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quarta-feira, 23 de maio de 2018

Sonhando o Futuro


















Há nove anos, exatamente sonhando o futuro, que a encontrei pela primeira vez. Estava ali pelo som, pelo ar, pela esperança de encontrá-la, alguém que viria a mudar minha direção, "acender tudo" ser um farol para me guiar em noites tempestuosas.

Eu vim pelo som, eu vim pelo ar
E mergulhei até encontrar você
Sonhando o futuro
Eu vim pra te ver, pra te acompanhar
Mudar a direção do nosso amor
E acender tudo

Misturamos sons e sonhos, criamos nossa própria canção, nota a nota, letra a letra. Já não existia mais ela e eu. Apenas nós.

Podemos misturar sons, fazendo as canções
Eu nunca imaginei a gente assim, tanto amor
Amor para sempre, amar é o que vale
Só não quero mais duvidar de nós
Nem viver só

Juntos nos transportamos para um mundo nosso. Não importa mais o onde, desde que estejamos juntos, qualquer lugar é e será nosso lugar. Mergulhando fundo em nós mesmos.


Você tem o dom de me transportar
Me leva pra bem longe, amor
Me faz qualquer absurdo
Da vida real nem quero saber mais
Eu mergulhei no fundo com você
Dei voltas no mundo

Agora vamos nós dois
Eu nunca imaginei a gente assim, tanto amor
Amor para sempre, amar é o que vale
Só não podemos duvidar de nós
Nem vivermos sós

Sonhando o futuro, vivendo o presente. Só tenho a agradecer por cada dia, e pedir orar para que DEus me conceda a graça de mais dias assim. Não importa se há problemas, dores ou pequenas tristezas da vida. Só quer mais um dia assim, juntos. O amor acende tudo, e aconchega nos bons e maus momentos diários. Porque nossa estrela sempre brilhará.

A nossa estrela vai brilhar
Na correnteza te encontrar
E navegar na imensidão
Me leva pra onde você for
Faça de mim um sonhador
E estaremos sempre juntos

No som, minha estrela guia
No céu, nosso dia-a-dia
O amor acendendo tudo
Canção pra trazer você pra perto de mim


Compositor: Cláudio Venturini/Lô Borges

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Outro plano

O momento era de dor. Pura dor, náuseas e eu já não sabia mais onde estava. Sentia o suor escorrer por todo meu corpo, a cabeça girava, mas eu não via o mundo girar, pois meu olhos não conseguiam ficar abertos.

Senti como se minha alma saísse de meu corpo e naquele momento nada mais doía, nada mais sentia. Não era como nos filmes ou em alguns relatos. Não vi meu corpo inerte abaixo de mim, não o "sobrevoei". Apenas senti um desaprendimento, como se eu não tivesse mais corpo, como se eu fosse simplesmente luz e nada mais.

A simples sensação de vazio, que pode parecer extremamente aterrorizante, mas que no momento só me trouxe uma sensação extrema de paz. Comecei a sentir como se flutuasse, mas sem ver nada, apenas a leveza, a ausência de peso, ausência de pensamentos... Apenas ausência.

Parecia bom, parecia irreal, ainda mais para alguém que um pouco antes estava com dor, em estado de pura aflição. Agora não, agora tudo era paz, muita paz.

Quanto tempo permaneci nesse estado? Não sei dizer se minutos ou horas, apesar de a primeira hipótese parecer ser a mais provável. Senti por um breve momento que deveria fazer uma escolha, que poderia mudar meu rumo e de quem estava a meu redor. Pouco a pouco tudo isso foi se desfazendo, comecei a sentir meu corpo, e as dores, mesmo que um pouco menores. Estava encharcado de suor e sentindo que passar horas naquela situação. Ausente, inerte, incapaz de qualquer coisa.

Não. Não tive medo. Estava incrivelmente bem. Pela segunda vez senti-me fora de mim, ao contrário da anterior, nada vi, vivi ou imaginei nesse tempo. Apenas a pura ausência. E paz.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Antonio Triste




Esguio como um poste da Avenida
Cheio de fios e de pensamentos,
Antônio era triste como as árvores
Despidas pelo inverno,
Alegre, às vezes, como a passarada
Nos fins da madrugada.

Sozinho, como os bancos de uma praça
Em noites de neblina,
Antônio, protegido de retalhos
Com seu cigarro aceso,
Lembrava-me um balão que, multicor,
Se vê no firmamento:
Não se sabe donde veio
Não se sabe aonde vai.

Não era velho
Nem era moço,
Não tinha idade
Antônio Triste.

Quando as luzes cansadas se apagavam
E as trevas devoravam a cidade,
Antônio Triste chorava e cantava:
À luz de um cigarro, bailava e rodava
Pelas ruas desertas e molhadas.

Mas, certa noite um varredor de rua,
Viu muito lixo no chão:
Tanto trapo amontoado,
Quase um balão de São João!

Um resto de cigarro num canto da boca,
A mecha se apagara.
Antônio, o triste balão de retalhos,
Findara!


© PAULO BOMFIM 

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Duas semanas

Um "hiato". Duas semanas e nenhum texto, nenhum vídeo ou história. Motivo? Muitos. Tempo, cansaço, desânimo e outros detalhes que não valem a pena descrever e perturbar os poucos leitores que sobraram. É por vocês que estou aqui: pelos que entram para ler algo, pelos que se escreveram para receber a postagem por email, pelos que descobrem eventualmente que esta página existe.

Me faz bem escrever, me sinto bem com isso, mas também é muito bom perceber que alguém lê, alguém acessa, e de certa forma, algumas vezes se identifica, se emociona ou mesmo discorda e fica com raiva de algo que escrevo.

Eventualmente os "hiatos" acontecerão. Mesmo não tendo o mesmo sentido e disposição do início, tentarei manter a rotina semanal dos textos. Por vocês, por mim, por nós.

Obrigado por passar por aqui.