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quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Começo do fim - parte 5

Talvez eu esteja até um pouco atrasado em escrever sobre essa pessoa. Creio nunca ter escrito nada sobre ela, e pouco para ela. Ela foi meu porto seguro durante um bom tempo em uma fase de minha vida que um turbilhão de coisas aconteceram e eu sentia que não tinha ninguém.

Tanta coisa que qualquer um que leia pensa que foi algum romance do passado. Nada disso, de fato isso nunca passou por minha mente. Apenas foi e é uma amizade que não surgiu, de alguma forma já existia, do tipo que incentivava a fazer o que me fazia bem e alertava sobre o que achava que não ia bem ou daria certo. Uma pessoa com qualidades e defeitos como qualquer outra. Uma amizade humana que vinha da alma.

E sempre me incentivou a escrever, me emprestou livros, me presenteou com outros e com uma agenda com frases espirituais. Sempre me disse para que eu escrevesse e lesse se quisesse, senão completasse o caderno ou agenda e desse um fim definitivo, para deixar aqueles pensamentos e sentimentos para trás, para viver outros e novos. Confesso que segui muito isso, tentar caminhar em frente com as marcas e cicatrizes apenas. As registradas no papel foram facéis de deixar lá. As da mente nenm tanto.

Te agradeço imensamente por cada palavra e incentivo, por cada lágrima e sorriso. Até hoje me sinto feliz sabendo que sorris. Se não tiver vontade, respire fundo e siga em frente.

Minha gratidão a ti, κμ'.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Começo do fim - parte 4

Não posso de forma nenhuma falar de incentivos a escrever, sem mencionar aquela pessoa que me deu a minha primeira agenda para escrever.

Lembro como se hoje fosse, o ambiente não poderia ser diferente, na Igreja da Candelária, ela já estava lá quando cheguei. Uma escritora, que não vivia dos livros, conhecendo um leitor, e o presenteando com uma agenda (tema: paulo Coelho), com uma bela dedicatória em que a escritora admitia estar tão perdida quanto o  leitor, ali sem script, sem roteiro do que dizer ou agir. E nada precisava ser dito ali, bastava ficar olhando a Igreja e sua beleza. Em mim a gratidão pelo presente e pelo escrito inédito e exclusivo que estava na primeira página. Eu fazia estágio ali perto, e aqueles momentos inicialmente de silêncio, depois das habituais conversas, foram muito bons.

A partir dali comecei a escrever quase que diariamente, durante alguns anos, naquela e em outras agendas. Deixava passar para o papel o que eu estava pensando, independente do que fosse, sem julgamentos, sem culpas, sem raciocinar, sem reler. Momentos de alegria, tristeza, raiva e dúvidas ficaram ali registrados e lacrados para que nem eu volte a ler.

Quando penso no tanto que escrevi tenho apenas uma vontade: fazer uma bela fogueira, pois já serviu a seu propósito. Estranho mas uma sensação real...

Quero deixar meu muito obrigado a quem me incentivou a começar a escrever para mim, a deixar derramar para as páginas o turbilhão que passava em minha mente, para que um dia eu fosse capaz de concatenar ideias e chegar aqui.

Minha gratidão a ti.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Começo do fim - parte 3

Nem todos os incentivos a escrever foram tão diretos. Algumas vezes foram bem sutis, como um pequeno bilhete recebido, ou um texto de alguém que não encontrava como expressar falando o que gostaria.

Conheci algumas pessoas assim, e talvez em outros tempos eu pudesse dedicar uma parte inteira a cada uma, mas hoje as ideias são outras, os tempos são outros e creio que resumir seja melhor. Assim consigo explicar melhor sem me estender tanto.

De fato eu sou grato a cada pessoa que escreveu algo para mim, seja um pequeno bilhete, um manuscrito numa folha de papel ou um email. Tudo que feito de coração me incentivou e muito a querer escrever. E foram tantas coisas espontâneas que eu não conseguiria mencionar cada uma, mas posso citar duas ou três ilustrativas.

Lembro de uma vez, na lanchonete de onde eu estudava, como um dia qualquer, e uma pessoa que estudava comigo começou a escrever no caderno enquanto lanchávamos. Quando terminou me entregou. Algo belo e simples, uma demonstração de amizade, sem nenhum desejo a mais do que me fazer sorrir e demonstrar amizade. Eterna? Não sei, apesar de não ter contato há muito tempo, tenho um bem querer por essa pessoa. Assim como tenho por muitas pessoas que conheci.

Outro exemplo que posso citar, foi da mesma época, de alguém que era apelidada de "Lispector". Escrevia bem, isso é inegável, mas não se tornou escritora e sim médica. Na ocasião, éramos quase que um trio que virou uma dupla dentro de uma turma inteira. Um dia me presenteou com um manuscrito seu, que infelizmente tempos depois a chuva levou. Mas naquele dia me deixou feliz, assim como sou feliz de ter contato esporádico com essa "velha", mas verdadeira amiga.

Este texto de hoje é uma homenagem a todos que me incentivaram a escrever, escrevendo. Um texto, e-mail, mensagem, uma carta, um bilhete, ou uma frase/desenho no meu caderno. Por vocês e para vocês também, tenho escrito todos esses anos.

Obrigado.