O Anjo
Anjo surgiu em um período onde as trevas reinavam.No princípio ele pairava sem muito contato com os humanos, tinha sua vida própria, alegrias e tristezas de "anjos" como o próprio mencionava.
Um dia resolveu descer a terra e ter contato com os mortais. Ocultara sua forma para andar livremente sem que fosse reconhecido, e entrava em contato com os mortais nesse mundo a parte. No início tudo parecera uma grande brincadeira, mas o contato com os humanos estava o modificando mais do que previa.
O medo, muito mais do que a indiferença aparentada, o fazia voar longe, deixando os mortais a sua procura. Por tempos os mortais procuraram em vão enquanto Anjo não retornava, com histórias e estórias.
Os humanos começaram a questionar as histórias ao perceberem um descuido do Anjo. E de uma verdade descoberta a outra começaram a questionar Anjo, que em defesa jogava a culpa nos humanos.
Mas Anjo cansou-se. Abandonou o mundo e voou mais alto que podia, sem voltar ao meio dos mortais por um longo tempo. Os mortais seguiram seus caminhos, Anjo seguiu voando sem se preocupar com o que acontecia no mundo dos humanos. Até o dia em que...
Anjo cansou-se também de voar. Visitara outros mundos e percebera que voar tanto tempo longe dos humanos fora um erro. Mas os mortais já sabiam de suas mentiras, Anjo sentiu-se pressionado e confessou a ínfima parte do que ocultara por anos. Os mortais continuaram questionando, mas Anjo garantiu que, fora o confessado, a verdade imperava.
Vingança. Só nisso os humanos pensaram. Atrair o máximo possível a atenção do Anjo para que ele não voasse antes de sentir o que os mortais sentiram. Trabalharam habilmente por um longo tempo até acordarem para si e perceberem que não seriam melhores do que Anjo ao repetir o que ele fizera.
Desistiram, marcados em suas almas pelo outrora desejo de vingar-se, tristes e decepcionados consigo mesmos, partiram as amarras que estavam construindo para Anjo e o abandonaram para partir.
Os mortais seguiram seus rumos, cientes de sua capacidade para o bem, controlando sua capacidade para o mal, agora descoberto. E nunca mais ouviu-se falar de Anjo.
Opiniões, comentários e assuntos do momento, diretamente da cabeça de um escritor errante porque não para no meio do caminho e também erra.
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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
O Frei, o Anjo e o Usurpador - parte 1
Três personagens que nunca se encontram e cujas histórias só têm um ponto em comum. Um título do avesso, inteiro e incompleto. Uma história que não precisa de introdução, apenas fatos
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
Qual o sentido da Quarta-feira de Cinzas?
A Quarta-feira de Cinzas foi instituída há muito tempo na Igreja; dia que marca o início da Quaresma, tempo de penitência e oração mais intensa. Para os antigos judeus, sentar-se sobre as cinzas já significava arrependimento dos pecados e volta para Deus. As cinzas bentas e colocadas sobre as nossas cabeças nos fazem lembrar que vamos morrer, que somos pó e ao pó da terra voltaremos (cf. Gn 3, 19), para que nosso corpo seja refeito por Deus de maneira gloriosa, para não mais perecer.
Qual é o sentido?
A intenção desse sacramental é levar-nos ao arrependimento dos pecados, marcando o início da Quaresma, é fazer-nos lembrar de que não podemos nos apegar a esta vida, achando que a felicidade plena possa ser construída aqui. É uma ilusão perigosa. A morada definitiva é o céu.
A maioria das pessoas, mesmo os cristãos, passa a vida lutando para “construir o Céu na Terra”. É um grande engano! Jamais construiremos o Céu na Terra, jamais a felicidade será perfeita no lugar que o pecado transformou num vale de lágrimas. Devemos, sim, lutar para deixar a vida na Terra cada vez melhor, mas sem a ilusão de que ficaremos sempre aqui.
Deus dispôs tudo de modo que nada fosse sem fim nesta vida. Qual seria o desígnio do Senhor nisso? A cada dia de nossa vida, temos de renovar uma série de procedimentos: dormir, tomar banho, alimentar-nos etc. Tudo é precário, nada é duradouro, tudo deve ser repetido todos os dias. A própria manutenção da vida depende do bater interminável do coração e do respirar contínuo dos pulmões. Todo o organismo repete, sem cessar, suas operações para a vida se manter. Tudo é transitório, nada é eterno. Toda criança se tornará um dia adulta e, depois, idosa. Toda flor que se abre logo estará murcha; todo dia que nasce logo se esvai; e assim tudo passa, tudo é transitório.
Qual a razão de nada ser duradouro?
