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quarta-feira, 20 de junho de 2018

Crônicas de Mago - Prólogo

Por muitos anos Mago foi um andarilho. Andava em busca de encontrar a si mesmo, em meio a mundos do qual não fazia parte. Era apenas mero personagem, e como personagem agia, tentando muito mais ser adaptável ao mundo em que estava do que adaptando-o.

Conheceu mundos fora do seu, universos dos quais não poderia fazer parte. Algumas vezes até tentou se inserir, mas nunca lhe era permitido. Por vezes sentia-se só, mesmo acompanhado.

Foi dupla, foi trio, foi grupo, sempre pelo tempo que era de interesse. Não tem porque se queixar, usufruiu do benefício pelo tempo que lhe permitiram, tanto quanto outros. Mas sentiu falta, e certas vezes ainda sente, da veracidade do "para sempre" que lhe fora prometido, principalmente quando o "para sempre" funcionava para outros, não para ele.

Percorreu caminhos, tentou ser ele mesmo, tentou ser outro,  por vezes caía, mas acabava levantando e seguindo, ora mais rápido, ora mais devagar. Por vezes viveu, em outras ocasiões apenas sobreviveu. Mas isso foi o bastante para não desabar de vez.

Hoje está cansado, anda devagar, sem pressa, sentindo os sabores e dissabores de estar vivo. Por vezes apenas senta numa pedra em algum povoado por onde passa, e conta suas histórias, pausadamente. E cada vez que conta, um detalhe novo aparece, outro acaba sendo omitido, sem perder a essência do que é contado.

E essas histórias é que serão contadas aqui, pouco a pouco, sem pressa, sem fim...

continua

terça-feira, 12 de junho de 2018

Tarde solar


Homenagem a minha amada e eterna namorada....





Pra você 
Me guardei 
Acordei 
Teu sorriso 

Me lembrei 
De você 
Doce amor 
Armadilha 

Vendaval 
Invadiu 
Meu deserto 
Minha ilha 

Paixão que vive em meu peito 
O amor que eu vivi, esperei 

Quem sabe um dia virás 
Tão suave como as marés 
Eu e você somos um paraíso 
Terrestre no ar 
Sem perceber eu te espero 
Na tarde solar, solar 

Vendaval 
Invadiu 
Meu deserto 
Minha ilha 

Paixão que vive em meu peito 
O amor que eu vivi, esperei 

Quem sabe um dia virás 
Tão suave como as marés 
Eu e você somos um paraíso 
Terrestre no ar 
Sem perceber eu te espero 
Na tarde solar, solar 

A distância é um mar 
Uma praia sem fim 
Acordei um amor te amo 
Sinto o teu calor 
Navegar em mim 
Olho o cais 
O horizonte eu vi 

Doce como os beijos 
Que ainda vou lhe dar 
É o amor 
Eu te amo, te amo 

Acordei 


Composição: Alexandre Blasifera / Flávio Venturini

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Morrendo aos poucos

Morro aos poucos.
Dia a dia, morro um pouco mais.
Não de alguma doença degenerativa ou terminal.
Morro por dentro, na alma, no espírito e na vontade de seguir adiante.
A cada passo, cada fisgada, cada dor que entranha em meu ser.

Me perco.
Nos pensamentos.
Nas vontades.
Nos sonho.

Já não penso.
Não desejo.
Não sonho.
Há muito tempo.

Mas sigo.
Não quero parar.
Paradoxo perfeito:
Vontade de estática, desejo de seguir.

Não quero muito.
Só o que era meu.

Acordar.
Trabalhar.
Voltar a casa.
Dormir.

Sem medos.
Sem dores.
Sem receios.

Pois "sem" eu prossigo.
Sem visão.
Sem futuro.
Sem melhora.

Morrendo aos poucos.
Até a morte definitiva.
Que me levará para sempre
E lágrimas deixará.

Para quem comigo pensa
Sonha.
Planeja.
Realiza.

E no fim,
Me ganha
E me mantém aqui

Vivo
Persistente, e
Seguindo.