do Natal. Aproximadamente dois milênios antes do nascimento de Cristo, os povos indo-europeus já utilizavam-a com fins religiosos, pois acreditavam que elas eram uma expressão da energia de fertilidade da ‘mãe natureza’.

Simbolizando, antes de tudo, a vida, a tradição é a mais antiga da época e começou com os egípcios, que traziam galhos verdes para dentro de suas casas no dia mais curto do ano no mês de dezembro. O costume de ornamentar a árvore surgiu do hábito dos druidas, os ‘conselheiros’ decoravam velhos carvalhos com maçãs douradas para as festividades deste dia.

A primeira referência a uma ‘árvore de Natal’ é datada no século XVI. Na Alemanha, famílias ricas e pobres decoravam as árvores próximas a suas casas com papel colorido, frutas e doces. A tradição se espalhou rapidamente pela Europa e chegou aos Estados Unidos pelos colonizadores alemães. Logo, o símbolo passou a ser popular em todo mundo.

Pinheiro – a única árvore que não perde suas folhas durante todo o ano. Permanece sempre verde e viva. Usada pela primeira vez pela rainha Elizabeth, o pinheiro foi o destaque de uma grande festa de Natal da família real. Por conta dos inúmeros presentes e não podendo recebê-los todos pessoalmente, a nobre pediu que fossem depositados em baixo de uma árvore no jardim. Daí o costume, comum até os dias de hoje.

Bolas coloridas – simbolizam os frutos da ‘árvore vida’, ou seja, Jesus Cristo.

Papai Noel
A maioria dos pesquisadores afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada no Bispo Nicolau. Nascido na Turquia, o ‘homem de bom coração’ ajudava, anonimamente, pessoas que estivessem passando por dificuldades financeiras. Era comum ele passar pelas casas e deixar sacos com moedas de ouro próximas às chaminés.

A igreja católica canonizou o bispo Nicolau após inúmeras pessoas atribuírem milagres à ele. Já a sua associação com o Natal começou na Alemanha e rapidamente espalhou-se pelo mundo. Nos Estados Unidos, ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil é chamado por Papai Noel.

O esteriótipo de Papai Noel que conhecemos hoje, com roupas vermelhas e barba longa e branca foi obra do cartunista alemão Thomas Nast, apresentada na revista Harper’s Weeklys, em 1881.

Guirlanda
O adorno natalino, originalmente confeccionado com galhos de pinheiro, pode também ser feito com flores, frutas e/ou ramagens entrelaçadas, enfeites vermelhos, laços e velas. A guirlanda avisa que as festas estão chegando, além de darem as boas-vindas aos visitantes. Têm o mesmo significado de prosperidade, fertilidade e abundância que a árvore de natal.

Durante todo o mês de dezembro a guirlanda é utilizada nas casas. O uso de tal símbolo refere-se a Roma Antiga, pois para os romanos oferecer um ramo de planta significa um voto à saúde e expô-la nas portas favorece a saúde de todas as pessoas da casa.

Presentes
Existem muitas origens para este símbolo. Em uma delas é contado que São Nicolau – o mesmo que deu origem ao Papai Noel – presenteava os mais humildes no natal. Uma outra versão remete o ato de presentear entes queridos aos três reis magos, que presentearam o menino Jesus em seu nascimento. o motivo e o dia para dar presentes varia de cultura para cultura.

Os romanos, há mais de 1500 anos, tinham o costume de enviar presentes aos amigos no início do ano. Tal hábito coincidia com os festejos ao deus Janus – com duas caras ele olhava para o ano que começava e para o que terminava – daí as origens do reveillon e demais comemorações de fim de ano.

Sinos
Simboliza o respeito ao divino e representa o ponto de comunicação entre o céu e a terra. Remete também ao ambiente rural, o tempo da igreja matriz e seus sinos e toques de aviso e de convocação para a vida e para a morte.

Os sinos, durante séculos, foram utilizados para chamar as pessoas e anunciar tanto boas quanto más notícias. No mês de dezembro a boa notícia é o nascimento de Jesus Cristo.

Presépio
Um dos símbolos mais comuns no Natal dos países com uma maior concentração de católicos, é a representação do cenário onde Jesus Cristo nasceu.

A palavra presépio refere-se ao local onde o gado é colocado ao ser recolhido, ou seja, o curral. Em meados do século XIII, São Francisco de Assis fez uma pregação, em uma noite de Natal, acerca do nascimento de Jesus e com a autorização do papa decidiu montar um cenário.

A encenação apresentava o menino Jesus, Maria, José e os três reis magos em um presépio de palha rodeado por um boi e um jumento. A representação repercutiu em toda a Itália e em pouco tempo as famílias europeias da nobreza já tinham seus presépios em casa.

Vela
As velas de Natal representam a luz das estrelas que os três reis magos seguiram para encontrar o menino Jesus. Para os cristãos, as velas simbolizam o amor e a fé concedida a Deus. Há vários tamanhos e formatos, geralmente de cores vermelha ou branca.

Até a descoberta da energia elétrica há 100 anos, a vela, a lamparina e as tochas foram as principais fontes de luz. A chama dava segurança e calor, por isso na antiguidade alguns povos cultuaram o fogo como divindade.