Compra-se uma camisa nova e, logo, já está surrada; compra-se um carro novo e, logo, ele estará bastante rodado e vencido por novos modelos, e assim por diante.
A razão inexorável dessa precariedade das coisas também está nos planos de Deus. A marca da vida é a renovação. Tudo nasce, cresce, vive, amadurece e morre. A razão profunda dessa realidade tão transitória é a lição cotidiana que o Senhor nos quer dar de que esta vida é apenas uma passagem, um aperfeiçoamento, em busca de uma vida duradoura, eterna e perene.
Em cada flor que murcha e em cada homem que falece, sinto Deus nos dizer: “Não se prendam a esta vida transitória. Preparem-se para aquela que é eterna, quando tudo será duradouro, e nada precisará ser renovado dia a dia.”
Isso nos mostra também que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma bela rosa murchar, é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas não lhe pertence.
Ainda assim, mesmo com essa lição permanente que Deus nos dá, muitos de nós somos levados a viver como aquele homem rico da parábola narrada por Jesus. Ele abarrotou seus celeiros de víveres e disse à sua alma: “Descansa, come, bebe e regala-te” (Lc 12,19b); ao que o Senhor lhe disse: “Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma” (Lc 12,20).
A efemeridade das coisas é a maneira mais prática e constante encontrada por Deus para nos dizer, a cada momento, que aquilo que não passa, que não se esvai, que não morre, é aquilo de bom que fazemos para nós mesmos, principalmente para os outros. Os talentos multiplicados no dia a dia, a perfeição da alma buscada na longa caminhada de uma vida de meditação, de oração e piedade, essas são as coisas que não passam, que o vento do tempo não leva e que, finalmente, vão nos abrir as portas da vida eterna e definitiva, quando “Deus será tudo em todos” (cf. 1 Cor 15,28).
A transitoriedade de tudo o que está sob os nossos olhos deve nos convencer de que só viveremos bem esta vida se a vivermos para os outros e para Deus. São João Bosco dizia que “Deus nos fez para os outros”. Só o amor, a caridade, o oposto do egoísmo, pode nos levar a compreender a verdadeira dimensão da vida e a necessidade da efemeridade terrena.
E se a vida fosse incorruptível?
Se a vida na Terra fosse incorruptível, muitos de nós jamais pensaríamos em Deus e no Céu. Acontece que o Todo-poderoso tem para nós algo mais excelente, aquela vida que levou São Paulo a exclamar:
“Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).
A corruptibilidade das coisas da vida deve nos convencer de que Deus quer para nós uma vida muito melhor do que esta – uma vida junto d’Ele. E, para tal, o Senhor não quer que nos acostumemos com esta [vida], mas que busquemos a outra com alegria, onde não haverá mais sol, porque o próprio Deus será a luz, nem haverá mais choro nem lágrimas.
Aqueles que não creem na eternidade jamais se conformarão com a precariedade desta vida terrena, pois sempre sonharão com a construção do Céu nesta Terra. Para os que creem a efemeridade tem sentido: a vida “não será tirada, mas transformada”; o “corpo corruptível se revestirá da incorruptibilidade” (cf 1Cor 15,54) em Jesus Cristo.
A expectativa do Céu
Santa Teresinha não se cansava de exclamar:
“Tenho sede do Céu, dessa mansão bem-aventurada, onde se amará Jesus sem restrições. Mas para lá chegar é preciso sofrer e chorar; pois bem! Quero sofrer tudo o que aprouver a meu Bem Amado, quero deixar que Ele faça de sua bolinha o que Ele quiser.”
São Paulo lembrou aos filipenses: “Nós somos cidadãos do Céu! É de lá que também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso corpo miserável, para que seja conforme o seu corpo glorioso, em virtude do poder que tem de submeter a si toda a criatura” (Fl 3, 20-21).
A esperança do Céu e da Sua glória fazia o apóstolo dizer:
“Os olhos não viram nem ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).
Essa esperança lhe dava as forças necessárias para vencer as tribulações: “Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada” (Rom 8,18).
Esse é o sentido das cinzas.
Texto escrito por Felipe Aquino (Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino)
Qual é o sentido?
A intenção desse sacramental é levar-nos ao arrependimento dos pecados, marcando o início da Quaresma, é fazer-nos lembrar de que não podemos nos apegar a esta vida, achando que a felicidade plena possa ser construída aqui. É uma ilusão perigosa. A morada definitiva é o céu.
A maioria das pessoas, mesmo os cristãos, passa a vida lutando para “construir o Céu na Terra”. É um grande engano! Jamais construiremos o Céu na Terra, jamais a felicidade será perfeita no lugar que o pecado transformou num vale de lágrimas. Devemos, sim, lutar para deixar a vida na Terra cada vez melhor, mas sem a ilusão de que ficaremos sempre aqui.
