Gosto de aprender. Sempre gostei, para mim nada é mais gratificante que aprender algo, raciocinar e absorver plenamente algo.
Com o tempo descobri que quanto mais se aprende mais se tem certeza que nada se sabe, que nada é porque sim. Tudo tem um motivo, uma explicação, uma razão, por mais "dogmático" que seja o assunto, nada é uma verdade incontestável que deve ser aceita. Tudo tem que ser aprendido.
Aprendo com as pessoas, aprendo lendo, aprendo pensando. E muitas vezes essas três formas estão interligadas intimamente e fielmente. Há momentos em que uma pessoa faz uma afirmação, até mesmo apresenta argumentos que põem em xeque nossos conceitos tidos como imutáveis para nós por determinada convenção social ou religiosa, mas não por pensamento ou razão. Claro que por essa pessoa temos que ter algum apreço ou credibilidade, senão não daríamos atenção. Aí nesse momento, o que era certeza, vira uma pequena dúvida e desencadeia uma série de pensamentos e "serás".
Em situações assim, busco base, busco ler opiniões, artigos, regras, leis, ou o que seja dependendo da questão. E me permito voar longe no pensamento e expandi-lo nas questões auxiliares, tal como um grande rio que vê: sabe-se que ele corre ali, volumoso e certeiro, mas é preciso ver a fundo o que o forma, cada nascente, cada pequeno rio que o alimenta e cada afluente alimentado por ele.
Grande parte do que sou, do que penso, de minhas certezas e convicções, já questionei e se tornaram mais fortes depois de buscar a fundo, a razão.
E assim continuarei. Questionando, aprendendo. Vivendo.
Opiniões, comentários e assuntos do momento, diretamente da cabeça de um escritor errante porque não para no meio do caminho e também erra.
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quarta-feira, 31 de maio de 2017
terça-feira, 23 de maio de 2017
Mais do que amor
Oito anos de um primeiro e valioso passo. Quantas vivências, quantos aprendizados... Quantos medos e tensões superados... Mas estamos aqui, e por quê? Esse gênio da composição responde essa pergunta, numa suave melodia...
As noites que eu sonhei
As estrelas que eu perdi
Nos seus olhos encontrei
No instante em que te vi
Os beijos que eu guardei
Tanto tempo por ai
Eram seus, agora eu sei
E são tudo que eu pedi
Mais do que amor
Do que qualquer paixão
Ou chuva de verão
Você me faz sentir
Muito mais do que amor
Ou simples ilusão
A voz do coração
Que eu sempre quis ouvir
O tempo vai passar
Mas eu sei que mesmo assim
Para sempre vou levar
Seu amor dentro de mim
Caminhos vão surgir
Novos sonhos pra buscar
Mas eu sei que vou seguir
Só pensando em te encontrar
Mais do que amor
Do que qualquer paixão
Ou chuva de verão
Você me faz sentir
Muito mais do que amor
Ou simples ilusão
A voz do coração
Que eu sempre quis ouvir
Dias de sol
Noites de luar
No cenário que for
Você tem que estar
Nos dias de sol
Nessas noites de luar (solo)
Você tem que estar
Mais do que amor..
quarta-feira, 17 de maio de 2017
Bola de meia, bola de gude
Lançada no final dos anos 70, Bola de meia, bola de gude, de Fernando Brant e Milton Nascimento, fez sucesso em diversas gravações, como a de Flávio Venturini no 14 Bis e outros membros do famoso "Clube da Esquina".
Bola de Meia, bola de gude é, por excelência, uma música que evoca as contradições entre o mundo adulto e a infância, mas ressalta a importância da integração desse eu infantil que todos trazemos, imorredouro, dentro de todos nós.
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem prá me dar a mão
Ambos moram no seu interior: o adulto e o menino. E "toda vez que o adulto balança", perde sua confiança, sua estabilidade emocional, o menino que existe dentro de si vem lhe dar a mão, lhe lembrar das coisas simples da vida, da pureza da vida em si, a beleza pueril da vida.
Há um passado
No meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão
Existe uma história, um passado feliz, lembranças boas, de dias em que os pequenos detalhes da vida bastavam para ser feliz, como um dia ensolarado para brincar. Há um passado, há ainda um sol quente, uma esperança lá no fundo de nosso ser. E toda vez que a tristeza vem, os problemas assombram "o menino" vem dar a mão, vem dar força e ajudar a lembrar.
