Como toda criança, tive meus heróis. Como toda criança, levei a ideia de herói para fora dos gibis e da TV.
Com o tempo e bem rápido, Jaspion, Changeman, He Man e similares ficaram para trás.
No mundo dito "real", tinha três heróis, cada qual com seu "super poder" do mundo real, ao olhos de uma criança. Eram meus heróis, "ídolos", exemplos. Pessoas que eu, uma criança sonhadora me espelhava para crescer, viver, seguir meu rumo. Porém, o ruim dos "heróis reais" é que eles não duram para sempre, algumas vezes Deus os leve, outras eles demostram que foram superestimados.
Perdi meu primeiro herói entre 10 e 11 anos. Ele era um dos exemplos que tinha e de uma hora para outra, me decepcionou fortemente. Não fez nada para mim, antes o tivesse feito. Fez contra própria irmã, sangue de seu sangue e do meu sangue. Em alguns minutos ao telefone com ela, ele despencou do patamar que eu o colocara desde de infante. Creio que ele tenha se arrependido, e ela o perdoado, mas eu... Infelizmente a marca ficou talvez mais em mim do que neles, um fato que peço a Deus que me faça esquecer. assim desconstruiu-se a imagem que eu tinha, assim "perdi" meu primeiro herói.
Anos mais tarde, quis Deus que eu perdesse mais um "herói". Quinze anos de minha vida, escutando suas histórias, conhecendo seu exemplo de vida, de trabalho árduo por onde passou, sua forma de não desistir,, vencer as dificuldades, ser sempre sincero doa a quem doer. Mesmo não tendo "papas na língua", todos o respeitavam e gostavam muito dele, creio que exatamente por ele dizer o que devia ser dito "na cara". Seus últimos quatro anos, convivemos diariamente, até o dia em que, talvez com seu orgulho ferido de não conseguir mais assinar o próprio nome, seu coração achou que fosse hora de partir. Noventa e um anos de muita história de meu herói-ídolo número 2, pois mesmo não estando mais entre nós o considero ainda como um dos dois heróis.
O número 1 não poderia ser outro: um dos principais responsáveis de eu ser quem sou hoje. Uma pessoa que lutou muito, deixando sua terra natal jovem e poucas vezes retornando lá, apenas a passeio. Trabalhou arduamente, diante de todo tipo de discriminação que havia, lutou o bom combate, conquistou, formou sua família. Alguém que não tenho palavras para descrever, tampouco tenho palavras para expressar minha gratidão. Não apenas responsável por eu estar vivo, mas pelo aprendizado de vida que tenho, às vezes muito mais pelo exemplo do que por palavras. Assim como acontecia com meu outro herói, hoje não me canso de ouvir suas histórias, mesmo que repetidas.
Quando criança tinha três heróis. Hoje tenho um que olha por mim junto a Deus, outro que me mostrou o que não ser/fazer, a quem peço a Deus que me ajude a perdoar de coração, e um terceiro que sempre será para mim o primeiro de todos, por quem peço a muito a Deus que o mantenha são por muito tempo junto a nós.
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