Deus dispôs tudo de modo que nada fosse sem fim nesta vida. Qual seria o desígnio do Senhor nisso? A cada dia de nossa vida, temos de renovar uma série de procedimentos: dormir, tomar banho, alimentar-nos etc. Tudo é precário, nada é duradouro, tudo deve ser repetido todos os dias. A própria manutenção da vida depende do bater interminável do coração e do respirar contínuo dos pulmões. Todo o organismo repete, sem cessar, suas operações para a vida se manter. Tudo é transitório, nada é eterno. Toda criança se tornará um dia adulta e, depois, idosa. Toda flor que se abre logo estará murcha; todo dia que nasce logo se esvai; e assim tudo passa, tudo é transitório.
Qual a razão de nada ser duradouro?
Compra-se uma camisa nova e, logo, já está surrada; compra-se um carro novo e, logo, ele estará bastante rodado e vencido por novos modelos, e assim por diante.
A razão inexorável dessa precariedade das coisas também está nos planos de Deus. A marca da vida é a renovação. Tudo nasce, cresce, vive, amadurece e morre. A razão profunda dessa realidade tão transitória é a lição cotidiana que o Senhor nos quer dar de que esta vida é apenas uma passagem, um aperfeiçoamento, em busca de uma vida duradoura, eterna e perene.
Em cada flor que murcha e em cada homem que falece, sinto Deus nos dizer: “Não se prendam a esta vida transitória. Preparem-se para aquela que é eterna, quando tudo será duradouro, e nada precisará ser renovado dia a dia.”
Isso nos mostra também que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma bela rosa murchar, é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas não lhe pertence.
Ainda assim, mesmo com essa lição permanente que Deus nos dá, muitos de nós somos levados a viver como aquele homem rico da parábola narrada por Jesus. Ele abarrotou seus celeiros de víveres e disse à sua alma: “Descansa, come, bebe e regala-te” (Lc 12,19b); ao que o Senhor lhe disse: “Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma” (Lc 12,20).
A efemeridade das coisas é a maneira mais prática e constante encontrada por Deus para nos dizer, a cada momento, que aquilo que não passa, que não se esvai, que não morre, é aquilo de bom que fazemos para nós mesmos, principalmente para os outros. Os talentos multiplicados no dia a dia, a perfeição da alma buscada na longa caminhada de uma vida de meditação, de oração e piedade, essas são as coisas que não passam, que o vento do tempo não leva e que, finalmente, vão nos abrir as portas da vida eterna e definitiva, quando “Deus será tudo em todos” (cf. 1 Cor 15,28).
A transitoriedade de tudo o que está sob os nossos olhos deve nos convencer de que só viveremos bem esta vida se a vivermos para os outros e para Deus. São João Bosco dizia que “Deus nos fez para os outros”. Só o amor, a caridade, o oposto do egoísmo, pode nos levar a compreender a verdadeira dimensão da vida e a necessidade da efemeridade terrena.
E se a vida fosse incorruptível?
Se a vida na Terra fosse incorruptível, muitos de nós jamais pensaríamos em Deus e no Céu. Acontece que o Todo-poderoso tem para nós algo mais excelente, aquela vida que levou São Paulo a exclamar:
“Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).
A corruptibilidade das coisas da vida deve nos convencer de que Deus quer para nós uma vida muito melhor do que esta – uma vida junto d’Ele. E, para tal, o Senhor não quer que nos acostumemos com esta [vida], mas que busquemos a outra com alegria, onde não haverá mais sol, porque o próprio Deus será a luz, nem haverá mais choro nem lágrimas.
Aqueles que não creem na eternidade jamais se conformarão com a precariedade desta vida terrena, pois sempre sonharão com a construção do Céu nesta Terra. Para os que creem a efemeridade tem sentido: a vida “não será tirada, mas transformada”; o “corpo corruptível se revestirá da incorruptibilidade” (cf 1Cor 15,54) em Jesus Cristo.
A expectativa do Céu
Santa Teresinha não se cansava de exclamar:
“Tenho sede do Céu, dessa mansão bem-aventurada, onde se amará Jesus sem restrições. Mas para lá chegar é preciso sofrer e chorar; pois bem! Quero sofrer tudo o que aprouver a meu Bem Amado, quero deixar que Ele faça de sua bolinha o que Ele quiser.”
São Paulo lembrou aos filipenses: “Nós somos cidadãos do Céu! É de lá que também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso corpo miserável, para que seja conforme o seu corpo glorioso, em virtude do poder que tem de submeter a si toda a criatura” (Fl 3, 20-21).