Comidas
Natal, na maior parte do mundo cristão, significa comida. O alimento na mesa, para as sociedades antigas, era uma das formas encontradas para reverenciar a Deus e a Jesus. Geralmente, à mesa, era servido carnes de porco e de ganso – mais tarde substituído por peru e peixe. Uma série de bolos e massas fazem o acompanhamento.

Para algumas pessoas, a ceia natalina está ligada à última ceia de Jesus Cristo ao lado de seus discípulos. Porém, segundo a literatura, originou-se do antigo costume europeu de deixar as portas abertas no dia de Natal para receber viajantes e peregrinos, esses juntavam-se a família hospedeira e todos confraternizavam.

Estrela
Segundo a bíblia, assim que Jesus Cristo nasceu uma estrela surgiu no céu e anunciou a sua chegada à terra. A estrela também serviu de guia para os três Reis Magos (Baltazar, Gaspar e Melchíor) acharem o local em que Cristo nascera.

Astrólogos da Antiguidade tinham o costume de acreditar que alguns fenômenos da natureza aconteciam em razão do nascimento de um rei, motivo pelo qual teriam considerado a aparição da estrela como prelúdio do nascimento de Jesus.

Essa estrela recebeu o nome de Estrela de Belém e seu brilho intenso representaria Jesus como a luz do mundo. Hoje é lembrada pelo enfeite que é colocado no topo da árvore de Natal.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

CRÔNICA DO TEMPO - Rolando Boldrin


Pra mim, o mundo é um relógio, e o dinheiro é a mola que controla os relógios dessa vida.

Se o senhor tiver tempo pra ouvir minha historia eu começo lhe contando que toda minha vida foi um desencontro entre o tempo e as oportunidades.

Deus nosso senhor que perdoe-me a sinceridade mas até hoje não entendi porque é que pra tudo na minha vida eu sempre cheguei muito tarde ou muito cedo;

Pra começar nasci fora de tempo, sou de sete meses, e se foi cedo demais pra dar dores e tristezas a minha mãe com essa minha pressa de nascer, foi tarde de mais pra dar alegria ao meu pai coitado, ele morreu antes de me conhecer, ai começa o meu rosário com o tempo.

 Já na idade de ir pra escola foi um tormento, minha mãe coitada corria pra lá e pra cá comigo de mão dada e sempre recebendo o mesmo desengano coitada,
"Não pode dona, só pro ano que vem é cedo ainda" ou então "Tarde mais dona as matriculas já estão todas fechadas".

Com o tempo eu fui crescendo, já mocinho eu procurava emprego, porta de oficina, serviço diferente, coisa de pequena paga e aquelas palavras do tempo me seguindo, sempre acontecendo comigo como um relógio do destino, "Olha moço não tem vagas, se você tivesse sido esperto... Agora o quadro de funcionários já está completo".

Eu me lembro que até pra o amor eu me atrasei, quando pra aquela garota que eu gostava me declarei ela falou pra mim, "Você chegou tarde demais, já dei meu coração pra outro rapaz".

Mesmo assim um dia me casei e desse casamento nasceu um menino muito bonito, foi a única coisa que me chegou na hora certa, porque ele foi a porta aberta para o meu riso, riso que eu já nem sabia mais como era o jeito; dei a ele o nome de Vitorio, ia ser meu grande vingador, pra me vingar do tempo, das horas, dos relógios e até dos segundos; pra me vingar dos donos desse relógio que é o mundo, o meu grande vingador...

 Vitorio foi crescendo como pode, logo já tinha cinco anos, e a vida, o tempo como um inimigo traidor sempre me espiando, um dia meu filho adoeceu como toda criança e eu trabalhava num faz de tudo, pra nada lhe faltar, num dia só fui camelô, entregador de encomenda, jardineiro, Tudo!

E chegava em casa cansado e cheirando mal de suor, pra lhe abraçar e lhe beijar, e o coitadinho doentinho dava dó, estava sofrendo.

Então trouxe o Medico para vê-lo, que logo me disse como homem bom que era, "Corre vá logo comprar esse remédio, quem sabe com isso ele não melhora".

Como eu não tinha dinheiro para o remédio, peguei um despertador lá de casa a única coisa de valor, pensando que podia vender ele num brechó, e sai correndo muito; até hoje não entendi porque ouvi uns gritos na rua "Pega ladrão" e gente se aproximando de mim, quem sabe pensando que eu fora de fato algum ladrão, e foi soco, abordoada e quando eu pude perceber já estava de pé na frente de um delegado.

Doutor, meu filho ta doente, ta morrendo, por favor eu tenho aqui a receita olha, e supliquei já chorando e o delegado já acreditando disse ao guarda, "pega o carro" leva o moço e me dando do seu dinheiro disse, "Corre compra o remédio do seu filho". E eu fui correndo e comprei o remédio e voltei como um raio, mas como sempre na vida eu corri contra o tempo, esse covarde...

 Quando abracei meu filho foi que eu vi, mais uma vez eu tinha chegado tarde...





quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

O tempo....



A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!

 Quando de vê, já é sexta-feira!

 Quando se vê, já é natal…

 Quando se vê, já terminou o ano…

 Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.

 Quando se vê passaram 50 anos!

 Agora é tarde demais para ser reprovado…


 Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.

 Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…

 Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…

 E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.

 Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.

 A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Autor: Mário Quintana