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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Fatos e pessoas

Existem fatos, pessoas e histórias. Histórias são para serem contadas, mas isso a seu tempo. E não apenas em um tempo, mas talvez em três. Três atos para uma história de mudanças. Mas hoje é dia de fatos e pessoas.

Pessoas que fazem a diferença e sempre fizeram desde o princípio. E qual foi esse princípio? Quando foi? Deveras não sei, tampouco creio que precise saber. Tudo que sei é que de alguma forma existe uma ligação, forte o bastante para que eu saiba de fatos antes de eles serem contados e isso aconteceu mais de uma vez, tanto em alegrias quanto tristezas, seja um olhar triste de quem rompeu um relacionamento, um olhar radiante de quem carrega uma alegria em si ou frases do tipo: preciso te contar algo, ou estou com um problema.

E ouço, escuto, espero que conte, mesmo algo dentro de mim sentindo o que é. Poderia afirmar que isso é fonte de vidas passadas e afins, mas não faz parte de minhas crenças religiosas, então apenas afirmo ser fruto de uma ligação psíquica.

E então escrevo. às vezes sem saber o porquê, muitas vezes sem saber para quem. Mas o que escrevo, de alguma forma vai até quem precisa, alguém que precisava ler exatamente aquilo. E creio que hoje não seja diferente, porque não sei dos porquês, nem dos comos, pode ser que um dia eu saiba, pode ser que na hora certa me contem, mas sei que alguém precisa ler isso. Alguém que está triste porque tem um problema, está passando por um momento difícil.

Todos temos momentos difíceis, isso faz parte da vida e do ensinamento que esta nos dá. Os fatos que acontecem em nossas vidas são consequências diretas de nossos atos e de nossas escolhas. E não somos perfeitos, queremos sempre acertar mas erramos e temos que aprender com esses erros. 

Fazemos uma escolha e somos felizes, mas a felicidade é algo frágil que deve ser trabalhada no dia-a dia, no contato diário, nos grandes e pequenos detalhes. E de repente o que antes nos fazia feliz, já não faz mais. Vem a tristeza, a sensação de decepção, e por alguns momentos esquecemos dos frutos que os tempos felizes nos deixaram. Não são poucos nem devem ser subestimados.

Precisamos estarmos felizes conosco mesmo, cientes de que cada passo pode nos levar a felicidade ou a tristeza, mas certos de que é necessário acima de tudo dar esse passo, sem medo, sem "culpa externa", mas de acordo com o que acreditamos ser o melhor para nós. Podemos estar errados? Sim, mas mais errado é ficar parado. Arriscar, viver, ser feliz, ficar triste, recuperar a felicidade, conquistar, ser derrotado, perder, ganhar. Mas seguir em frente com o ensinamento de tudo que deu certo e deu errado no passo anterior, isso é o mais importante.

Não se preocupe se o que te fazia bem, te fazia feliz, hoje não faz mais, ou se algo se deu errado algum plano, se algo que você muito quis escapou por pouco de tuas mãos. A conquista virá em breve, basta manter o foco,  transformar os erros em acertos e multiplicar os acertos.

Seu momento chegará, tenha fé em si. E nunca perca a fé em Deus.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Quando menos é mais

Quereria ser menos, quereria fazer menos, saber menos. Gostaria de ser como aquelas pessoas que não se esforçam para fazer nada, pois essas acabam sendo mais valorizadas. 

Sim, gostaria. Infelizmente vivemos numa cultura onde a incompetência é valorizada, onde o saber menos, fazer menos é visto com mais bons olhos do que o oposto.

