http://erranteescritor.blogspot.com/2015/10/novo-mundo-prologo.html
Mais de um mês se passara, e ela voltava de férias. Havia decidido se afastar de tudo e todos. Deixara o celular em casa e viajara para longe, sem celular, notebook ou qualquer outra forma de contato com o mundo que deixara para trás. Precisava disso, o excesso de trabalho junto com a inesperada paixão por alguém que nunca vira, lhe perturbava enormemente.
Ao abrir seu email depois de mais de um mês, viu uma enxurrada de mensagens dele, todas cheias de preocupação com seu sumiço. No celular, dezenas de chamadas perdidas, mensagens na caixa de voz, torpedos, e o conteúdo se repetia: onde você está, estou preocupado.
Por um momento, lágrimas vieram a seus olhos num misto de satisfação, por ele ter sentido falta dela, e tristeza, por ter feito deixado alguém que gostava dela preocupado. Percebeu que as mensagens e telefonemas eram praticamente diários, às vezes mais de uma por dia, nas primeiras semanas, depois havia uma única ligação perdida de uns três dias atrás e mais nada. Ele haveria desistido dela?
Esse pensamento veio à sua cabeça e ela ficou furiosa: Como desistira dela? Como assim? Ligaria para ele e daria uma bronca! Não. Ligaria para pedir desculpas por ter sumido, falaria novamente que o amava e que iria naquele momento até ele para vê-lo, contar toda a verdade. Ainda tinha medo, mas a saudade e vontade de estar com ele era maior.
Ligou. Tocou uma, duas, três vezes.... A cada toque sentia seu coração pulsar quase no mesmo ritmo dos toques até que ele atendeu:
- Léia, quanto tempo! Ops, desculpe, é força do hábito. Como você está, Fernanda?
Ao escutar o próprio nome, sentiu seu coração gelar e emudeceu. Como ele descobrira seu verdadeiro nome se ela ainda não contara?
- Fique tranquila. Eu já sei de tudo, sobre teu nome, as fotos. Não precisa dizer nada não, eu só não entendo...
Ela só conseguia dizer duas palavras: Perdão e desculpe. Ele lhe contou como descobrira tudo, desde as pesquisas reversas de fotos, os perfis que vistou, a pesquisa pelo número do celular, do telefone do trabalho e tudo mais.
- Você parece que ficou chocada demais com o que estou dizendo. Mas você imagina como fiquei? Se as fotos que vi em teu verdadeiro perfil na internet são realmente tuas, você é mais bela que qualquer foto que você tenha me mandado. Não entendo porque fez isso. Mas deixe, se um dia você se sentir bem para me contar teus motivos, me ligue. Se não... Só saiba que te amei de verdade, isso se ainda não te amo... Eu também não sei, mas fica bem, ok?
Ela ficou calada por um longo tempo, quase que em choque e ele acabou desligando. Realmente, ela não estava preparada para isso. Nunca imaginou que ele acabaria descobrindo sozinho, antes que ela pudesse lhe contar... Antes que ela estivesse preparada para contar.
Seu chefe passou em frente a mesa dela, e ela estava parada com olhar fixo. Perguntou se ela estava bem, ela respondeu que sim. Mas não estava.
- Não, você não está bem. Faça o seguinte, já passa da hora do almoço, almoce, vá para casa e descanse um pouco. Só quero que me entregue esses relatórios amanhã antes das dez. Pode ser.
Claro que podia. Tudo que ela realmente não gostaria, é de todos perguntando se ela estava bem. Faria os relatórios a noite em casa, mas antes precisava "digerir" toda aquela informação.
Foi para casa, abriu a porta e deitou ali mesmo: no chão, atrás da porta. Sua cabeça doía, seus pensamentos estavam confusos. Queria chorar e não conseguia. Não comera nada desde cinco horas da manhã, mas não estava com fome, nem pensava em comer. Ouvia vozes em sua cabeça, mas não compreendia o que elas diziam. Berrava sem abrir a boca para que parassem.
