Hoje, na verdade, eu não quereria escrever nada.
Diferente de algumas vezes que entro aqui com uma ideia, um texto para transcrever ou comentar, hoje simplesmente pausei minhas atividades para escrever nada. Acessando o navegador, a autossugestão me mostrou o endereço deste repositório de escritos, possivelmente por estar no histórico, pelo mero acaso ou ocaso do destino.
Falarei, ou melhor, escreverei sobre os dias. Quentes e caudalosos dias ainda de primavera nesta cidade, com temperaturas acima de 40°C e sensação térmica passando dos 55°C. Temperaturas surpreendentes para um mês de novembro? Talvez para quem não acompanhe os acontecimentos, ou prefira ignorá-los. Matas inteiras são destruídas para dar lugar a pastos, plantações baixas e algumas vezes apenas para extrativismo puro de madeira e materiais de subsolo, sempre, é claro, sem a devida (e necessária) recomposição vegetal. Nas cidades, árvores que produziam sombra e amenizavam o clima são retiradas, certas vezes para erigirem mais um monumental prédio de concreto concentrador de temperatura, e outras vezes sem o menor motivo. E vamos ano após ano sofrendo as consequências dessas atitudes.
No cenário político, temos novamente a decepção com quem ocupa o executivo federal. Não que esteja sendo pior que seu antecessor, o que demandaria um esforço grande e não fazer o básico. A decepção é apenas por estar aquém do que poderia fazer. Novamente não é surpresa para quem acompanha o histórico, mas dentre as opções que se tinha, em especial no segundo turno. Mas deixemos de lado a política que tanto tem nos divido, ao invés de nos unir pelo bem maior e de todos.
Dias de mudanças, e mudanças importantes. Muitas mais internas do que externas, onde o verdadeiro significado de muitas coisas, inclusive de algumas aqui escritas. O tempo que nos muda, nos molda, que nos é cada vez mais curto e por isso, por sentirmos que nos falta, começamos a valorizar mais, jogando de lado pouco a pouco o que nada nos acrescenta, nada nos difere. A sabedoria dos "antigos", a sinceridade que a princípio achava graça, depois passei a admirar incrédulo, e que agora entendo e procuro repetir. Tão mais fácil ser sincero, mesmo que desagrade em um primeiro momento.
E de dias que passam, de tempo que se encurta, mais um ano vai passando e já está próximo ao fim. Não sei que metas fiz no início do ano, nem mesmo sei se as fiz, mas pouco me importa. Fiz o melhor, e de melhor em melhor fui seguindo, entre erros e acertos, mas sempre procurando o melhor. Está bom.
E do nada a escrever, escrevi bastante. Agradeço por ler até aqui.
Que sua vida seja abençoada.