Não posso de forma nenhuma falar de incentivos a escrever, sem mencionar aquela pessoa que me deu a minha primeira agenda para escrever.
Lembro como se hoje fosse, o ambiente não poderia ser diferente, na Igreja da Candelária, ela já estava lá quando cheguei. Uma escritora, que não vivia dos livros, conhecendo um leitor, e o presenteando com uma agenda (tema: paulo Coelho), com uma bela dedicatória em que a escritora admitia estar tão perdida quanto o leitor, ali sem script, sem roteiro do que dizer ou agir. E nada precisava ser dito ali, bastava ficar olhando a Igreja e sua beleza. Em mim a gratidão pelo presente e pelo escrito inédito e exclusivo que estava na primeira página. Eu fazia estágio ali perto, e aqueles momentos inicialmente de silêncio, depois das habituais conversas, foram muito bons.
A partir dali comecei a escrever quase que diariamente, durante alguns anos, naquela e em outras agendas. Deixava passar para o papel o que eu estava pensando, independente do que fosse, sem julgamentos, sem culpas, sem raciocinar, sem reler. Momentos de alegria, tristeza, raiva e dúvidas ficaram ali registrados e lacrados para que nem eu volte a ler.
Quando penso no tanto que escrevi tenho apenas uma vontade: fazer uma bela fogueira, pois já serviu a seu propósito. Estranho mas uma sensação real...
Quero deixar meu muito obrigado a quem me incentivou a começar a escrever para mim, a deixar derramar para as páginas o turbilhão que passava em minha mente, para que um dia eu fosse capaz de concatenar ideias e chegar aqui.
Minha gratidão a ti.
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