Sentia-se fraca, não queria nada além de sumir.
O que ela não percebia é que pouco a pouco estava realmente sumindo. Os acontecimentos desse dia foram apenas uma mísera gota para que desencadeasse algo muito maior...
Ao abrir seu email depois de mais de um mês, viu uma enxurrada de mensagens dele, todas cheias de preocupação com seu sumiço. No celular, dezenas de chamadas perdidas, mensagens na caixa de voz, torpedos, e o conteúdo se repetia: onde você está, estou preocupado.
Por um momento, lágrimas vieram a seus olhos num misto de satisfação, por ele ter sentido falta dela, e tristeza, por ter feito deixado alguém que gostava dela preocupado. Percebeu que as mensagens e telefonemas eram praticamente diários, às vezes mais de uma por dia, nas primeiras semanas, depois havia uma única ligação perdida de uns três dias atrás e mais nada. Ele haveria desistido dela?
Esse pensamento veio à sua cabeça e ela ficou furiosa: Como desistira dela? Como assim? Ligaria para ele e daria uma bronca! Não. Ligaria para pedir desculpas por ter sumido, falaria novamente que o amava e que iria naquele momento até ele para vê-lo, contar toda a verdade. Ainda tinha medo, mas a saudade e vontade de estar com ele era maior.
Ligou. Tocou uma, duas, três vezes.... A cada toque sentia seu coração pulsar quase no mesmo ritmo dos toques até que ele atendeu:
- Léia, quanto tempo! Ops, desculpe, é força do hábito. Como você está, Fernanda?
Ao escutar o próprio nome, sentiu seu coração gelar e emudeceu. Como ele descobrira seu verdadeiro nome se ela ainda não contara?
- Fique tranquila. Eu já sei de tudo, sobre teu nome, as fotos. Não precisa dizer nada não, eu só não entendo...
Ela só conseguia dizer duas palavras: Perdão e desculpe. Ele lhe contou como descobrira tudo, desde as pesquisas reversas de fotos, os perfis que vistou, a pesquisa pelo número do celular, do telefone do trabalho e tudo mais.
- Você parece que ficou chocada demais com o que estou dizendo. Mas você imagina como fiquei? Se as fotos que vi em teu verdadeiro perfil na internet são realmente tuas, você é mais bela que qualquer foto que você tenha me mandado. Não entendo porque fez isso. Mas deixe, se um dia você se sentir bem para me contar teus motivos, me ligue. Se não... Só saiba que te amei de verdade, isso se ainda não te amo... Eu também não sei, mas fica bem, ok?
Ela ficou calada por um longo tempo, quase que em choque e ele acabou desligando. Realmente, ela não estava preparada para isso. Nunca imaginou que ele acabaria descobrindo sozinho, antes que ela pudesse lhe contar... Antes que ela estivesse preparada para contar.
Seu chefe passou em frente a mesa dela, e ela estava parada com olhar fixo. Perguntou se ela estava bem, ela respondeu que sim. Mas não estava.
- Não, você não está bem. Faça o seguinte, já passa da hora do almoço, almoce, vá para casa e descanse um pouco. Só quero que me entregue esses relatórios amanhã antes das dez. Pode ser.
Claro que podia. Tudo que ela realmente não gostaria, é de todos perguntando se ela estava bem. Faria os relatórios a noite em casa, mas antes precisava "digerir" toda aquela informação.
Foi para casa, abriu a porta e deitou ali mesmo: no chão, atrás da porta. Sua cabeça doía, seus pensamentos estavam confusos. Queria chorar e não conseguia. Não comera nada desde cinco horas da manhã, mas não estava com fome, nem pensava em comer. Ouvia vozes em sua cabeça, mas não compreendia o que elas diziam. Berrava sem abrir a boca para que parassem.
Sentia-se fraca, não queria nada além de sumir.
O que ela não percebia é que pouco a pouco estava realmente sumindo. Os acontecimentos desse dia foram apenas uma mísera gota para que desencadeasse algo muito maior...
Continua
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