Sou uma pessoa normal. Tem dias que acordo bem, outros nem tão bem. Há dias que acordo de mau humor, cansado, com dor... Mas tento levar tudo numa boa e não deixar que isso transpareça muito ou "contamine" quem está a meu redor, seja minha esposa, ou as pessoas que encontro ao longo do meu dia, conhecidas ou meras passantes.
Ninguém tem culpa se estou de mau humor, com dor, cansado ou indisposto logo pela manhã. Tento manter um sorriso no rosto para disparar em quem cruzar meu caminho, por mais que certas vezes seja difícil mantê-lo.
Não sou inerte ao que acontece a meu redor, não me armo com um sorriso e ignoro o mundo a minha volta, até gostaria de sê-lo mas não o sou. Por isso fico triste quando vejo pessoas que já de manhã estão sisudas ou parecem chateadas. Sei que cada um tem sua vida, e seus motivos, não pretendo ter a prepotência de achar que meus problemas são maiores do que os de ninguém, mas custa tentar ao menos manter o mínimo de humor, e às vezes educação? Tantos que dormem e não mais acordam, tantos não têm a oportunidade de ter saúde, pelo menos o suficiente para estar de pé. Custa um pouco que seja de gratidão por isso?
Há anos, uma amiga me disse que sou como uma "esponja" que absorve a "energia do ambiente" em que estou. Se o ambiente está alegre, as pessoas sorrindo e de bom humor, fico bem, se as pessoas perto de mim estão carrancudas ou de mau humor, isso me incomoda fortemente, me abatendo e deixando triste. Não acredito nisso, pelo menos meu lado racional não consegue acreditar fielmente nisso, por mais que pareça verdade. De toda forma não gosto disso, não me faz bem... Quereria ser inerte.
Inerte como já fui um dia, ou como cria que era. Metódico e indiferente a amigos (ou pseudo-amigos) que iam na mesma velocidade que vinham, principalmente quando nada mais precisavam de mim. Inerte a "vibrações" como aquela amiga chamava. No fim, parecia uma infância feliz quando assim eu era. Ou parecia ser...
Li um texto que diz que "pessoas inteligentes tem poucos amigos" (Leia aqui), não por serem anti-sociais, mas pela menor necessidade de interação social. Será que fora inteligente e não sou mais? A mim soa como piada minha própria questão. Não entendo suficientemente do assunto para concordar ou discordar da pesquisa/estudo, mas também não é sobre isso que estou escrevendo. Considero que tenho poucos, mas fiéis amigos, que mesmo ficando algum tempo sem ver ou falar, a relação não muda em nada.
O que me afeta, o que me deixa triste é meu esforço, mesmo em momentos difíceis, (de cansaço, dor ou mau humor) de não transparecer e deixar que afete a outros. Simplesmente tento manter um sorriso, uma palavra de otimismo e tratar bem as pessoas a meu redor. Me esforço e não vejo fazerem o mesmo. Não vejo a gratidão nos olhos das pessoas por estarem vivas e bem para estarem de pé, ao menos.
"Não vou me deixar embrutecer
Eu acredito nos meus ideais
Podem até maltratar meu coração
Que meu espírito ninguém vai conseguir quebrar!" (Um dia Perfeito-Legião Urbana)
Não me deixarei embrutecer, por mais que seja o caminho mais fácil. Vivo a utopia que o mundo um dia vai aprender que pequenos gestos do dia a dia, mesmo que na base do esforço próprio, podem fazer dias melhores e um mundo melhor...
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