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quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Sobre o tempo e o coração

 


Sobre o tempo e o coração


Eu desejo o tempo certo 

não o oposto do incerto,

mas aquele que me diz seu sim


O que sopra encantamento 

mesmo que no desalento 

faça-me provar o que é melhor 


Que me alinhe ao momento sob a luz do entendimento que faz voltar ao pó  as ilusões


Sou do tempo um resultado, 

inocente ou ser culpado, não, não cabe aqui juízo algum


Bem melhor é ser presente, nunca dele ser ausente, pois ele se vai sem se despedir


Porque o tempo não se prende nas esquinas das quimeras 

nem se rende à voz da imposição 


Não espera os distraídos, nem perdoa  os seus conflitos

e vai sem perguntar se já curou


Porque o tempo é implacável, 

faz do medo um insondável, 

faz ruínas, traz a escuridão 


Mas o tempo desconhece, nem de longe reconhece 

o poder que tem o coração 


Há quem diga que a verdade cedo ou tarde nos invade 

frente a frente o tempo e coração 


Sem efeitos, sem disfarces, sem excesso, sem vaidade, o puro estado do que já restou 


Um encontro entre as partes, 

os dois lados do embate 

que por fim terão que se entender 

Faz a conta do que vives, 

o que somas e divides 

sem temer o que vais encontrar


No final há uma pergunta, 

um olhar de quem escuta 

que não poderás mais evitar 

Deus em seu lugar de honra 

no altar de tua alma vai te perguntar: foste feliz?


Pe Fábio de Melo,scj