Isso começa de criança, quando na escola existem dois alunos: um que sempre tira boas notas e outro costumeiramente sempre com notas bem baixas. Imagine o exemplo: um aluno tira sempre entre 9 e 10 em suas avaliações, enquanto outro mantem sua nota entre 3 e 4. Acontece de numa prova ambos obtiveram o mesmo grau: 6,5. Ao entregar a prova a professora diz para o aluno de boas notas : "O que aconteceu? Precisa se esforçar mais para próxima". E esse aluno vai triste para casa pensando no que aconteceu para aquela nota "ruim" dentre tantas "boas" e em casa, ainda terá que enfrentar a mesma pergunta de seus pais: "O que aconteceu?".  Enquanto isso, o aluno das notas baixas ganha um "Parabéns" da professora, e lhe diz "Continue assim", e ele vai feliz, satisfeito e orgulhoso por aquele feito, aquela nota boa dentre tantas ruins.

E isso prossegue durante toda vida da pessoa. Todo seu esforço e trabalho é visto como algo costumeiro e habitual dela, como se não passasse de sua "obrigação" devido a sua conhecida vontade de ajudar, de fazer o que é preciso, de modo a quando não faz algo é questionado do porquê.

Por outro lado, aquela pessoa conhecidamente displicente e inábil tem seu mínimo esforço reconhecido e parabenizado. Como exemplo, algo simples e fácil, representado em muitas histórias de filmes e afins: "colocar o lixo para fora." Uma pessoa sempre o faz, é seu hábito e costume, mas por algum motivo, um dia não colocou o lixo para fora. Resultado: no mínimo é questionado do porquê, e criticado. Outra pessoa é relapsa, nunca fez essa atividade (nem outras similares e simples), um certo dia chega, olha o lixo e o põe para fora. Resultado: é elogiado.

Esse comportamento de não valorizar aquele que usualmente é aplicado em suas obrigações, é algo até mesmo incentivado pelas religiões:

"Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o realiza, receberá muitos açoites. Mas aquele que não a conhece e pratica coisas merecedoras de castigo, receberá poucos açoites. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido." (Lc 12, 47-48)

Esse é um trecho dentre outros que tem o mesmo sentido: o saber demais, o fazer demais nem sempre é bom. Muitas vezes a ignorância e incapacidade são mais valorizadas, pelo simples fato de culturalmente ou usualmente não se esperar nada da pessoa.

Com o conhecimento vem também a responsabilidade, essa é uma verdade muito dita. A responsabilidade de fazer certo, a responsabilidade simplesmente de fazer. E quando você faz, quando você se mostra competente, será cobrado para que faça sempre.

Se você pode viver sem os louros da vitória, com a consciência de fazer o que pode, se sentindo bem apenas por ser útil, aprenda, saiba e faça. Não será reconhecido, nem parabenizado, mas se sentirá bem consigo. Se precisa viver de elogios, só faça algo quando as pessoas esquecerem que você é capaz, assim você infla seu ego até ele ficar maior que sua consciência do dever cumprido. Mas não cometa o erro de perceberem que você pode mais, pois se perceberem, vão te exigir mais.

Porque menos, muitas vezes é mais. Infelizmente.



domingo, 5 de abril de 2015

Páscoa e seus símbolos

O nome páscoa surgiu a partir da palavra hebraica "pessach" ("passagem"), que para os hebreus significava o fim da escravidão e o início da libertação do povo judeu (marcado pela travessia do Mar Vermelho, que se tinha aberto para "abrir passagem" aos filhos de Israel que Moisés ia conduzir para a Terra Prometida).

Ainda hoje a família judaica se reúne para o "Seder", um jantar especial que é feito em família e dura oito dias. Além do jantar há leituras nas sinagogas.

Para os cristãos, a Páscoa é a passagem de Jesus Cristo da morte para a vida: a Ressurreição. A passagem de Deus entre nós e a nossa passagem para Deus. É considerada a festa das festas, a solenidade das solenidades, e não se celebra dignamente senão na alegria.

Em tempos antigos, no hemisfério norte, a celebração da páscoa era marcada com o fim do inverno e o início da primavera. Tempo em que animais e plantas aparecem novamente. Os pastores e camponeses presenteavam-se uns aos outros com ovos.


OVOS DE PÁSCOA

 De todos os símbolos, o ovo de páscoa é o mais esperado pelas crianças.

