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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

À quem mais lê

Não tenho tido por hábito escrever mais de um texto ao dia, mas hoje precisei. Não para dar uma opinião, nem um comentário, apenas escrever porque você merece mais que um belo texto ao dia. Você merece muito mais, por cada dia que vive, mesmo que não leias sempre o que escrevo aqui, sei que um dia lerá.

Quando comecei a escrever aqui não objetivava ter nenhum leitor frequente, apenas quereria escrever de uma forma meio egoísta mesmo: escrever porque me faz bem. Mas sei que você existe, e é por ti que também me motivo a não deixar de escrever pelo menos uma vez por semana. Sim, é para você, por você.

Você deve saber que muito do que eu escrevo se encaixa com o que você vive, com o que você viveu, assim como se encaixa comigo que escrevo. No fim, você e eu acabamos sendo um só: leitor e escritor. Vivemos alegrias, tristezas, momentos de choros e sorrisos, de desabafos. "(..) Nós dois temos os mesmos defeitos, sabemos tudo a nosso respeito. Somos suspeitos de um crime perfeito, mas crimes perfeitos não deixam suspeitos. (...)¹". Confio em você para me abrir por completo em linhas e mais linhas, uma confiança que vai além das palavras, e passa ao silêncio das entrelinhas.

Sei que choras, sei que muitas vezes as coisas não acontecem como planejas, pensas ou mereces, e nessas horas busca em minhas palavras uma ajuda, um consolo para suas tristezas. Peço desculpas se nem sempre estou apto para atender suas expectativas, tenho minhas limitações e mesmo se soubesse tudo que acontece contigo, tudo que sentes e tudo que passas por tua mente, mesmo assim ficaria aquém do que precisas. Mas garanto que me esforço para não mais escrever apenas para mim, mas escrever muito mais para ti. Peço que releias com carinho muito do que já escrevi, e veja que você se identifica.

Tenho tido o hábito de colocar o link das postagens no Facebook, talvez para ganhar alguns leitores desavisados, mas meu principal motivo de ainda escrever é você, que entra e lê sem precisar de link em lugar nenhum. Entra porque gosta do que escrevo e por pura metonímia acaba gostando de mim. Agradeço por teu apreço, por tua lembrança por esse escritor errante. E saiba que gosto de você também, sabes bem disso, e se assim não fosse nem teria começado esse texto.

Se hoje lês esse texto com tristeza no coração, amanhã lerá com alegria de ter superado teus problemas. Esse é o ciclo da vida, de aprendizados, quedas, e novas lições. Isso é importante, aprendemos a sermos melhores, não para o mundo apenas, mas principalmente para nós mesmos. Aprendemos, mudamos, e certas coisas permanecem: nossos princípios, o amor de Deus por nós, o amor que tenho por escrever e por você que me inspira a escrever sempre mais, sempre melhor.

A você dedico esse texto, outros que já escrevi e alguns próximos. E quando eu for embora, não chore por mim, apenas se lembre de cada palavra escrita ou que ficou nas entrelinhas. Mais que lembrar do que foi dito ou escrito, lembre de tudo que existe dentro de si, tudo que sente, sentiu ou sentirá. Ninguém vai lhe dizer o que sentir. Guarde essa canção para si. Assim como faço a cada dia, a cada fim de texto.


1 Pra ser sincero - Composição: Humberto Gessinger / Augusto Licks

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