Estou cansado. Cansado de não ter controle sobre meus próprios passos, sobre o que posso ou não fazer, o que posso ou não comer, onde posso ou não ir.
Não, não há ninguém que me impeça... Além de eu mesmo, de minhas limitações que aos poucos fui adquirindo, de forma que a cada passo levemente diverso, já devo esperar as consequências.E elas chegam mesmo quando não espero, quando não imagino que possam vir.
Estou cansado. Cansado do mundo e daqueles que acham ser de menor valia a dor alheia, de achar que tudo varia de acordo com a sensibilidade da dor para cada um. Sei o tamanho da dor, sei o tamanho do incômodo, e essa não varia de acordo com uma "sensibilidade maior" a dor que eu tenha ou não.
Estou cansado de opiniões do tipo: "isso é psicológico", "toma um calmante que ajuda", "você se aborrece muito?". Estou cansado de não compreenderem que algo que tem um fundo ou um simples gatilho emocional é tão sério quanto algo independente do psicossomático. E pode ser ainda mais sério porque não vai melhorar com um simples comprido ou tratamento de curto prazo.
Estou muito, mas muito cansado de ver o quanto eu estava errado. Já fui assim, já fui dessas pessoas que creem que o emocional nada vale para "vida física", para saúde corporal. Já acreditei ser imune a sentimentos, sensações, pensamentos e emoções. Não sou perfeito, sou um ser falho, e essa foi minha primeira grande falha: crer no que não sou. Guardei dentro de mim tantas coisas, querendo parecer o inatingível, o sensato que resolveria os problemas de forma racional, alguém capaz de resolver sua vida sem sentir, antes de pensar em emoções.
Hoje sou refém do que me tornei, após anos e décadas de contenções e poucas "explosões": alguém que alguns acham anti-social, outros contido emocionalmente, mas nada mais que um refém, não das emoções já não tão contidas (nem tão explicitas também), mas do meu próprio corpo e limitações. Refém do que como, sapiente que mesmo que nunca varia um só alimento, posso ter dias bem ruins. Variar um simples tempero pode vir a ser algo temerário e de arrependimento. Refém de tentar não me abalar nem mesmo nos dias ruins, pois isso pode ser um gatilho para disparar algo muito pior.
Refém de emoções e porções... Enquanto o mundo, ou quase todo mundo não consegue entender a real dimensão de tudo isso, a pura incerteza dos dias...
Opiniões, comentários e assuntos do momento, diretamente da cabeça de um escritor errante porque não para no meio do caminho e também erra.
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quarta-feira, 29 de junho de 2016
quarta-feira, 22 de junho de 2016
Os Barcos
"Os Barcos" é uma letra de esperança e de um término de uma relação.
Com uma letra muito simples e interessante de se analisar, a música nos passa uma moral interessante da obsessão pelo próximo e do sofrimento causado pela perda de alguém num relacionamento amoroso.:
O término foi unilateral. Um quer, mas o outro já não quer mais. Renato diz frases interessantes como "estar medindo forças desiguais", no sentido de "estamos tentando mostrar quem é mais forte", mas ele sabe que não é, porque não se conforma com esse fim, porque como ele mesmo diz, qualquer um pode ver, que só terminou pra outra pessoa. Pra ele, esse amor ainda continua e ele sofre com esses sentimentos que ficaram.
Aqui, é a parte mais poética, dessa letra que é sobretudo uma grande genialidade retratada em música.
Renato compara a vida com um teatro, e sua falsidade de estar bem após esse fim de relacionamento, como um papel paralelo, uma vida alheia que um ator tem.
São palavras e textos as respostas automáticas de "estou bem" e "não sinto falta", e ensaios que fazem cenas quando ele deve dizer essas frases ou realmente fingir que está tudo bem e que não sente falta, a cada ato, ele encena a diferença, o que não é ele, o que não é do seu jeito normal - igual.
Do que é amor, ficou apenas um retrato, assim como seria dito por Adriana Calcanhoto em "Devolva-me". Renato finaliza essa parte dizendo que essa peça (vida) que ele atua (vive) é um improviso insensato e que a saudade que ele está tendo no momento, ele sabe de cor, de tanto que decorou esses momentos, de tanto que viveu essas lágrimas e vazio, pois ele sabe o caminho dos barcos, "o caminho que as coisas levam".
