Translate

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Amadas palavras

Poderia ter escrito esse texto ontem. Poderia, tê-lo escrito uma semana, um mês, um ou mais anos antes. Por quê? Porque tem coisas que não mudam, não se alteram, por mais que o tempo passe, por mais bons e maus momentos que tenhamos, por mais que a vida nos faça aprender, certas coisas não se perdem, por isso escrever hoje pode ser uma casualidade, um adiamento, uma repetição ou apenas uma necessidade.

Necessidade de expressar, de contar, de dizer ao mundo e a quem se interessar que o mundo segue adiante, nós aprendemos com erros e acertos, evoluímos, mas o sentimento não para, não se extingue, por mais que  palavras "revelem" o oposto. E quantas palavras, entre as ditas e escritas, entre as do passado e do presente, tantas e tão diversas que dariam um dicionário completo com um único tema.

Lembro dos dias que tudo que eu esperava era o momento em que as palavras viravam sonhos que eu nunca tivera, nunca imaginara ter. Nesse momento, meu mundo era outro, um mundo de alegria, felicidade e esperança. Claro que algumas palavras eram tristes, assim como a ausência delas também me entristecia, e nessas horas, parecia que o céu desabaria, que eu não seguiria adiante. Mas nada se compara a alegria de cada esperada palavra, que me levava para longe de onde eu estava.

O tempo foi passando, muitas coisas acontecendo, e senti que me distanciava das palavras. Já não mais as ouvia, nem mais escrevia, mas meu sentimento por elas não mudara. Tentei por um tempo negar a mim mesmo que ainda precisava delas, talvez por medo ou insegurança de não mais saber lidar com elas, nem com a inspiração que elas me passavam. Triste ilusão, negá-las.

Se o mundo seguira adiante, elas ainda tinham um lugar muito especial em minha vida, e meu coração. Mesmo que uma forma diferente, mesmo que hoje com menos sonhos e mais realidades, as palavras, doces e inspiradoras ainda me fazem muito feliz, e sinto que preciso delas para continuar evoluindo, para continuar vivendo. Se a frequência de minha "relação" com elas diminuiu ou mudou, o que sinto não. E serei eternamente grato por cada sorriso e cada lágrima que me fizeram derramar, quando vieram e me permitiram tomar parte delas. De cada palavra, de cada sonho, de cada realidade, de cada oportunidade que me dão de eu ser cada vez mais eu mesmo.

Se outrora amara, hoje ainda amo cada palavra.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Perdido

Perdido em pensamentos, em palavras que entram por meus ouvidos, e ecoam em minha mente. Em alguns segundos, as palavras cessam da mesma forma que surgiram, e o silêncio enche de vazio meu ser.

Olho para o lado, para todos os lados, e para dentro de mim, vejo crescer uma sensação que não sei explicar, como se um ser estranho tomasse conta de meus pensamentos, vontades, atos. Sei que não sou eu, sei que não deixo de sê-lo. Não. Não mais.

Envolto na confusão de palavras, silêncios, pensamentos e ausência deles, perco-me num tempo que já não existe.Passado, presente, futuro tornam-se uma coisa só, e  já não se diferenciam, tudo é passado, tudo é presente, e por isso, não vejo o futuro. Péssimo, triste e real.

Não era para ser, mas é. Não por culpa minha, não por culpa de outrem. Não por culpa do tempo, não por culpa de alguém, de algo. Não existem culpados. Não existem inocentes. Eu estou aqui, como estive ontem, e antes disso. Como estarei amanhã e depois também. Por quanto tempo? Pelo tempo necessário. Não vejo, não sinto, não enxergo como ser diferente.

Continuarei, seja no silêncio ou turbilhão de palavras. Mesmo que nada adiante, continuarei na certeza de estar fazendo minha parte.

Essa é uma ilustração de uma típica confusão mental, que todos já tivemos em algum momento. Vê-se a princípio que não se sabe o motivo de tal confusão e no fim o eu-lírico começa a demostrar estar chegando a um motivo, mesmo que não tenha certeza de que aquilo é o principal responsável. E pode realmente não ser, mas é alguma coisa que veio a tona naquele momento. Tão importante quanto ir descobrindo os "motivos", é o sentimento de não se abater, de enfrentar o motivo, de não desistir diante daquilo que perturba, daquela dificuldade que não vê solução.

