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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Personagens

Desde criança, todos criamos personagens, outrora imaginários, alguns que nós mesmos representamos. Lembro-me quando criança de ser vários durante as brincadeiras. Apesar de não ser filho único, gostava muito de brincar com os personagens que criava. Cada jogo de futebol no estreito corredor de onde morava, eu mesmo revezava entre 4 ou 6 personagens, cada qual com sua habilidades e características.

Crescemos e nossos personagens não acabam, apenas mudam: o estudante, o tímido, o popular, o aventureiro, o recatado, cada qual cria, mesmo que inconscientemente o personagem para cada situação de sua vida. São esses personagens que "vivem" nossa vida, e no fim são parte de nós e nós grande parte deles. Alguns criam personagens de propósito, para tentar enganar, para a mentira. Esses, como não são parte da pessoa, acabam sendo revelados, e se rebelando contra seu criador, mesmo que depois de muito tempo. Como diziam os "antigos" a mentira tem perna curta... Não corre muito e nunca vai tão longe quanto se queira.

Hoje, com o advento da internet, a facilidade de interação cria um novo cenário: uma rede interligada de personagens variados, muitas vezes totalmente diferente de quem os cria e mantem. A internet permite isso, facilita que os personagens se mantenham enquanto convenientemente ocultos. Qualquer um pode ser qualquer coisa: homem, mulher, criança, velho etc. Tudo depende da vontade e criatividade.

Mas até onde isso é bom? Até onde é saudável se passar pelo que não é? Excluo dessa minha indagação todas as posturas antiéticas de quem tenta ser outro com o intuito inconsciente de enganar e/ou ganhar algum tipo de vantagem. Quero me referir aquelas pessoas que criam um personagem na internet não de uma parte de si, como criamos no nosso dia-a-dia, cada qual para sua "função". Elas criam um personagem do que gostariam de ser e creem que não são: mais belos, mais atraentes, mais capazes. Não é muito diferente do que fazemos "pessoalmente", apenas é algo que acaba por se sustentar mais, sem que haja a possibilidade da pessoa absorver os benefícios do personagens criados. E quando corre o risco de alguém descobri-los, fogem, se escondem, como se escondem por trás dos personagens.

Todos criamos personagens, desde de bem pequenos, e continuamos criando... O difícil é sabermos quando somos nós, quando são os personagens agindo. No fim todos fazem parte de nós...


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