Há muito ele se sente alheio de tudo, e após algumas ideias ditas ali, ele diz as seguintes frases: " eu faço da mentira, liberdade" ele se sente livre do outro, quando diz coisas falsas sobre si, complementando que "de qualquer quintal faz cidades", consegue fazer coisas grandes de coisas pequenas, talvez comparando isso aos seus problemas, à suas emoções e aos sentimentos que está vivendo em solidão, silêncio e vazio.
Renato diz ainda que insiste que é VIRTUDE o que é ENTULHO: Ele insiste em dizer que esse amor perdido seria virtude sabendo que isso é entulho. Ele insiste em crer que é bom e construtivo, algo que já foi usado e hoje é lixo. Vê a pessoa se apaixonando por outro e ele sente saudade do que sentiu, de quem achou que seria parte de si e agora é parte de outro. Enquanto ele sofre, ela está com outra pessoa, esquecendo-se dele.
Tudo terminou, aos quatro ventos foi falado e todos sabem que tudo terminou, mas qualquer um pode notar, que só terminou apenas pra um dos lados. Que o outro lado está em desequilíbrio e total solidão.
Com uma letra muito simples e interessante de se analisar, a música nos passa uma moral interessante da obsessão pelo próximo e do sofrimento causado pela perda de alguém num relacionamento amoroso.:
Você diz que tudo terminou
Você não quer mais o meu querer
Estamos medindo forças desiguais
Qualquer um pode ver
Que só terminou pra você
O término foi unilateral. Um quer, mas o outro já não quer mais. Renato diz frases interessantes como "estar medindo forças desiguais", no sentido de "estamos tentando mostrar quem é mais forte", mas ele sabe que não é, porque não se conforma com esse fim, porque como ele mesmo diz, qualquer um pode ver, que só terminou pra outra pessoa. Pra ele, esse amor ainda continua e ele sofre com esses sentimentos que ficaram.
São só palavras, texto, ensaio e cena
A cada ato enceno a diferença
Do que é amor ficou o seu retrato
A peça que interpreto,um improviso insensato
Essa saudade eu sei de cor
Sei o caminho dos barcos
Aqui, é a parte mais poética, dessa letra que é sobretudo uma grande genialidade retratada em música.
Renato compara a vida com um teatro, e sua falsidade de estar bem após esse fim de relacionamento, como um papel paralelo, uma vida alheia que um ator tem.
São palavras e textos as respostas automáticas de "estou bem" e "não sinto falta", e ensaios que fazem cenas quando ele deve dizer essas frases ou realmente fingir que está tudo bem e que não sente falta, a cada ato, ele encena a diferença, o que não é ele, o que não é do seu jeito normal - igual.
Do que é amor, ficou apenas um retrato, assim como seria dito por Adriana Calcanhoto em "Devolva-me". Renato finaliza essa parte dizendo que essa peça (vida) que ele atua (vive) é um improviso insensato e que a saudade que ele está tendo no momento, ele sabe de cor, de tanto que decorou esses momentos, de tanto que viveu essas lágrimas e vazio, pois ele sabe o caminho dos barcos, "o caminho que as coisas levam".
E há muito estou alheio e quem me entende
Recebe o resto exato e tão pequeno
É dor, se há, tentava, já não tento
E ao transformar em dor o que é vaidade
E ao ter amor, se este é só orgulho
Eu faço da mentira, liberdade
E de qualquer quintal, faço cidade
E insisto que é virtude o que é entulho
Baldio é o meu terreno e meu alarde
Eu vejo você se apaixonando outra vez
Eu fico com a saudade e você com outro alguém
Há muito ele se sente alheio de tudo, e após algumas ideias ditas ali, ele diz as seguintes frases: " eu faço da mentira, liberdade" ele se sente livre do outro, quando diz coisas falsas sobre si, complementando que "de qualquer quintal faz cidades", consegue fazer coisas grandes de coisas pequenas, talvez comparando isso aos seus problemas, à suas emoções e aos sentimentos que está vivendo em solidão, silêncio e vazio.