E me fala de coisas bonitas
Que eu acredito
Que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade alegria e amor
Pois não posso
Não devo
Não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal
Nosso "menino interior" nos traz fé, nos faz acreditar em dias melhores. Nos lembra que por mais que a "bruxa assombre", ainda existem pessoas boas, ainda existe o bem no mundo, não podemos, não devemos, e pelo menos eu não quero, ser como os outros, como toda essa gente que quer "passar por cima dos outros", que quer tirar vantagens ilícitas de tudo e de todos. Gente que existe em todas as esferas sociais e de poder, desde aquele que rouba uma balinha no mercado quanto os que roubam milhões, legislando, governando e julgando em causa própria e para enriquecimento próprio. Por mais comum que tenha se tornado, sacanagem não é coisa normal.
Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Não. O solitário não quer a solidão, não quer o isolamento do mundo. Ele quer se sentir inserido no mundo, ele quer que em meio a tanta desonestidade e decepções, o bem exista, ele não se sinta o único que ainda crê em dias melhores. A tristeza vem, e o "menino" dentro dele, lhe dá a mão, lhe faz lembrar que sim que tudo pode ser melhor. Dias felizes passaram e podem retornar.
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem pra me dar a mão
E toda vez que o adulto fraqueja, toda vez que ele quer voltar a ser criança, quer buscar a felicidade que não enxerga mais, o menino dá a mão, lhe dá a força jovial e a alegria pueril para seguir em frente.
Bola de Meia, bola de gude é, por excelência, uma música que evoca as contradições entre o mundo adulto e a infância, mas ressalta a importância da integração desse eu infantil que todos trazemos, imorredouro, dentro de todos nós.
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem prá me dar a mão
Ambos moram no seu interior: o adulto e o menino. E "toda vez que o adulto balança", perde sua confiança, sua estabilidade emocional, o menino que existe dentro de si vem lhe dar a mão, lhe lembrar das coisas simples da vida, da pureza da vida em si, a beleza pueril da vida.
Há um passado
No meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão
Existe uma história, um passado feliz, lembranças boas, de dias em que os pequenos detalhes da vida bastavam para ser feliz, como um dia ensolarado para brincar. Há um passado, há ainda um sol quente, uma esperança lá no fundo de nosso ser. E toda vez que a tristeza vem, os problemas assombram "o menino" vem dar a mão, vem dar força e ajudar a lembrar.
E me fala de coisas bonitas
Que eu acredito
Que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade alegria e amor
Pois não posso
Não devo
Não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal
Nosso "menino interior" nos traz fé, nos faz acreditar em dias melhores. Nos lembra que por mais que a "bruxa assombre", ainda existem pessoas boas, ainda existe o bem no mundo, não podemos, não devemos, e pelo menos eu não quero, ser como os outros, como toda essa gente que quer "passar por cima dos outros", que quer tirar vantagens ilícitas de tudo e de todos. Gente que existe em todas as esferas sociais e de poder, desde aquele que rouba uma balinha no mercado quanto os que roubam milhões, legislando, governando e julgando em causa própria e para enriquecimento próprio. Por mais comum que tenha se tornado, sacanagem não é coisa normal.
Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Não. O solitário não quer a solidão, não quer o isolamento do mundo. Ele quer se sentir inserido no mundo, ele quer que em meio a tanta desonestidade e decepções, o bem exista, ele não se sinta o único que ainda crê em dias melhores. A tristeza vem, e o "menino" dentro dele, lhe dá a mão, lhe faz lembrar que sim que tudo pode ser melhor. Dias felizes passaram e podem retornar.
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem pra me dar a mão
E toda vez que o adulto fraqueja, toda vez que ele quer voltar a ser criança, quer buscar a felicidade que não enxerga mais, o menino dá a mão, lhe dá a força jovial e a alegria pueril para seguir em frente.
quarta-feira, 10 de maio de 2017
Mundo Paralelo - Parte 3
Abro os olhos e percebo que adormecera. Por quanto tempo? Está claro lá fora, mas a cama está tão boa e... Cama?
Olho ao redor e percebo que estou na minha cama. No meu quarto, na minha casa, tudo exatamente igual era antes. Terá sido um sonho? Um sonho extraordinariamente parecido com realidade? Não sei dizer. Só sei que estou atrasado para o trabalho. Olho pro lado e vejo como dorme tranquilamente. Que vontade de abraça-la... Sentira uma falta imensa ao imaginar que não a veria de novo, talvez a pior parte daquele "sonho".
Não sei se fora algum tipo de sonho muito real ou não. Mas parece que minha vida voltara ao normal, ao que eu conhecia como normal, e por isso teria que ir trabalhar.
