Hoje abri essa página e olhei tantos textos inacabados e não publicados. Abri alguns e percebi que tiveram seu tempo, e hoje já não quero ou devo continuá-los por não ter sentido ou simplesmente por me sentir incapaz de fazê-lo.
Hoje acordei com saudade. Mas não aquela saudade nostálgica de outros tempos, de situações vividas ou pessoas que há muito não vejo. Apenas uma "saudade do não".
Saudade de momentos que não vivi, de situações que não passei, saudade daquilo que não conheço nem mesmo para sentir falta, desejo ou saudade.
Saudade dos apertos de mão e abraços que não dei, sorrisos que não vi, dos olhares que não troquei, das palavras que não ouvi ou não falei, dos cheiros que não senti, do calor (ou frio) que não senti, dos risos que não dei e também dos que não ouvi, das lágrimas que não derramei e também das que não enxuguei, das sensações que não senti ou fiz sentir, da chuva que não me molhou e das vezes que o sol não me aqueceu, das palavras que não disse e tantas outras que não ouvi... Dos textos que não escrevi e tantos que não li. Das músicas que não ouvi...
O que fazer com tanta saudade do desconhecido? O que fazer quando parece que se sente falta de tudo o que é desconhecido e tão pontualmente daquilo que se conhece?
Certa vez uma amiga me disse que eu era uma "alma velha". Talvez ela tenha razão e eu tenha saudade de tempos que não vivi... Ou, segundo ela, vivi e estão em meu subconsciente. Será?
Seja como for, dessa vez esse texto se completou, mesmo que com ideias em aberto...