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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

O Frei, o Anjo e o Usurpador - parte 2

O Anjo

Anjo surgiu em um período onde as trevas reinavam.No princípio ele pairava sem muito contato com os humanos, tinha sua vida própria, alegrias e tristezas de "anjos" como o próprio mencionava.

Um dia resolveu descer a terra e ter contato com os mortais. Ocultara sua forma para andar livremente sem que fosse reconhecido, e entrava em contato com os mortais nesse mundo a parte. No início tudo parecera uma grande brincadeira, mas o contato com os humanos estava o modificando mais do que previa.

O medo, muito mais do que a indiferença aparentada, o fazia voar longe, deixando os mortais a sua procura. Por tempos os mortais procuraram em vão enquanto Anjo não retornava, com histórias e estórias.

Os humanos começaram a questionar as histórias ao perceberem um descuido do Anjo. E de uma verdade descoberta a outra começaram a questionar Anjo, que em defesa jogava a culpa nos humanos.

Mas Anjo cansou-se. Abandonou o mundo e voou mais alto que podia, sem voltar ao meio dos mortais por um longo tempo. Os mortais seguiram seus caminhos, Anjo seguiu voando sem se preocupar com o que acontecia no mundo dos humanos. Até o dia em que...

Anjo cansou-se também de voar. Visitara outros mundos e percebera que voar tanto tempo longe dos humanos fora um erro. Mas os mortais já sabiam de suas mentiras, Anjo sentiu-se pressionado e confessou a ínfima parte do que ocultara por anos. Os mortais continuaram questionando, mas Anjo garantiu que, fora o confessado, a verdade imperava.

Vingança. Só nisso os humanos pensaram. Atrair o máximo possível a atenção do Anjo para que ele não voasse antes de sentir o que os mortais sentiram. Trabalharam habilmente por um longo tempo até acordarem para si e perceberem que não seriam melhores do que Anjo ao repetir o que ele fizera.

Desistiram, marcados em suas almas pelo outrora desejo de vingar-se, tristes e decepcionados consigo mesmos, partiram as amarras que estavam construindo para Anjo e o abandonaram para partir.

Os mortais seguiram seus rumos, cientes de sua capacidade para o bem, controlando sua capacidade para o mal, agora descoberto. E nunca mais ouviu-se falar de Anjo.

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