É importante continuar, mesmo diante de qualquer dificuldade, se há a certeza de estar certo. Se não existe essa certeza, deve-se procurar outro caminho, aquele que crê ser o melhor. Se apegar a ele e seguir em frente, e nunca duvidar de sua capacidade. Se a dúvida começar a surgir, é hora de rever suas metas, suas decisões. Não há vergonha em corrigir o rumo da vida. O importante é não desistir.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Páscoa

Páscoa é uma data especial. Mesmo não sendo igualmente celebrada, tem uma importância histórica e religiosa maior que Natal e outras festas, afinal nascer todos nascemos, mas ressuscitar somente Deus.
 
Para os judeus, a lembrança a aliança com Deus, que o libertou da escravidão no Egito e que ao longo das eras os acompanhou em suas conquistas, sempre que mantiveram a fé nEle. Para os cristãos, celebra-se a ressurreição do próprio Deus feito homem, Jesus Cristo.
 
Estamos às vésperas do chamado Tríduo Pascal: sexta-feira da Paixão e morte de Cristo, sábado da ‘espera junto ao túmulo’, e o domingo de Páscoa. Gostaria de fazer um convite especial a cada um, inclusive a quem não tem religião, ou segue uma linha religiosa diferente: Esteja onde estiverem, viajando, aproveitando o longo feriado da maneira que for, reservem alguns minutos, para pensar a respeito do significado da Páscoa, de tudo que essa importante data nos traz.
 
Cristo (Salvador, Deus, ou profeta, não importa no que crês) pregou a possibilidade de uma vida melhor para o povo. Não guerreou, não cometeu nenhum crime, apenas quis o melhor não apenas para quem o seguia, mas para todos sem exceção. Fazer o povo acreditar em sua própria capacidade, fez os poderosos da época temerem, e por isso o mataram com a pior morte da época: a morte em cruz. Ele sabia que isso aconteceria, mas não desistiu do que era certo, daquilo que era sua missão, e similar aos sacrifícios que povo na antiguidade fazia, entregou-se para perdão dos pecados da humanidade.
 
Quantas vezes hoje em dia isso acontece? Pessoas que não temem defender o que é o certo, não temem querer o bem das pessoas, mesmo que sem recompensa alguma, ou pior sendo ridicularizadas, e até mesmo mortas por querer o bem aos demais? Mesmo assim não desistem. Por quê? Por que existe a “ressurreição”, aquele bem ‘plantado’ dará frutos, mesmo que demore mais do que 3 dias.
 
Permita “morrer” tudo aquilo que te faz mal a você e às pessoas a seu redor. Permita-se ressurgir para uma vida melhor onde cada pessoa a seu redor é importante. Não é fácil, mas é preciso. Se cada um fizer sua parte, teremos um mundo bem melhor para todos. Mesmo que essa “semente” demore para dar frutos, valerá a pena. Faça as pazes com quem estás brigado, agradeça e peça perdão. Leve uma vida mais leve para teu espírito. Com certeza, sua vida será bem melhor.
 
Uma Feliz Páscoa, de muita paz. E uma vida muito mais feliz a partir de agora e para todo sempre.
 
 
 
 
 
 
 
“Tenho andado a teu lado, junto a ti permanecido, Eu te levo em meus braços, pois sou teu melhor amigo.
  Ninguém te ama como Eu. Olhe para cruz, foi por ti, porque te amo”
                                                                                                                                           Jesus Cristo

quarta-feira, 9 de abril de 2014

O perigo do "gênero" em educação

Por motivos estratégicos, por enquanto os ideólogos de gênero não falam em defender o incesto e a pedofilia, que Shulamith Firestone defendeu com tanta crueza. Concentram-se em exaltar o homossexualismo.
Por Pe. Luíz Carlos Lodi da Cruz, presidente do Pró-Vida de Anápolis e Doutor em Bio-ética.