Nas culturas pagãs, o ovo trazia a idéia de começo de vida. Os povos costumavam presentear os amigos com ovos, desejando-lhes boa sorte. Os chineses já costumavam distribuir ovos coloridos entre amigos, na primavera, como referência à renovação da vida.

Existem muitas lendas sobre os ovos. A mais conhecida é a dos persas: eles acreditavam que a terra havia caído de um ovo gigante e, por este motivo, os ovos tornaram-se sagrados.
Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras figuras religiosas.
Pintar ovos com cores da primavera, para celebrar a páscoa, foi adotado pelos cristãos, nos século XVIII. A igreja doava aos fiéis os ovos bentos.

A substituição dos ovos cozidos e pintados por ovos de chocolate, pode ser justificada pela proibição do consumo de carne animal, por alguns cristãos, no período da quaresma.

A versão mais aceita é a de que o surgimento da indústria do chocolate, em 1830, na Inglaterra, fez o consumo de ovos de chocolate aumentar.

COELHO

 O coelho é um mamífero roedor que passa boa parte do tempo comendo. Ele tem pêlo bem fofinho e se alimenta de cenouras e vegetais. O coelho precisa mastigar bem os alimentos, para evitar que seus dentes cresçam sem parar.

Por sua grande fecundidade, o coelho tornou-se o símbolo mais popular da Páscoa. É que ele simboliza a Igreja que, pelo poder de cristo, é fecunda em sua missão de propagar a palavra de Deus a todos os povos.

CORDEIRO

 O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa, é o símbolo da aliança feita entre deus e o povo judeu na páscoa da antiga lei. No Antigo Testamento, a Páscoa era celebrada com os pães ázimos (sem fermento) e com o sacrifício de um cordeiro como recordação do grande feito de Deus em prol de seu povo: a libertação da escravidão do Egito. Assim o povo de Israel celebrava a libertação e a aliança de Deus com seu povo.

Moisés, escolhido por Deus para libertar o povo judeu da escravidão dos faraós, comemorou a passagem para a liberdade, imolando um cordeiro.

Para os cristãos, o cordeiro é o próprio Jesus, Cordeiro de Deus, que foi sacrificado na cruz pelos nossos pecados, e cujo sangue nos redimiu: "morrendo, destruiu nossa morte, e ressuscitando, restituiu-nos a vida". É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora não só com um povo, mas com todos os povos.

CÍRIO PASCAL

 É uma grande vela que se acende na igreja, no sábado de aleluia. Significa que "Cristo é a luz dos povos".

Nesta vela, estão gravadas as letras do alfabeto grego"alfa" e "ômega", que quer dizer: Deus é princípio e fim. Os algarismos do ano também são gravados no Círio Pascal.

O Círio Pascal simboliza o Cristo que ressurgiu das trevas para iluminar o nosso caminho.

GIRASSOL

 O girassol é uma flor de cor amarela, formada por muitas pétalas, de tamanho geralmente grande. Tem esse nome porque está sempre voltado para o sol.

O girassol, como símbolo da páscoa, representa a busca da luz que é Cristo Jesus e, assim como ele segue o astro rei, os cristãos buscam em Cristo o caminho, a verdade e a vida.

PÃO E VINHO

 O pão e o vinho, sobretudo na antiguidade, foram a comida e bebida mais comum para muitos povos. Cristo ao instituir a Eucaristia se serviu dos alimentos mais comuns para simbolizar sua presença constante entre e nas pessoas de boa vontade. Assim, o pão e o vinho simbolizam essa aliança eterna do Criador com a sua criatura e sua presença no meio de nós.

Jesus já sabia que seria perseguido, preso e pregado numa cruz. Então, combinou com dois de seus amigos (discípulos), para prepararem a festa da páscoa num lugar seguro.