Renato diz ainda que insiste que é VIRTUDE o que é ENTULHO: Ele insiste em dizer que esse amor perdido seria virtude sabendo que isso é entulho. Ele insiste em crer que é bom e construtivo, algo que já foi usado e hoje é lixo. Vê a pessoa se apaixonando por outro e ele sente saudade do que sentiu, de quem achou que seria parte de si e agora é parte de outro. Enquanto ele sofre, ela está com outra pessoa, esquecendo-se dele.
E você diz que tudo terminou
Mas qualquer um pode ver
Só terminou pra você
Só terminou pra você
Tudo terminou, aos quatro ventos foi falado e todos sabem que tudo terminou, mas qualquer um pode notar, que só terminou apenas pra um dos lados. Que o outro lado está em desequilíbrio e total solidão.
quarta-feira, 15 de junho de 2016
Pagliacci...
Este texto é continuação da série:
Texto anterior: http://erranteescritor.blogspot.com.br/2016/06/a-carta.html
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quarta-feira, 8 de junho de 2016
A carta
Este texto é continuação da série:
Texto anterior: http://erranteescritor.blogspot.com.br/2016/05/janelas.html
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quarta-feira, 1 de junho de 2016
Duas semanas
Volto depois de duas semanas afastado para alegria (ou não) de meus 4 leitores. Eram cinco só que com duas semanas fora um desistiu de acompanhar e não deve voltar mais, mas tudo bem, se alguns se vão, outros podem ser que venham. Ou não.
Pensei em voltar continuando aquela história meio sem pé nem cabeça que estava começando a virar uma série ou história em capítulos. Mas não voltarei com ela hoje não, pode ser que na próxima semana ou de repente na outra. Tudo a seu tempo, na sua devida hora, pelo menos para isso.
Pelo menos para os textos consigo ter esse controle, mesmo que desagrade a algum leitor esporádico. Aqui os tempos são respeitados de acordo com um cronograma bem exato de não ter cronograma algum. Apenas o tempo das palavras que saem, ora como torrentes inundatórias, ora como filetes de um córrego em tempo de seca grave.
É... Difícil crer, mas as palavras têm o controle do tempo melhor do que eu. Elas saem quando precisam, quando sentem que essa é a hora. Houve tempo que as condenei por achar que saíram na hora errada e por isso foram interpretadas erroneamente. Errado estava eu quando as culpei. As palavras sempre foram mais sábias que aparentavam.
E assim as quero: livres para voarem longe, expressarem sentimentos, pensamentos e sensações que não senti, não vivi, não sei, unicamente por aprisioná-las quando queriam ser libertas. Voem como pássaros em busca de um lugar acolhedor para seu ninho. Que nunca precisem voar como anjos para a batalha final.
Pensei em voltar continuando aquela história meio sem pé nem cabeça que estava começando a virar uma série ou história em capítulos. Mas não voltarei com ela hoje não, pode ser que na próxima semana ou de repente na outra. Tudo a seu tempo, na sua devida hora, pelo menos para isso.
Pelo menos para os textos consigo ter esse controle, mesmo que desagrade a algum leitor esporádico. Aqui os tempos são respeitados de acordo com um cronograma bem exato de não ter cronograma algum. Apenas o tempo das palavras que saem, ora como torrentes inundatórias, ora como filetes de um córrego em tempo de seca grave.
É... Difícil crer, mas as palavras têm o controle do tempo melhor do que eu. Elas saem quando precisam, quando sentem que essa é a hora. Houve tempo que as condenei por achar que saíram na hora errada e por isso foram interpretadas erroneamente. Errado estava eu quando as culpei. As palavras sempre foram mais sábias que aparentavam.
E assim as quero: livres para voarem longe, expressarem sentimentos, pensamentos e sensações que não senti, não vivi, não sei, unicamente por aprisioná-las quando queriam ser libertas. Voem como pássaros em busca de um lugar acolhedor para seu ninho. Que nunca precisem voar como anjos para a batalha final.
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