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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Músicas

Sempre gostei muito de ouvir música, e ao longo do tempo algumas dessas músicas se tornaram parte de mim, e muitas se tornaram símbolos de épocas, pessoas, momentos de minha vida e eu mesmo. Algumas dessas músicas já coloquei ao longo de tantas publicações, muitas com suas devidas conexões com os momentos e pessoas.

Se por um lado essa "retratação" tem um ar poético e agradável, por outro pode ser ruim em momentos em que você precisa de um tempo para si, um tempo afastado de algumas lembranças, nem sempre ruins mas que entristecem. Passei por um período em que muitas das músicas que gosto me faziam remoer coisas que eu ainda não estava preparado para "digerir", entender e conviver. Foi um momento ruim em que vivia um paradoxo: precisava da música para relaxar, não pensar e a música me fazia pensar.

Ainda hoje existem músicas que me fazem "viajar no tempo", mas é uma experiência até bem agradável e inspiradora, e dedicarei algumas publicações aqui a essas músicas e suas respectivas experiências, mas por hoje me dedicarei apenas ao tema em questão que são músicas que constroem a história ou a retratam. E são v´rios compositores que já fizeram parte de minhas histórias, se hoje talvez seja Nando Reis que melhor retrata a maior parte das histórias atuais, as passadas passam muito por Paralamas do Sucesso e em especial, Legião Urbana.

Se hoje eu fosse escolher um único álbum que represente com suas canções vários momentos, desde passado a presente e até futuro, alegrias, tristezas, momentos de reflexão ou de ação, esse álbum seria o Tempestade ou Livro dos Dias, do Legião Urbana. Duas das músicas desse belo álbum já foi tema de meus escritos: Esperando por mim e Longe do meu lado


Li certa vez, que as músicas desse álbum foram compostas quando Renato Russo já estava doente e passando por tratamento que debilitava muito seu corpo e suas forças. Alguns dizem ser o mais triste, eu costumo dizer que foi o mais profundo, com letras que nos levam a pensar muito sobre o mundo e sobre nós mesmos. No fim, acabou sendo o último cd do Legião lançado enquanto Renato Russo ainda vivia. "A Tempestade" foi também a última obra escrita por Shakespeare, de quem Renato Russo era fã. Em seu intimo deve ter sentido que seria seu último disco - como Shakespeare 'decidiu' que "ATempestade" seria sua obra final. O obra de Shakespeare pode ser resumida assim: "Próspero, o duque de Milão, tem o trono usurpado pelo irmão. Em fuga, encontra a filha, a bela Ariel, o espírito subserviente, e por Calibã, o deformado filho de uma bruxa. Os críticos gostam de definir A Tempestade como paródia amarga do utopismo renascentista, que acreditava em paraísos e só encontrou Calibã."(fonte:"100 Anos De Cinema" de Luiz Carlos Merten - 1995). Além desse sentido, pode-se dizer que esse nome resume o momento pelo que a banda estava passando - principalmente o Renato. Coincidência? Creio que não.

No decorrer das próximas postagens, falarei um pouco das músicas deste álbum. Espero que gostem. 

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