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quarta-feira, 6 de junho de 2018

Morrendo aos poucos

Morro aos poucos.
Dia a dia, morro um pouco mais.
Não de alguma doença degenerativa ou terminal.
Morro por dentro, na alma, no espírito e na vontade de seguir adiante.
A cada passo, cada fisgada, cada dor que entranha em meu ser.

Me perco.
Nos pensamentos.
Nas vontades.
Nos sonho.

Já não penso.
Não desejo.
Não sonho.
Há muito tempo.

Mas sigo.
Não quero parar.
Paradoxo perfeito:
Vontade de estática, desejo de seguir.

Não quero muito.
Só o que era meu.

Acordar.
Trabalhar.
Voltar a casa.
Dormir.

Sem medos.
Sem dores.
Sem receios.

Pois "sem" eu prossigo.
Sem visão.
Sem futuro.
Sem melhora.

Morrendo aos poucos.
Até a morte definitiva.
Que me levará para sempre
E lágrimas deixará.

Para quem comigo pensa
Sonha.
Planeja.
Realiza.

E no fim,
Me ganha
E me mantém aqui

Vivo
Persistente, e
Seguindo.


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