A esperança do Céu e da Sua glória fazia o apóstolo dizer:
“Os olhos não viram nem ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).
Essa esperança lhe dava as forças necessárias para vencer as tribulações: “Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada” (Rom 8,18).
Esse é o sentido das cinzas.
Texto escrito por Felipe Aquino (Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino)
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
Se os tubarões fossem homens
Belo texto de Bertold Brecht que retrata toda realidade de nosso país, nosso mundo... Retrato de nossos governos...
"Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar
Para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro
Tanto vegetais, quanto animais
Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada
E adotariam todas as providências sanitárias
Cabíveis se por exemplo um peixe pequeno ferisse a barbatana
Imediatamente ele faria uma atadura a fim que não morressem antes do tempo
Para que os peixes pequenos não ficassem tristonhos
Eles dariam cá e lá uma festa aquática
Pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos
Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas
Nessas aulas os peixes pequenos aprenderiam
Como nadar para a garganta dos tubarões
Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia
A fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí
Aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixes pequenos
Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo
É o sacrifício alegre de um peixe pequeno
E que todos eles deveriam acreditar nos tubarões
Sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixes pequenos
Se cismaria nos peixes pequenos que esse futuro
Só estaria garantido se aprendessem a obediência
Antes de tudo os peixes pequenos deveriam guardar-se
Antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista
E denunciaria imediatamente aos tubarões se qualquer deles
Manifestasse essas inclinações
Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre sí
A fim de conquistar caixas de peixes e peixes pequenos estrangeiros
As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixes pequenos
Eles ensinariam os peixes pequenos que entre eles
Os peixes pequenos de outros tubarões existem gigantescas diferenças
Eles anunciariam que os peixes pequenos são reconhecidamente mudos
E calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro
Cada peixe pequeno que na guerra matasse alguns peixes pequenos inimigos
Da outra língua silenciosos, seria condecorado
Com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói
Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte
Havia belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores
E suas gargantas seriam representadas como inocentes parques de recreio
Nos quais se poderia brincar magnificamente
Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixes pequenos
Nadam entusiasmados para as gargantas dos tubarões
A música seria tão bela, tão bela que os peixes pequenos
Sob seus acordes, a orquestra na frente entrariam em massa
Para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos
Também haveria uma religião ali
Se os tubarões fossem homens, ela ensinaria essa religião e só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida
Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixes pequenos , alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros
Os que fossem um pouco maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar e os peixes pequenos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixes pequenos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiro da construção de caixas e assim por diante
Conciso e Considerável, só então haveria civilização no mar
Se os tubarões fossem homens"
"Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar
Para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro
Tanto vegetais, quanto animais
Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada
E adotariam todas as providências sanitárias
Cabíveis se por exemplo um peixe pequeno ferisse a barbatana
Imediatamente ele faria uma atadura a fim que não morressem antes do tempo
Para que os peixes pequenos não ficassem tristonhos
Eles dariam cá e lá uma festa aquática
Pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos
Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas
Nessas aulas os peixes pequenos aprenderiam
Como nadar para a garganta dos tubarões
Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia
A fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí
Aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixes pequenos
Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo
É o sacrifício alegre de um peixe pequeno
E que todos eles deveriam acreditar nos tubarões
Sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixes pequenos
Se cismaria nos peixes pequenos que esse futuro
Só estaria garantido se aprendessem a obediência
Antes de tudo os peixes pequenos deveriam guardar-se
Antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista
E denunciaria imediatamente aos tubarões se qualquer deles
Manifestasse essas inclinações
Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre sí
A fim de conquistar caixas de peixes e peixes pequenos estrangeiros
As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixes pequenos
Eles ensinariam os peixes pequenos que entre eles
Os peixes pequenos de outros tubarões existem gigantescas diferenças
Eles anunciariam que os peixes pequenos são reconhecidamente mudos
E calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro
Cada peixe pequeno que na guerra matasse alguns peixes pequenos inimigos
Da outra língua silenciosos, seria condecorado
Com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói
Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte
Havia belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores
E suas gargantas seriam representadas como inocentes parques de recreio
Nos quais se poderia brincar magnificamente
Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixes pequenos
Nadam entusiasmados para as gargantas dos tubarões
A música seria tão bela, tão bela que os peixes pequenos
Sob seus acordes, a orquestra na frente entrariam em massa
Para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos
Também haveria uma religião ali
Se os tubarões fossem homens, ela ensinaria essa religião e só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida
Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixes pequenos , alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros
Os que fossem um pouco maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar e os peixes pequenos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixes pequenos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiro da construção de caixas e assim por diante
Conciso e Considerável, só então haveria civilização no mar
Se os tubarões fossem homens"
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