Há um tempo coloquei aqui um belo texto sobre amizades, e também em outras ocasiões comentei sobre pessoas que vem e vão em nossas vidas, cada uma a seu tempo, com seu papel determinado, pelo tempo que no fim é necessário, pelo tempo que permitimos que estejam, pelo tempo que elas se permitem estar.
O texto de hoje não fala exatamente de amigos que mesmo longe sempre estão perto. Tenho amigos assim, que mesmo se eu ficar anos sem falar com, tenho certeza que a conversa fluirá como se não conversasse há apenas algumas horas.
Hoje gostaria de falar daquelas pessoas que sumiram de nossas vidas por algum motivo, e com o tempo esquecemos o porquê. Pode ser um "amigo" que não se demostrou ser mesmo amigo, uma paixão que não deu certo, um colega que se afastou e você não lembra porque. Todos tivemos pessoas que passaram por nossas vidas e por um exato motivo não seguiram o caminho que imaginávamos.
Há quem guarde lembranças, rancores e esses não esquecem jamais. Outros, como eu, esquecem muitas coisas que já não importam, talvez por crer que não mais verão tais pessoas, talvez por crer que com o tempo a causa deixe de existir ou ser fruto de um mal entendido.
Nesse ponto o caro leitor deve estar intrigado: o que aconteceu para levar-me a escrever um texto ao mesmo tempo tão profundo, filosófico e confuso? De fato, você está com a razão, algo acontecido me fez lembrar do assunto.
A modernidade tem feito com eu pudesse ter contato com pessoas que há muito eu não conversava e por razões diversas. Alguns amigos que realmente o tempo fizera eu perder contato, alguns colegas que foi realmente bom ter notícias, pessoas que trabalharam comigo, outras que estudaram comigo, pessoas que conheci durante meus anos de vida e que agora posso manter contato quando preciso. Mas a modernidade trouxe consigo também aquelas pessoas que "sumiram" por um motivo específico: relacionamentos que não foram para frente, amizades não amistosas e afins.
De minha parte, não me oponho ao diálogo com ninguém, por mais que algum dia determinada pessoa possa ter me magoado. Tenho por princípio que em qualquer relação humana, amistosa ou não, tem seu sucesso ou insucesso como responsabilidade de ambas as partes, seja por incompreensão, falta de dedicação, por erro etc. Não quero fazer uma tese psicológica sobre relações humanas, com seus sucessos e insucessos, então voltemos ao assunto.
De algumas dessas pessoas que "ressurgiram do limbo" (plagiando a expressão de um amigo), eu realmente não me recordava ao certo porque "tinham ido para o limbo", às vezes tão rapidamente quanto surgiram no meu caminho na época. Sou grato a tecnologia que permite ter contato novamente com essas pessoas, pois fazem parte de um aprendizado que tive e que ficou esquecido. Sou grato a essas pessoas por me lembrarem do que foi esquecido, pois em alguns casos, ao longo da conversa, eu pude lembrar do motivo dessa partida até então sem volta.
Claro que vem a decepção que ao longo do tempo em certos aspectos a pessoa não tem aprendido nada, não tenha mudado. Sou chato o suficiente para alertar as pessoas de determinadas atitudes e visões da vida que não acho certas. Não sou o dono da verdade, creio que o errado possa ser eu, mas se a pessoa não é sequer capaz de argumentar sua visão, seu ponto de vista, suas atitudes, realmente sua partida foi acertada.
A todas essas pessoas que descrevi aqui, dedico esse texto.
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