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quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Crônicas de Mago - Capítulo 4

- O senhor está bem? Não ia nos contar suas histórias?

Só depois que uma criança chama sua atenção, Mago se dá conta que não contara nenhum história até então, apenas ficara em devaneios em sua mente, recordando alguns fatos e personagens.

- Você está certo - afirmou Mago - Até agora não contei nada do que prometi. Mas contarei e começarei com algo bem peculiar que talvez nem saiba explicar. Quem sabe vocês não me ajudam?

Animadas as crianças voltam a sentar-se em volta daquele senhor de aparência centenária, que até então parecia estar em transe.

- Ser chamado de Mago ainda me é estranho. Poucas vezes fui realmente chamado assim, apesar de tal alcunha ser bem antiga. A primeira vez que fui chamado assim foi durante minhas andanças no árido deserto, logo após meu período  de crescimento e meditação. Conheci um andarilho chamado Frei, que me deu essa alcunha.

Nunca fiz magia, mas minhas atitudes sempre pareceram magia até para mim. Paciência, mesmo diante de situações intoleráveis; silêncio em meio ao barulho com único intuito de não aumentá-lo. Mas isso não era magia, nem qualidade, era um sério defeito que me levou a adoecer de tanto acumular dentro de mim.

Com o tempo, mesmo sem agir com magia, todos passaram a se referir a mim como Mago, muitas histórias contadas de minhas andanças e fico feliz em contar um pouco dessas histórias para vocês, enquanto a chama da vida ainda crepita em mim.

Continua

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