“Um conselho: se você amou muito um lugar, não faça a besteira de ir visita-lo. Porque você vai visitar pensando que vai encontrar o tempo, mas o tempo não está mais lá. É melhor você ficar com a imagem da sua cabeça.” Rubem Alves
Quem nunca cometeu tal erro? Quem nunca fez tal coisa? Eu fi-lo e sei que são sábias palavras.
E do alto de todo meu apreço pela rotina, e por repetições, me é duro dizer que é a pura verdade. Porque no fundo você não amou o lugar. Você amou como se sentiu naquele lugar, naquele tempo, naquela ocasião. Se voltar, nada mais será o mesmo. O tempo é outro, o momento, até você não é mais a mesma pessoa.
Você volta e espera que se sinta da mesma maneira, mas isso não acontece. O que antes era uma grata surpresa, agora é uma espécie de monotonia, onde você percebe defeitos e problemas que não vira antes, mas possivelmente já existiam. A sensação do desbravamento se desfaz e em algum momento você vai pensar que "da outra vez, foi melhor". E foi, tanto que você "amou", tanto que ficou tentado a voltar e acabou sucumbindo a tentação.
Não vá, deixe na memória. Procure novos caminhos, novas direções. Pode ser que você dê a sorte de ter uma experiência ainda melhor a somar nas lembranças de bons lugares.
Sim, pode ser que retornando a um "lugar amado" você tenha uma boa experiência, talvez a conjunção de fatores te propicie isso, mas é um acaso, uma sorte nem sempre apurada. Se teve essa sorte, volte ao início e não faça a besteira de visitá-lo... A sorte acaba, mas as boas lembranças são eternas.