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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Tudo vira bosta...


Nem toda grande reflexão precisa vir de uma música ou texto de alto teor literário. Uma música simples, popular, com letra e melodia simples também pode nos presentear com uma boa reflexão.

Essa música interpretada por Rita Lee, composição dela e de Moacyr Franco, nos traz de uma forma cômica uma grande aprendizado sofre a volatilidade e superficialidade da vida e de tudo que acontece no dia a dia.

Nossas atitudes, nossa prepotência, nosso ego inflamado. Nada disso vai importar, se você come ovo frito ou caviar, se você é opressor ou o oprimido, se é famoso ou um mero desconhecido no meio da multidão.

Tudo vira bosta.

O que comemos vira bosta. Nossas atitudes super ou subvalorizadas perdem sua importância "no dia seguinte". O que somos, o que temos, o quem somos. Passa, acaba, perde sua importância, vira adubo, vira bosta.

É o ciclo e é o necessário, para que a vida continue, com novas atitudes, novos pensamentos, e por fim, novas pessoas. No fim, rico ou pobre, humilde ou soberbo, todos completam seu ciclo e passam a ser iguais: adubo. A escolha se resume apenas uma: Ser um bosta desde vivo, ou ser uma pessoa direita e deixar isso para depois.

'' O segredo da vida qual e ?A gente nasce A gente cresce A gente estuda, trabalha, arranja um emprego Ganha grana Vai ao supermercado Tosta toda a grana na comida Chega em casa faz comida Come tudo E tudo vira bosta! "

“Estava ouvindo essa música e pensando na filosofia de merda da vida...


Eu lhe pergunto, porque será que a gente se preocupa tanto com as coisas fúteis da vida, se no próximo instante tudo pode não mais existir?
A gente se preocupa em trabalhar, trabalhar, fazer herança, deixar dinheiro guardado, ter um nome, ter status, ter fama, ser o bonzão e daqui a pouco tudo se mistura e vira bosta!
Deveríamos querer dinheiro para gastarmos no instante presente de nossa vida, o instante futuro dane-se...
A gente deveria pegar o dinheiro das férias e fazer aquilo que a gente gosta de fazer, viajar para onde queremos ir e não enfiar a merda do dinheiro em uma aplicação, onde só poderemos retirar com juros e correção depois de 05 anos!
A gente deveria virar as madrugadas com os amigos, rindo, zoando, sem pensar que amanhã é segunda...O agora é o que importa!
Dane-se se vc anda a pé, de fusca, de Stilo, o importante é vc andar, voar, correr, ir para onde você quer ir...
Essa merda toda que a gente valoriza, marcas, tipos, estilos...Tudo, tudo vira bosta!
O que fica é o momento vivido, a felicidade sentida e que dinheiro nenhum poderá pagar!
Faça de tudo para que o seu momento seja o melhor... O amanhã meu amor...Ah o amanhã...
No amanhã tudo vira bosta!”

Rita Lee


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Soberba lição de vida

Inicialmente peço desculpas a meus quatro leitores (o quinto não viu publicação hoje de manhã e não volta mais). O texto que previa para hoje não ficou pronto a tempo, não vale a pena terminar às pressas e comprometer muito a qualidade.

Então resolvi escrever algo para distrair um pouco os leitores que sobraram. Contar um "causo", talvez conhecido, mas vale sua releitura:

Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as  tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões.

A sua cama estava junto da única janela do quarto.

O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas.

Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres, famílias, das suas casas, dos seus empregos, dos seus aeromodelos, onde tinham passado as férias...

E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava,passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela.

O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela.

A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes, chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por
entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vislumbrada no horizonte.

Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava as pitorescas cenas.

Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar:
Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas.

Dias e semanas passaram. Uma manhã,a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida, o homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia.

Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.

Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca.

Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira  deixou o quarto.

Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela que dava, afinal, para uma parede de tijolo!

O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.

A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede. Talvez quisesse apenas dar-lhe coragem...

Moral da História:

Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas.

A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é dobrada.

Se te queres sentir rico, conta todas as coisas que tens que o dinheiro não pode comprar.

" O dia de hoje é uma dádiva, por isso é que o chamam de presente."

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Contrários

Quero compartilhar com vocês hoje uma bela música interpretada pelo Padre Fábio de Melo, scj.

Essa música não precisa nem de comentário ou tentativa de interpretação. Quem nunca passou pelas situações de que fala a música? E continuamos seguindo em frente, com um grande aprendizado com certeza.

Ouça a música, acompanhe a letra e reflita.