A ideologia de “gênero” prega, em matéria sexual, a “liberdade” e a “igualdade”. A “liberdade”, porém, é entendida como o direito de praticar os atos mais abomináveis. E a “igualdade” é vista como a massificação do ser humano, de modo a nivelar todas as diferenças naturais que existem entre o homem e a mulher.
A origem da ideologia de gênero é marxista. Para Marx, o motor da história é a luta de classes. E a primeira luta ocorre no seio da família. Em seu livro A origem da família, da propriedade privada e do Estado (1884), Engels escreveu:
Em um velho manuscrito não publicado, escrito por Marx e por mim em 1846, encontro as palavras: ‘A primeira divisão de trabalho é aquela entre homem e mulher para a propagação dos filhos’. E hoje posso acrescentar: A primeira oposição de classe que aparece na história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre homem e mulher unidos em matrimônio monogâmico, e a primeira opressão de classe coincide com a do sexo feminino pelo sexo masculino.
Dentro da família, há uma segunda opressão – a dos filhos pelos pais – que Marx e Engels, no Manifesto Comunista (1848), pretendem abolir: “Censurai-nos por querer abolir a exploração das crianças por seus próprios pais? Confessamos esse crime”.     
Fiel à sua raiz marxista, a ideologia de gênero pretende que, em educação, os pais não tenham nenhum controle sobre os filhos. Nas escolas, as crianças aprenderão que não há uma identidade masculina nem uma feminina, que homem e mulher não são complementares, que não há uma vocação própria para cada um dos sexos e, finalmente, que tudo é permitido em termos de prática sexual.
Note-se que a doutrina marxista não se contenta com melhorias para a classe proletária. Ela considera injusta a simples existência de classes. Após a revolução proletária não haverá mais o “proletário” nem o “burguês”. A felicidade virá em uma sociedade sem classes – o comunismo – onde tudo será de todos.
De modo análogo, a feminista radical Shulamith Firestone (1945-2012), em seu livro A dialética do sexo (1970), não se contenta em acabar com os privilégios dos homens em relação às mulheres, mas com a própria distinção entre os sexos. O fato de haver “homens” e “mulheres” é, por si só, inadmissível.
Como a meta da revolução socialista foi não somente a eliminação do privilégio da classe econômica, mas a eliminação da própria classe econômica, assim a meta da revolução feminista deve ser não apenas a eliminação do privilégiomasculino, mas a eliminação da própria distinção de sexo; as diferenças genitais entre seres humanos não importariam mais culturalmente.
Se os sexos estão destinados a desaparecer, deverão desaparecer também todas as proibições sexuais, como a do incesto e a da pedofilia. Diz Firestone:
O tabu do incesto é necessário agora apenas para preservar a família; então, se nós acabarmos com a família, na verdade acabaremos com as repressões que moldam a sexualidade em formas específicas.
Os tabus do sexo entre adulto/criança e do sexo homossexual desapareceriam, assim como as amizades não sexuais [...] Todos os relacionamentos estreitos incluiriam o físico.
Por motivos estratégicos, por enquanto os ideólogos de gênero não falam em defender o incesto e a pedofilia, que Firestone defende com tanta crueza. Concentram-se em exaltar o homossexualismo.
Ora, não é preciso uma inteligência extraordinária para perceber que os atos de homossexualismo são antinaturais. Nas diversas espécies, o sexo se caracteriza por três notas: a dualidade, acomplementaridade e a fecundidade.
Dualidade: há animais assexuados, como a ameba, que não têm sexo. Os animais sexuados, porém, têm necessariamente dois sexos. Não há uma espécie em que esteja presente apenas o sexo masculino ou apenas o feminino.
Complementaridade: os dois sexos são complementares entre si. E isso não se refere apenas aos órgãos de acasalamento e às células germinativas (gametas) de cada sexo. A fisiologia e a psicologia masculinas encontram na fisiologia e psicologia femininas seu complemento natural e vice-versa.
Fecundidade: a união de dois indivíduos de sexo oposto é apta a produzir um novo indivíduo da mesma espécie.
Percebe-se que nada disso está presente na conjunção carnal entre dois homens ou entre duas mulheres. Falta a dualidade, a complementaridade e a fecundidade próprias do verdadeiro ato sexual. Os atos de homossexualismo são uma grosseiríssima caricatura da união conjugal, tal como foi querida por Deus e inscrita na natureza.
