No começo a via de longe, tão longe que normalmente nem notava sua presença, mesmo sabendo que estava ali. Algumas vezes me aproximava por ser meu caminho, minha direção e acabava vendo-a mais de perto, mas nada que despertasse por muito tempo meu desejo.
De uns meses para cá, tudo começou a mudar. Sua presença passou a ser mais impulsiva, a via mais perto de mim, mais vezes ao dia, quase toda vez que estou na rua. Se antes só a percebia direito quando saia do trabalho, agora não importava a hora, ali está ela me provocando, seja antes do trabalho, na hora do almoço ou em qualquer outro momento que eu precise cruzar a porta do prédio onde trabalho.
Cada vez que chego ao trabalho, cada vez que saio para almoçar ou estou voltando do almoço, tenho resistido bravamente ao desejo de... "pegá-la". Sim, admito, meu desejo é forte e ardente, quero "pegá-la". Fico horas no trabalho e me vejo pensando nela, em estar dentro dela, sentindo o calor que emana de suas entranhas. Quentes, suaves que me levam ao paraíso na terra.
Sei que se eu procurar pelas ruas verei outras que me dariam prazer similar, algumas de uma forma mais demorada, outras de forma mais rápida. Ah! A tentação é igual, a carne é fraca, o espírito voa longe nessas horas. Não posso mentir mais. Sim inúmeras vezes já sucumbi a tentação dela... delas... Sim de todas elas, admito que depois do trabalho já sai com elas, já as "peguei"... Mas mesmo assim, continuam me provocando cada vez que chego ao trabalho, cada vez que cruzo a porta de onde trabalho, mesmo sabendo que não posso... não agora, não naquela hora...
E hoje tenho um encontro marcado com uma delas. Não sei com qual ainda, mas no fim do dia saberei. Será a primeira linha de ônibus que passar em direção a minha casa.
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