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quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Nada

 Hoje, na verdade, eu não quereria escrever nada. 

Diferente de algumas vezes que entro aqui com uma ideia, um texto para transcrever ou comentar, hoje simplesmente pausei minhas atividades para escrever nada. Acessando o navegador, a autossugestão me mostrou o endereço deste repositório de escritos, possivelmente por estar no histórico, pelo mero acaso ou ocaso do destino. 

Falarei, ou melhor, escreverei sobre os dias. Quentes e caudalosos dias ainda de primavera nesta cidade, com temperaturas acima de 40°C e sensação térmica passando dos 55°C. Temperaturas surpreendentes para um mês de novembro? Talvez para quem não acompanhe os acontecimentos, ou prefira ignorá-los. Matas inteiras são destruídas para dar lugar a pastos, plantações baixas e algumas vezes apenas para extrativismo puro de madeira e materiais de subsolo, sempre, é claro, sem a devida (e necessária) recomposição vegetal. Nas cidades, árvores que produziam sombra e amenizavam o clima são retiradas, certas vezes para erigirem mais um monumental prédio de concreto concentrador de temperatura, e outras vezes sem o menor motivo. E vamos ano após ano sofrendo as consequências dessas atitudes.

No cenário político, temos novamente a decepção com quem ocupa o executivo federal. Não que esteja sendo pior que seu antecessor, o que demandaria um esforço grande e não fazer o básico. A decepção é apenas por estar aquém do que poderia fazer. Novamente não é surpresa para quem acompanha o histórico, mas dentre as opções que se tinha, em especial no segundo turno. Mas deixemos de lado a política que tanto tem nos divido, ao invés de nos unir pelo bem maior e de todos.

Dias de mudanças, e mudanças importantes. Muitas mais internas do que externas, onde o verdadeiro significado de muitas coisas, inclusive de algumas aqui escritas. O tempo que nos muda, nos molda, que nos é cada vez mais curto e por isso, por sentirmos que nos falta, começamos a valorizar mais, jogando de lado pouco a pouco o que nada nos acrescenta, nada nos difere. A sabedoria dos "antigos", a sinceridade que a princípio achava graça, depois passei a admirar incrédulo, e que agora entendo e procuro repetir. Tão mais fácil ser sincero, mesmo que desagrade em um primeiro momento.

E de dias que passam, de tempo que se encurta, mais um ano vai passando e já está próximo ao fim. Não sei que metas fiz no início do ano, nem mesmo sei se as fiz, mas pouco me importa. Fiz o melhor, e de melhor em melhor fui seguindo, entre erros e acertos, mas sempre procurando o melhor. Está bom.

E do nada a escrever, escrevi bastante. Agradeço por ler até aqui.

Que sua vida seja abençoada.

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Esquece o futuro...

 



Esquece o futuro… Ele não te pertence!

O presente te basta!

Mas é preciso ser rápido, quando ele é mau presente

E andar devagar quando se trata de saboreá-lo

Expressões como: ‘passar o tempo’ espelham bem a maneira

de viver dessa gente prudente…. que imagina não haver coisa melhor para fazer da vida.

Deixam passar o presente, esquivam-se, ignoram o presente

Como se estar vivo fosse uma coisa desprezível

Porque a natureza nos deu a vida em condições tão favoráveis

que só mesmo por nossa culpa ela poderia se tornar pesada e inútil!

Autor: Michel de Montaigne