A ideologia de gênero pretende, porém, obrigar as crianças a aceitar com naturalidade aquilo que é antinatural. Tal ideologia distingue o sexo, que é um dado biológico, do gênero, que é uma mera construção social. Gêneros, segundo essa doutrina, são papéis atribuídos pela sociedade a cada sexo. Se as meninas brincam de boneca, não é porque tenham vocação natural à maternidade, mas por simples convenção social. Embora só as mulheres possam ficar grávidas e amamentar as crianças e embora o choro do recém-nascido estimule a produção do leite materno, a ideologia de gênero insiste em dizer que a função de cuidar de bebês foi arbitrariamente atribuída às mulheres. E mais: se as mulheres só se casam com homens e os homens só se casam com mulheres, isso não se deve a uma lei da natureza, mas a uma imposição da sociedade (a “heteronormatividade”). O papel (gênero) de mãe e esposa que a sociedade impôs à mulher pode ser “desconstruído” quando ela decide, por exemplo, fazer um aborto ou “casar-se” com outra mulher.
Em 2010, o Ministério da Saúde publicou a cartilha Diversidades sexuais com o objetivo único de inculcar nos adolescentes e jovens a ideologia de gênero. A eles é ensinado que o homossexualismo é não uma desorientação, mas uma “orientação sexual”. E mais: que tal “orientação” é natural e espontânea, e não depende da escolha da pessoa!
Hoje já se sabe que ser gay ou lésbica não é uma opção, porque não implica uma escolha. O (a) homossexual não opta por ser homossexual, assim como o (a) heterossexual não escolhe ser heterossexual, o mesmo acontecendo com os (as) bissexuais. É uma característica natural e espontânea.
Essa afirmação, apresentada como certeza (“hoje já se sabe...”) é duramente atacada pelo psicólogo holandês Gerard Aardweg, especialista em comportamento homossexual:
O infantilismo do complexo homossexual tem geralmente sua origem na adolescência, e em grau menor na primeira infância. [...]. Não é, porém, durante a primeira infância que o destino do homossexual é selado, como muitas vezes defendem os homossexuais emancipistas, entre outros. Essa teoria ajuda a justificar uma doutrinação das crianças na educação sexual tal como: ‘Alguns de vocês são assim e devem viver de acordo com sua natureza’.
Ora, não há uma “natureza homossexual”, pois o homossexualismo é, em sua essência, um vício contra a natureza. Isso, porém, os ideólogos de gênero proíbem que se diga. Para eles, somente os preconceituosos se opõem às práticas homossexuais. Tal “preconceito”, que eles desejam que se torne um crime a ser punido, recebe o nome pejorativo de “homofobia”.
O Projeto de Lei 8035/2010, que aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) para o decênio 2011-2020, trazia termos próprios da ideologia de gênero: “igualdade de gênero e de orientação sexual”, “preconceito e discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero”. O Senado Federal, porém, em dezembro de 2013, aprovou um substitutivo (PLC 103/2012) que eliminou toda essa linguagem ideológica e ainda acrescentou como diretriz do Plano a “formação para o trabalho e a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade” (art. 2º, V). De volta à Câmara, o projeto agora enfrenta a fúria dos deputados do PT e seus aliados, que pretendem retirar os “valores éticos e morais” e reintroduzir o “gênero” no PNE, a fim de dar uma base legal à ideologia que o governo já vem ensinando nas escolas.
Nem todos compreendem a importância e a extensão do problema. A vitória da ideologia de gênero significaria a permissão de toda perversão sexual (incluindo o incesto e a pedofilia), a incriminação de qualquer oposição ao homossexualismo (crime de “homofobia”), a perda do controle dos pais sobre a educação dos filhos, a extinção da família e a transformação da sociedade em uma massa informe, apta a ser dominada por regimes totalitários.
É a própria família brasileira que está em jogo.
QUE PODEMOS FAZER?
1) LIGUE GRATUITAMENTE PARA O DISQUE CÂMARA 0800 619 619. Tecle "9"
Desejaria enviar uma mensagem para todos os deputados membros da Comissão Especial destinada a votar o Plano Nacional de Educação (Projeto de Lei 8035/2010):
Solicito a Vossa Excelência que mantenha longe do Plano Nacional de Educação as expressões "gênero", "igualdade de gênero" e "orientação sexual". Tal linguagem  não é inócua, mas é própria da ideologia de gênero, que tem por fim destruir a família e massificar o ser humano, nivelando as diferenças naturais entre o homem e a mulher. As crianças e os pais agradecem.
2) ASSINE A PETIÇÃO CONTRA A IDEOLOGIA DE GÊNERO