Só quem já provou a dor
Quem sofreu, se amargurou
Viu a cruz e a vida em tons reais

Quem no certo procurou
Mas no errado se perdeu
Precisou saber recomeçar

Só quem já perdeu na vida sabe o que é ganhar
Porque encontrou na derrota algum motivo para lutar

E assim viu no outono a primavera
Descobriu que é no conflito que a vida faz crescer

Que o verso tem reverso
Que o direito tem o avesso
Que o de graça tem seu preço
Que a vida tem contrários
E a saudade é um lugar
Que só chega quem amou
E o ódio é uma forma tão estranha de amar

Que o perto tem distâncias
E o esquerdo tem direito
Que a resposta tem pergunta
E o problema há solução
E o amor começa aqui
No contrário que há em mim
E a sombra só existe quando brilha alguma luz

Só quem soube duvidar
Pôde enfim acreditar
Viu sem ver e amou sem aprisionar

Quem no pouco se encontrou
Aprendeu multiplicar
Descobriu o dom de eternizar

Só quem perdoou na vida sabe o que é amar
Porque aprendeu que o amor só é amor
Se já provou alguma dor
E assim viu grandeza na miséria
Descobriu que é no limite
Que o amor pode nascer

Que o verso tem reverso
Que o direito tem o avesso
Que o de graça tem seu preço
Que a vida tem contrários
E a saudade é um lugar
Que só chega quem amou
E o ódio é uma forma tão estranha de amar

Que o perto tem distâncias
E o esquerdo tem direito
Que a resposta tem pergunta
E o problema há solução
E o amor começa aqui
No contrário que há em mim
E a sombra só existe quando brilha alguma luz

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Apenas um sorriso

Sou uma pessoa normal. Tem dias que acordo bem, outros nem tão bem. Há dias que acordo de mau humor, cansado, com dor... Mas tento levar tudo numa boa e não deixar que isso transpareça muito ou "contamine" quem está a meu redor, seja minha esposa, ou as pessoas que encontro ao longo do meu dia, conhecidas ou meras passantes.

Ninguém tem culpa se estou de mau humor, com dor, cansado ou indisposto logo pela manhã. Tento manter um sorriso no rosto  para disparar em quem cruzar meu caminho, por mais que certas vezes seja difícil mantê-lo.

Não sou inerte ao que acontece a meu redor, não me armo com um sorriso e ignoro o mundo a minha volta, até gostaria de sê-lo mas não o sou. Por isso fico triste quando vejo pessoas que já de manhã estão sisudas ou parecem chateadas. Sei que cada um tem sua vida, e seus motivos, não pretendo ter a prepotência de achar que meus problemas são maiores do que os de ninguém, mas custa tentar ao menos manter o mínimo de humor, e às vezes educação? Tantos que dormem e não mais acordam, tantos não têm a oportunidade de ter saúde, pelo menos o suficiente para estar de pé. Custa um pouco que seja de gratidão por isso?

Há anos, uma amiga me disse que sou como uma "esponja" que absorve a "energia do ambiente" em que estou. Se o ambiente está alegre, as pessoas sorrindo e de bom humor, fico bem, se as pessoas perto de mim estão carrancudas ou de mau humor, isso me incomoda fortemente, me abatendo e deixando triste. Não acredito nisso, pelo menos meu lado racional não consegue acreditar fielmente nisso, por mais que pareça verdade. De toda forma não gosto disso, não me faz bem... Quereria ser inerte.

Inerte como já fui um dia, ou como cria que era. Metódico e indiferente a amigos (ou pseudo-amigos) que iam na mesma velocidade que vinham, principalmente quando nada mais precisavam de mim. Inerte a "vibrações" como aquela amiga chamava. No fim, parecia uma infância feliz quando assim eu era. Ou parecia ser...

Li um texto que diz que "pessoas inteligentes tem poucos amigos" (Leia aqui), não por serem anti-sociais, mas pela menor necessidade de interação social. Será que fora inteligente e não sou mais? A mim soa como piada minha própria questão. Não entendo suficientemente do assunto para concordar ou discordar da pesquisa/estudo, mas também não é sobre isso que estou escrevendo. Considero que tenho poucos, mas fiéis amigos, que mesmo ficando algum tempo sem ver ou falar, a relação não muda em nada.

O que me afeta, o que me deixa triste é meu esforço, mesmo em momentos difíceis, (de cansaço, dor ou mau humor) de não transparecer e deixar que afete a outros. Simplesmente tento manter um sorriso, uma palavra de otimismo e tratar bem as pessoas a meu redor. Me esforço e não vejo fazerem o mesmo. Não vejo a gratidão nos olhos das pessoas por estarem vivas e bem para estarem de pé, ao menos.

"Não vou me deixar embrutecer
 Eu acredito nos meus ideais
 Podem até maltratar meu coração
 Que meu espírito ninguém vai conseguir quebrar!" (Um dia Perfeito-Legião Urbana)

Não me deixarei embrutecer, por mais que seja o caminho mais fácil. Vivo a utopia que o mundo um dia vai aprender que pequenos gestos do dia a dia, mesmo que na base do esforço próprio, podem fazer dias melhores e um mundo melhor...