Um texto curto. Poucas palavras são ditas, mas dessas poucas, múltiplos significados brotam. E continuam brotando a cada pessoa que lê, cada vez que cada pessoa lê.
Um texto curto que no fim, pode nada dizer a mim e muito dizer a ti. Um texto de sonhos.
Sonhos que já não lembro, que a aurora ao despertar-me fez esquecê-los, deixá-los ocultos no subconsciente inacessível. Sonhos... nem sei se os tenho, por mais que a impressão muitas vezes seja de acordar no meio deles, e aos poucos ele vai esvaindo da mente como se nunca tivesse existido. E acho que nunca existiu.
De olhos abertos, olho ao redor e procuro qualquer pista cotidiana que me lembre algo, qualquer coisa que faça acender a faísca que iluminará a lembrança. E nada. Ao longo do dia ouço músicas que no fundo me dizem algo, que já não sei o que. Leio textos e notícias que despertam uma fagulha, que nunca vira fogo real. E de nada lembro.
No fim do dia, durmo sem saber se sonharei e, se sonhar, se será algo novo ou um contínuo do que já esqueci. Mas no fundo da minha alma não esquecera, ali está guardado e acumulará esse novo ou contínuo para um dia despertar na mente consciente como lembranças de dias que nunca existiram. Ou que existiram apenas no devaneio do mundo dos sonhos. O desconhecido e inebriante mundo dos sonhos. Que nada mais me dizem. Do qual não sou parte.
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