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quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Mudar o pensamento

 

Sempre quis acreditar que somos seres em constante evolução e, ao longo de meus dias, tive mais certeza disso.

Com certeza, hoje já não sou o mesmo que era há décadas, anos, semanas. Mudei minha forma de pensar sobre muitas coisas, abandonei velhos hábitos, “vícios” e pensamentos, e, é claro, adquiri tantos outros. E nada seria mais correto que mudar meus pensamentos e percepções.

Nasci antes dos anos 90, o que me faz de uma geração que viveu e conviveu com uma série de coisas que hoje seriam consideradas absurdo. Foi uma época sem limites, sem censuras ou noção. Os programas humorísticos abusavam de piadas envolvendo religião, cor de pele, identificação sexual, xenofobia e todo tipo de coisa que hoje enxerga-se como preconceito. Os programas de auditório buscavam ganhar audiência com pessoas seminuas se digladiando em uma banheira para pegar sabonetes, ou outros tipos de exposição tanto de imagem quanto de palavras. Crianças cantavam junto quando vocalista cantava da suruba que lhe passaram a mão na bunda, mas ele não “comeu ninguém”, ou sobre valer tudo, só não vale dançar homem com homem e nem mulher com mulher, o resto vale.

Não há pessoa que tenha vivido nessa época que hoje não seja ao menos um preconceituoso em desconstrução. Nunca discriminei pessoas por qualquer característica individual dela, mas estava imbuído nessa atmosfera que tratava com naturalidade determinadas situações, manifestações ou humor. E, para mim, ainda hoje existe uma linha muito tênue entre o aceitável e o ofensivo. Aos “olhos atuais” passei por vezes pelo que hoje chamam de “bullying”, mas que na época era situação normal de intimidação a ser vencida com inteligência, e piadas a serem retribuídas.

Mudei meu pensamento (e continuo mudando) em relação à religião e religiões. Tenho ciência que há uma distância entre o que são doutrinas humanas e o que deve ser inspiração Divina. E isso em relação a qualquer doutrina que exista. Sigo uma, simpatizo com outra e respeito todas. Acredito que todas têm o seu valor e também seus defeitos, pois independente da religião, todas possuem um elemento muito falho e sujeito a distorcer o que é o correto: o ser humano.

No fim, sou fruto dos erros e acertos que me trouxeram até aqui, do que assimilei de bom e ruim, e do que busco filtrar. Creio que só de identificar o bom e ruim que assimilei, é um avanço, pois ao contrário do que alguns “imutáveis” dizem, nem tudo é “mimimi”. Nem tudo...

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