Não sei se fora algum tipo de sonho muito real ou não. Mas parece que minha vida voltara ao normal, ao que eu conhecia como normal, e por isso teria que ir trabalhar.
No trabalho, nada mudou novamente. Passo a manhã inteira tentando entender o que acontecera, como um dia da minha vida parecia ter me sido tirado e substituído por uma vida que não era minha.e sanatório.
Continua?
quarta-feira, 3 de maio de 2017
Mundo Paralelo - Parte 2
Permaneço ainda um longo tempo naquela sala vazia. Me deito no chão e minha mente fica repleta de lembranças daquele lugar... Tantos momentos, tantas alegrias... Não é possível que nada que me lembre seja real.
Um tempo depois, escuto alguém na porta. Pelo menos eu não era o único que tinha a chave dali. Quando a porta se abre, vejo alguém entrando com um meio sorriso no rosto:
- Aí está você! Eu fiquei preocupada, sabia?
Não, eu não sabia de nada, nem mesmo porque aquela pessoa estava ali falando comigo. Ela sentou do meu lado e ficou um tempo em silêncio. E eu... Na verdade tinha um certo medo de perguntar qualquer coisa, mesmo precisando de esclarecimentos. Rompendo o silêncio, ela falou:
- Sorte que isso aqui é nosso, senão poderíamos ter problemas. Desde que compramos, você acaba vindo pra cá e fica aqui, com cara de perdido sentado e depois voltamos para casa. Nunca sei o porquê, pode ter sido o acidente que mexeu contigo, o médico disse isso, mas você nunca me disse. Será hoje?
Olho para ela e percebo que o olhar dela está fixo para frente, assim como sei que o meu estava até alguns minutos. Respiro fundo e falo:
- Acredite: eu moro aqui. É disso que me lembro. Não faço ideia de como fui parar naquele lugar que acordei, não faço ideia como tranquei aquela porta de manhã. Desculpe, não faço nem ideia de porque você está aqui.
Ela me olhou com um olhar tenro, e disse:
- Tudo bem. Que tal ficarmos aqui hoje? Pedimos algo para comer e dormimos aqui mesmo. amanhã não trabalho mesmo.
Sorrindo levantou e foi até o quarto, antes que eu perguntasse como dormiria ali. Fui atrás e cheguei a tempo de vê-la tirar colchões e travesseiros do armário e colocá-los no chão, bem onde eu lembrava de ter uma cama. Sorri de volta e ela me disse que deitasse um pouco, enquanto ela pediria o jantar.
Sentei, olhando para a parede. Lembrei de dias que já nem sabia se existiam. Deitei, fechei os olhos tentando entender tudo que estava acontecendo...
Um tempo depois, escuto alguém na porta. Pelo menos eu não era o único que tinha a chave dali. Quando a porta se abre, vejo alguém entrando com um meio sorriso no rosto:
- Aí está você! Eu fiquei preocupada, sabia?
Não, eu não sabia de nada, nem mesmo porque aquela pessoa estava ali falando comigo. Ela sentou do meu lado e ficou um tempo em silêncio. E eu... Na verdade tinha um certo medo de perguntar qualquer coisa, mesmo precisando de esclarecimentos. Rompendo o silêncio, ela falou:
- Sorte que isso aqui é nosso, senão poderíamos ter problemas. Desde que compramos, você acaba vindo pra cá e fica aqui, com cara de perdido sentado e depois voltamos para casa. Nunca sei o porquê, pode ter sido o acidente que mexeu contigo, o médico disse isso, mas você nunca me disse. Será hoje?
Olho para ela e percebo que o olhar dela está fixo para frente, assim como sei que o meu estava até alguns minutos. Respiro fundo e falo:
- Acredite: eu moro aqui. É disso que me lembro. Não faço ideia de como fui parar naquele lugar que acordei, não faço ideia como tranquei aquela porta de manhã. Desculpe, não faço nem ideia de porque você está aqui.
Ela me olhou com um olhar tenro, e disse:
- Tudo bem. Que tal ficarmos aqui hoje? Pedimos algo para comer e dormimos aqui mesmo. amanhã não trabalho mesmo.
Sorrindo levantou e foi até o quarto, antes que eu perguntasse como dormiria ali. Fui atrás e cheguei a tempo de vê-la tirar colchões e travesseiros do armário e colocá-los no chão, bem onde eu lembrava de ter uma cama. Sorri de volta e ela me disse que deitasse um pouco, enquanto ela pediria o jantar.
Sentei, olhando para a parede. Lembrei de dias que já nem sabia se existiam. Deitei, fechei os olhos tentando entender tudo que estava acontecendo...
Continua
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