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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

L'avventura

Hoje vou escrever um pouco sobre essa música, a segunda do álbum "A Tempestade" do Legião Urbana. Como todo o Álbum, essa música traz uma carga forte de sentimentos, traz um lado ao mesmo tempo triste e reflexivo sobre as pessoas. Ao mesmo tempo tristeza e esperança se misturam nessa obra prima de Renato Russo.


Quando não há compaixão
Ou mesmo um gesto de ajuda
O que pensar da vida
E daqueles que sabemos que amamos ?

É curioso como tanta gente aparece em nossa vida como se fosse amistosa, simpática e com o tempo parece que essa pessoa não parece tão amistosa. Ajudamos e quando precisamos de ajuda, de um apoio ou simplesmente de uma presença, essa presença não existe. Nos apegamos, e por mais que não façamos nada esperando um retorno, nos decepcionamos. O que pensar da vida e daqueles que sabemos que amamos?

Quem pensa por si mesmo é livre
E ser livre é coisa muito séria
Não se pode fechar os olhos
Não se pode olhar pra trás
Sem se aprender alguma coisa pro futuro

Sim, quem pensa por si mesmo é livre, livre para sonhar, livre para seguir seu caminho, sem se prender a nada ou ninguém. Porém, ser livre é algo muito sério! Ser livre é o impedimento de fechar os olhos e fracassar, o impedimento de olhar pra trás e desistir. Ou seja, ser livre não pode depender do passado, pois sempre temos que aprender algo pro futuro. E viver de passado, não nos prepara ao futuro.

Corri pro esconderijo
Olhei pela janela
O sol é um só
Mas quem sabe são duas manhãs

Quantas vezes corri para meu esconderijo? Meu mundo, meu "infinito particular". Lá me sentia seguro, seguro inclusive para olhar pela janela, ver que mesmo o sol sendo um só, são duas manhãs, dois caminhos a percorrer, dois caminhos a escolher. E isso é a vida, escolhas, opções, pois quem opta por não escolher, acaba não saindo do lugar.

Não precisa vir
Se não for pra ficar
Pelo menos uma noite
E três semanas

O tempo passa tão rápido quando os momentos são bons, quando estamos perto de pessoas agradáveis, pessoas que gostamos. Perco a conta de quantas vezes quis que o tempo não passasse, que as horas durassem dias e os dias semanas...

Nada é fácil
Nada é certo
Não façamos do amor
Algo desonesto

Versos profundos e cheios de significado, para ele, para mim e com certeza para você que lê também. Criar dificuldades para sermos felizes, para fazer o que é preciso, para estar perto de quem amamos. Muitas vezes é uma luta enorme, priorizamos coisas que deveriam ser secundárias. Não é fácil, não é certo... E principalmente não podemos deixar que o amor se torne algo que não é: desonesto.

Quero ser prudente
E sempre ser correto
Quero ser constante
E sempre tentar ser sincero

E esse deve ser o caminho para que o amor seja honesto e verdadeiro. Por mais forte que seja a paixão (fogo de palha que queima forte e dói), devemos ser prudentes para que o amor tenha sua chance em nós. Sempre tentei agir assim, por mais erros que tenha cometido, sempre busquei ser correto, constante e sincero. Pode não ser o melhor caminho para todos, mas para mim sempre foi.

E queremos fugir
Mas ficamos sempre sem saber

Ah! Fugir, esquecer o mundo ao redor, tudo e todos e sumir... Sempre quis, mas nunca tive coragem suficiente, pois vai contra meu lado prudente.

Seu olhar
Não conta mais histórias
Não brota o fruto e nem a flor

O tempo passa, o mundo segue adiante, escolhas são feitas e o que era não mais pode ser. Mas às vezes vem a dúvida: será que algum dia foi, pelo menos pelo tempo que se crê que tenha sido? Esses três versos me lembram tanta coisa, tantas histórias, de tantas épocas que não caberiam nesse comentário. Eles complementam a primeira estrofe, a decepção com quem se tinha apreço e agora se acabaram as histórias, os frutos, as flores, a vida que surgia que agora expirou

E nem o céu é belo e prateado
E o que eu era eu não sou mais
E não tenho nada pra lembrar

Se as pessoas a seu redor mudaram, ele também acabou mudando, aprendendo com erros, acertos, surpresas e decepções. Tive uma fase dessas em que não enxergava um céu belo e prateado, nem quereria lembrar histórias, pois elas só me deixavam mais triste. Ignorei o mundo, ignorei a mim mesmo e tentei ser quem não era. Como dizia sabiamente Roland Deschamps: foi um período que esqueci o rosto de meu pai.

Triste coisa é querer bem
A quem não sabe perdoar
Acho que sempre lhe amarei
Só que não lhe quero mais

O mal de ser bom: querer bem a quem lhe fere, amar até quem não lhe quer bem, não acreditar, mas amar. Quem nunca agiu assim?

Não é desejo, nem é saudade
Sinceramente, nem é verdade

Quem nunca agiu não entende essa contradição sentimental!

Eu sei porque você fugiu
Mas não consigo entender
Eu sei porque você fugiu
Mas não consigo entender

Assim como algumas estrofes antes, esses versos me trazem lembranças diversas. Eu sei, mas na verdade nunca entendi. Se nunca passou por essa sensação de saber porque e não entender, ainda não viveu plenamente!


Curtam a música, opinem e indiquem músicas também!



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