terça-feira, 8 de abril de 2014

Mudanças nas postagens

Uma das principais dificuldades que venho tendo desde que comecei a escrever no blog é a constância. Gostaria de ter tempo para escrever diariamente, mas nem sempre consigo, e no fim acabo alternando entre períodos de escrita diária e outros de estiagem.

Isso é péssimo, pois não gera uma rotina em vocês, caros leitores. Tem existido dias que vocês entram e não existem novidades, em outros, existem várias "inéditas". Isso é ruim para vocês e no fim para mim também.

Por isso a partir de hoje, as postagens serão semanais, salvo qualquer eventualidade, existirá uma postagem nova toda quarta-feira pela manhã, e também em algumas datas especiais.

Agradeço a compreensão de todos vocês, e não deixem de acompanhar as ideias desse escritor errante.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Cotas, marchas e afins

Desde meu tempo de criança, ouço vários comentários sobre a luta em nosso país contra o preconceito, seja ele de cor de pele (somos todos a mesma raça), condição sócio-econômica, gênero, religião e mais recentemente, opção sexual.

Surpreendentemente o tempo passou e a luta não evoluiu, muito pelo contrário. Em nome do combate ao preconceito, tenho visto mais e mais segregação, mais afastamento e distinção entre as pessoas, entre os iguais.

Uma das "armas" inventadas para tentar combater a distinção foi a criação de cotas. E virou um festival: cotas para negros, pardos; cotas para quem é de escola pública; cotas para "pobres"... E das universidades, passou para os concursos e agora discute-se até para política também. E os iguais passaram a ser segregados em grupos. Reserva de vagas para uns e o restante para quem (ainda) não se encaixa nas cotas criadas.

Sim, caro leitor, você está certo, sou contra as cotas. Criar cotas é uma admissão burra de que parte das pessoas não é capaz de concorrer com as outras, por isso existe essa necessidade de ter cotas. Vou pegar como exemplo as cotas para universidades. Por acaso cor de pele diferencia na capacidade cerebral de alguém? Pela pessoa ter a pele mais ou menos pálida, mais ou menos morena, diferencia o nível de preparação, o nível de conhecimento para passar no vestibular? Cotas para escolas públicas é uma admissão do governo de que ele não dá ensino de qualidade em suas escolas, é admitir que os alunos saem da escola sem o conhecimento necessário. Por que em vez de cotas, não melhoram o nível das escolas, com uma infraestrutura melhor, professores preparados e adequadamente renumerados, de forma a que seus alunos possa competir com alunos de escolas privadas?

Respondo o porquê das cotas: é mais fácil. É mais fácil você segregar, você reservar vagas do que garantir um ensino de qualidade nas escolas. Do mesmo modo, é mais fácil dar o peixe que ensinar a pescar, então temos cotas, bolsa-família, bolsa disso, bolsa daquilo. Cumprir um item constitucional como dar educação é complicado, não dá retorno imediato, leva tempo para que se perceba a evolução, vai além de um mandato. Resumindo não dá votos.

Dar direitos iguais a pobres e ricos. Punir adequadamente a discriminação é difícil, e cada vez mais impossível, pois o próprio governo, com a justificativa de "combater" , está aumentando mais a segregação, separando os iguais. Dando benefícios diferentes a pessoas que são iguais, seres humanos da mesma forma, só atiça as diferenças.

Outro dia estava vendo um programa antigo na TV (Chico Total), e fico imaginando: se fosse hoje, ele poderia falar assim? Poderia ter esse quadro? Com certeza Justo Veríssimo não poderia dizer :"Quero que pobre se exploda!". Dr Logulo e Dr Rossetti não poderiam fazer suas insinuações homo afetivas. E o "Café Bola Branca", onde gente branca não vem, "não vê o criouléu", como a música diz? Impossível! Puro preconceito! Contra pobres, homossexuais e negros!

Na época, tudo era encarado naturalmente, como brincadeira, como humor. Hoje seria uma afronta, criticada em todas as redes sociais e afins. Será que realmente evoluímos? Eu acho que não, na verdade, involuímos.

Sou um pouco mais radical quanto a isso. Cotas são um erro. Mas também não concordo muito em termos um "Dia da consciência Negra" por exemplo. É fato histórico que com a escravidão e os tempos que se seguiram, a cor da pele era um determinante para ser tratado diferente. Mas se hoje temos a real e verdadeira consciência que somos todos iguais, por que não o dia ser da consciência humana? Somos todos iguais e devemos pensar assim.

Da mesma linha vem as marchas, e uma certa irritação que tem havido com relação a opção sexual. Existem marchas do orgulho "gay", mas se eu disser que tenho orgulho de não ser, ou seja tenho orgulho de ser heterossexual, estarei sendo preconceituoso? Espero que não seja visto assim, pois em muitos casos é o que tem parecido, só o fato de não ser é encarado por algumas pessoas como preconceito.

Sem querer entrar em mais esse mérito, quero apenas deixar minha opinião: Sou contra qualquer tipo de preconceito, assim como sou contra qualquer tipo de segregação, mesmo que com a justificativa errônea de diminuir o preconceito.

Fiquem a vontade para opinar, principalmente argumentar. Todo comentário será publicado, desde que não seja agressivo ou ofensivo a quem tenha ideia contrária a sua.