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quarta-feira, 11 de março de 2015

Reflexão: Eu e o tempo

Hoje não apresentarei uma definição quaresmal e sim um texto para reflexão para esse tempo. o Nome do texto é "Eu e o Tempo" do Padre Fábio de Melo, scj

Eu na trilha incerta dos meus passos
Mergulhado no destino imenso dos meus sonhos
Vou percorrendo as estradas do mundo
Deitando a toalha branca sobre os altares da humanidade
E retirando do horizonte profano da vida
A matéria-prima que será sacralizada

Ele , o tempo, e seus movimentos de suas cirandas
Vida que se reveste de cores e estações litúrgicas
Que nos convida a celebrar
O específico de cada motivo

Tempo de preparo, de colheita, vida comum
Sopro do espírito, tempo de ressuscitar

Eu, sacerdote das divinas causas
Ele, sacerdote das humanas razões

Quando com Ele não posso, faço acordo
Sorrio com os motivos de suas alegrias
E poetizo as tristezas, que de suas mãos se desprendem 

Mas quando com Ele posso
Ah, quando com Ele posso, eu dele me esqueço
E vivo

Esse texto me chamou atenção pela abrangência dele em meio aos tempos litúrgicos (cada qual com sua cor e suas celebrações), em relação a vida dele (padre) e de todos nós.

Em meio os passos incertos pelo mundo, caminhamos cumprindo nosso papel, agindo conforme nossas vocações e aptidões, buscando o sagrado em meio a um mundo profanando, e muitas vezes profanando o que sempre foi sagrado. Assim, nós seres humanos agimos, e Deus segue o seu próprio tempo, diferente do nosso. Como poderia ser igual, Deus é eterno, não teve um começo e não terá o fim. Nós tivemos uma origem, um nascimento, e, pelo menos fisicamente, teremos um fim.

Celebramos a vida, seguimos o tempo, celebramos também a morte. Nós fazemos nosso papel. Nós temos que fazer, é importante que não esqueçamos nossa parte, porque Deus sempre faz a Dele.

Quando com Deus não "podemos", quando com Ele não conseguimos estar em sintonia e nos sentimos frágeis, com problemas, fazemos "acordos", promessas, oramos, buscamos Nele nosso conforto e fortaleza. Mas quando tudo vai bem, quando com Ele podemos... Até Dele esquecemos e vivemos, pois os pedidos, as súplicas se tornam cada vez menores. E só nos basta agradecer. Sempre.

Não esqueçamos de agradecer a dádiva de nossa vida, tudo de bom que nos acontece, e o que de ruim também, pois nos traz ensinamentos, nos faz reerguer-nos. Às vezes para que possamos mudar verdadeiramente é preciso que cheguemos até o fundo do poço, mas sem perder nossa fé, pois no fundo do poço, a água será abundante e Deus nos dará forças para subir, não para condição que estávamos, mas para uma muito melhor para nós.

Acredite. E viva.

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