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quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Reescrevendo o tempo - parte 2

O tempo. O que é tê-lo ou não?

Tal ilusão é essa de ter-se o controle do tempo. Ele segue seu próprio rumo sem  nenhuma satisfação. Não pretende alegrar ou desalegrar ninguém, apenas segue seu rumo indiferente de qualquer pessoa ou situação.

O tempo, belo tempo longo para os jovens, curto para os mais velhos. Malfadado tempo que passa sem sentirmos e nos deixa mais velhos e se descuidarmos, não mais experientes.

Tempos de paz, tempos a mais. Tempos que deixamos para trás como lembranças de dias bons, como aprendizados de dias ruins. Lições eternas que entranha em nós.

Tempo que nos deixa marcas, mas que marcamos também, deixando um pouco de nós com cada um que cruza nosso caminho.

Quando o queremos controlar, tudo se desfaz, nos prejudica, nos fere, nos mata. O tempo corre solto e nós ao seu lado. Não atrás, nem na frente, sempre junto, para que seja aliado e herói e não vilão.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Reescrevendo o tempo - parte 1

A vida é feita de capítulos escritos diariamente, passo a passo, letra a letra. Por vezes, precisamos ter a humildade de voltar e reescrever algumas linhas, alguns capítulos. Mas essa série não é é sobre voltar e mudar o rumo de sua vida.

Quando se escreve diversas vezes, os fatos mudam, opiniões mudam e se faz mister voltar, e reescrever o texto, atualizá-lo, segundo os dias, pensamentos e a realidade atual. Mas essa série não é sobre reescrever velhos escritos.

Na verdade, essa série é sobre tudo isso e mais alguma coisa. Escritos novos que falam da ficção da própria realidade: passado, presente e futuro interlaçados e misturados. E esta é a primeira parte.


quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Desabafo....

Tempo... De vida, de decisões, alegrias e tristezas.

Tem me sido curto demais, a ponto de reorganizar meus dias para aqui escrever. Preciso rearranjar meu tempo, minhas atividades, meus dias.

Fui posto a prova, mudanças alheias a minha vontade e a paz e tranquilidade de outrora foi substituído pelo desanimo em muitos momentos.

Ser punido por querer mais, por querer evoluir, é triste. Vontade de dar um passo atrás em busca de muitos a frente.

Decisões a tomar, e hoje fica só esse desabafo e a promessa de melhores textos em breve. Obrigado por acompanhar, por ler semanalmente, mesmo que em silêncio.

Você, mesmo sem saber, é muito importante para mim...

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Carta de um avô a seu neto

Encontrei esse texto e achei uma verdadeira lição de vida. Tem-se tão pouco o hábito de ouvir os conselhos dos experientes. Julgamo-nos conhecedores da verdade ao crer que  ter experiência de vida é estar ultrapassado. 

A modernidade, trouxe o aumento do pseudo conforto e da expectativa de vida. Mas, com certeza, a diminuição dos anos felizes.  E bate uma saudade dos tempos que não vivi...

"Aos netos.
Pelo que você já me disse com o seu sotaque de anjo, percebo que você me considera uma criança grandona e desajeitada, e me acha, mesmo assim, seu melhor companheiro de brinquedos.

Pena que tenhamos tão pouco tempo para brincar, tão pouco porque só sei brincar de passado, e você só sabe brincar de futuro. E ainda estarei brincando de recordação quando você começar a brincar de esperança.

Mas antes que termine o nosso recreio juntos, antes que eu me torne apenas um retrato na parede, uma referência do meu genro ou nora, ou quem sabe até uma lágrima de meus filhos, quero lhe dizer meu neto, que vale a pena.

Vale a pena crescer e estudar. Vale a pena conhecer pessoas, ter namoradas, sofrer ingratidões, chorar algumas decepções, e a despeito de tudo isso, ir renovando todos os dias a sua fé e a bondade essencial da criatura humana e o seu deslumbramento diante da vida.

Vale a pena verificar que não há trabalho que não traga sua recompensa; que não há livro que não traga ensinamentos; que os amigos têm mais para dar que os inimigos para tirar; que se formos bons observadores, aprenderemos tanto com a obra do sábio quanto com a vida do ignorante.

Vale a pena viver nesses assombrosos tempos modernos, em que milagres acontecem ao virar de um botão; em que se pode telefonar da Terra para a Lua; lançar sondas espaciais, máquinas pensantes à fronteira de outros mundos e descobrir na humildade, que toda essa maravilha tecnológica não consegue, entretanto, atrasar ou adiantar um segundo sequer a chegada da primavera.

Vale a pena, mesmo quando você descobrir que tudo isso que estou tentando ensinar é de pouca valia, porque a teoria não substitui a prática, e cada um tem que aprender por si mesmo que o fogo queima, que o vinagre é azedo, que o espinho fere e que o pessimismo não resolve rigorosamente nada.
Vale a pena, até mesmo, envelhecer como eu sem perder a infância.

Vale a pena, ainda que sua lembrança de mim se torne vaga. Mas, quando os outros disserem coisas boas de seus avós, quero que você diga de mim, simplesmente isso:

“Meu avô foi aquele que me disse que valia a pena. E não é que ele tinha razão?!”

Tinha sim razão...