Quando tudo estava pronto, Jesus e os outros discípulos chegaram para juntos celebrarem a ceia da páscoa. Esta foi a Última Ceia de Jesus.
A instituição da Eucaristia foi feita por Jesus na Última Ceia, quando ofereceu o pão e o vinho aos seus discípulos dizendo: "Tomai e comei, este é o meu corpo... Este é o meu sangue...". O Senhor "instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar assim o Sacrifício da Cruz ao longo dos séculos, até que volte, confiando deste modo à sua amada Esposa, a Igreja, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal, em que se come Cristo, em que a alma se cumula de graça e nos é dado um penhor da glória futura" [3].
A páscoa judaica lembra a passagem dos judeus pelo mar vermelho, em busca da liberdade.

Hoje, comemoramos a páscoa lembrando a jornada de Jesus: vida, morte e ressurreição.

COLOMBA PASCAL

 O bolo em forma de "pomba da paz" significa a vinda do Espírito Santo. Diz a lenda que a tradição surgiu na vila de Pavia (norte da Itália), onde um confeiteiro teria presenteado o rei lombardo Albuíno com a guloseima. O soberano, por sua vez, teria poupado a cidade de uma cruel invasão graças ao agrado.

SINO

 Muitas igrejas possuem sinos que ficam suspensos em torres e tocam para anunciar as celebrações.

O sino é um símbolo da páscoa. No domingo de páscoa, tocando festivo, os sinos anunciam com alegria a celebração da ressurreição de cristo.


ÓLEOS SANTOS

Na antiguidade os lutadores e guerreiros se untavam com óleos, pois acreditavam que essas substâncias lhes davam forças. Para nós cristãos, os óleos simbolizam o Espírito Santo, aquele que nos dá força e energia para vivermos o evangelho de Jesus Cristo.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Tríduo Pascal

Amanhã inicia-se o Tríduo Pascal. O Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor inicia com a Missa vespertina Ceia do Senhor, possui o centro na Vigília Pascal e encerra-se com as Vésperas. Gostaria de “falar” um pouco desses dias, que para alguns são só dias de folga, mas para quem crê são dias únicos e os mais especiais do ano.

Missa da Ceia do Senhor (Quinta-feira Santa)
Nos recordas Ceia do Senhor. Quando Ele prediz sua Paixão e Morte e despede-se dos Apóstolos na última ceia. Neste dia, Jesus instituiu a Eucaristia e o sacerdócio. Na celebração, o sacerdote lava os pés de doze pessoas convidadas, na tradicional cerimônia da Missa do Lava-pés, recordando o gesto de Jesus em lavar os pés dos seus discípulos e a dizer: ‘Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei’, significando que devemos servir uns aos outros com total humildade, gratuidade e amor. Ao final da Missa se faz a Transladação do Santíssimo Sacramento e, em seguida, a adoração.

Paixão do Senhor (Sexta-feira Santa)
Neste dia a igreja recomenda abstinência total de carne e acompanha em silêncio o sofrimento e condenação até sua entrega total coma morte na cruz. Não se celebra Missa ou qualquer Sacramento e comunga-se as hóstias consagradas na Quinta-feira Santa. A celebração central deste dia é a das 15 horas, em que segundo a Tradição, Jesus morre. Ela se divide em quatro partes:
Liturgia da Palavra, Oração Universal, Adoração do Senhor na Cruz. É dia de total silencio e reflexão.

Vigília Pascal (Sábado Santo)
Celebramos a Vigília Pascal. A vida quer a vida, não a morte. A Ressurreição de Jesus é o milagre do começo da vida, vida nova a partir da morte.
O Círio Pascal, aceso com o fogo novo, luz que surge nas trevas, representa Cristo Ressuscitado Vitorioso sobre a morte e Senhor da história, luz que ilumina o mundo. Na vela estão gravados as letras gregas Alfa e Ômega, que querem dizer. ‘Deus é principio e o fim de tudo”.

Passados esses dias chegamos enfim na Páscoa. Páscoa significa passagem. A Páscoa de Cristo é sua passagem da morte na cruz para ressurreição. É sua vitória plena e definitiva sobre a morte e sobre todos os males. Desse modo, a ressurreição de Jesus mudou totalmente a história da humanidade e de cada ser humano. A Páscoa é o mistério unificador de toda a nossa fé cristã, sendo assim, a festa principal Igreja.