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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Primeira vez

Esse é um assunto muito delicado para mim. Por muito tempo achei que fora no momento errado, ora achando que esperara demais, em outro momentos me enchendo de certeza que melhor seria esperar outra ocasião. Hoje, tenho certeza que tudo aconteceu como deveria acontecer, o momento certo, com a pessoa mais que certa. Mesmo que o resultado não tenha sido dos melhores, foi um momento realmente inesquecível. Lembro-me como se fosse hoje, desde a saída de casa até aquele momento de êxtase.

Saí de casa, já consciente do que ia acontecer, e ao mesmo tempo em dúvida: o que sentiria? Como seria? Ficaria emocionado? Decepcionado? Ofegante? Tantas dúvidas pairavam em minha mente enquanto caminhava, subia aquela rampa que levaria até ela.

Quando cheguei, ela estava ali para recepcionar, uma recepção calorosa e única. Senti seus braços abertos, enquanto aos poucos me permitia entrar nela, me passando todo seu calor, toda sua energia. Quanto mais a sentia, mais eu queria, era algo viciante, inigualável para mim até o momento. Em alguns minutos eu já era parte dela, não importa se estávamos em pé, ou sentados, éramos um só ser, explodindo de prazer, gozando de cada momento juntos.

Poderia ter sido melhor? Sim poderia, poderia ter ido muito além do "uh, uh", poderia ter havido gritos de comemoração, fogos de artifício etc. Mas para uma primeira vez, meu primeiro contato realmente, foi tudo inesquecível.

Bem, assim foi minha primeira vez no Maracanã, no meio da imensa torcida do Vasco, naquele Vasco x Grêmio, nos já longínquos anos 90. Mesmo já tendo entrado diversas vezes no estádio antes (inclusive no gramado), aquela foi a primeira vez que fui ver um jogo, a primeira vez que senti o calor da torcida do meu time de coração, junto com meu pai.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Personagens

Desde criança, todos criamos personagens, outrora imaginários, alguns que nós mesmos representamos. Lembro-me quando criança de ser vários durante as brincadeiras. Apesar de não ser filho único, gostava muito de brincar com os personagens que criava. Cada jogo de futebol no estreito corredor de onde morava, eu mesmo revezava entre 4 ou 6 personagens, cada qual com sua habilidades e características.

Crescemos e nossos personagens não acabam, apenas mudam: o estudante, o tímido, o popular, o aventureiro, o recatado, cada qual cria, mesmo que inconscientemente o personagem para cada situação de sua vida. São esses personagens que "vivem" nossa vida, e no fim são parte de nós e nós grande parte deles. Alguns criam personagens de propósito, para tentar enganar, para a mentira. Esses, como não são parte da pessoa, acabam sendo revelados, e se rebelando contra seu criador, mesmo que depois de muito tempo. Como diziam os "antigos" a mentira tem perna curta... Não corre muito e nunca vai tão longe quanto se queira.

Hoje, com o advento da internet, a facilidade de interação cria um novo cenário: uma rede interligada de personagens variados, muitas vezes totalmente diferente de quem os cria e mantem. A internet permite isso, facilita que os personagens se mantenham enquanto convenientemente ocultos. Qualquer um pode ser qualquer coisa: homem, mulher, criança, velho etc. Tudo depende da vontade e criatividade.

Mas até onde isso é bom? Até onde é saudável se passar pelo que não é? Excluo dessa minha indagação todas as posturas antiéticas de quem tenta ser outro com o intuito inconsciente de enganar e/ou ganhar algum tipo de vantagem. Quero me referir aquelas pessoas que criam um personagem na internet não de uma parte de si, como criamos no nosso dia-a-dia, cada qual para sua "função". Elas criam um personagem do que gostariam de ser e creem que não são: mais belos, mais atraentes, mais capazes. Não é muito diferente do que fazemos "pessoalmente", apenas é algo que acaba por se sustentar mais, sem que haja a possibilidade da pessoa absorver os benefícios do personagens criados. E quando corre o risco de alguém descobri-los, fogem, se escondem, como se escondem por trás dos personagens.

Todos criamos personagens, desde de bem pequenos, e continuamos criando... O difícil é sabermos quando somos nós, quando são os personagens agindo. No fim todos fazem parte de nós...