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terça-feira, 9 de abril de 2013

Ecumenismo


O Papa Francisco recebeu ontem (8/abril) Nikolaus Schneider, o presidente da Igreja Evangélica da Alemanha, sua esposa e uma comitiva em uma audiência privada. É a primeira desse tipo desde que o novo pontífice assumiu.

Segundo o porta-voz da Santa Sé, Frederico Lombardi: “o encontro foi extremamente frutuoso e significativo do objetivo ecumênico que também neste pontificado se leva por diante sem incertezas”.

Schneider cumprimentou o Papa pela sua eleição e afirmou ser “entusiasmante” a escolha do nome Francisco, pois lembra “um santo que fala verdadeiramente a todos os cristãos”. Schneider e o Papa falaram sobre o “valor do ecumenismo dos mártires”, recordando o sofrimento dos fiéis de várias confissões cristãs que morreram durante o regime nazista. “O sangue derramado dos mártires é algo que une profundamente as diferentes confissões cristãs no testemunho comum por Cristo”.

Em 2017, a Igreja Luterana irá comemorar os 500 anos da Reforma Protestante, que gerou a separação dos evangélicos de Roma. Schneider ressaltou que será um momento extremamente importante para a Igreja evangélica. Ambos falaram sobre os avanços no ecumenismo e nas relações entre a Igreja Católica e a tradição da Reforma.

Foi lembrada também a visita de Bento XVI a Erfurt, Alemanha, em 2011, quando o agora papa emérito se reuniu com representantes do Conselho da Igreja Evangélica Alemã no antigo convento dos Agostinhos, onde viveu Martinho Lutero (1483-1546) antes de iniciar a Reforma .(Rádio Vaticana)

Essa notícia dada pela Rádio Vaticana, me fez refletir e deu-me vontade de opinar sobre o ecumenismo. O que é ecumenismo? Ecumenismo é o processo de busca da unidade. O termo ecumênico provém da palavra grega οἰκουμένη (oikouméne), designando "toda a terra habitada". Num sentido mais restrito, emprega-se o termo para os esforços em favor da unidade entre igrejas cristãs; num sentido lato, pode designar a busca da unidade entre as religiões.

Unidade entre as religiões... Será isso possível? Em outro texto expressei-me sobre os chamados cultos ecumênicos, porém hoje quero ir um pouco além do "culto", que é apenas um momento, e se ninguém ali presente acredita, tudo não passará de um teatro.

O ecumenismo em si seria uma unidade profunda das religiões, espiritualmente e, num grau mais intenso doutrinalmente também. Nessa união haveria ganhos: diminuição de diferenças, de desacordos. Porém considero que as perdas seriam muito maiores, pois se as religiões fossem iguais seriam a mesma religião. Então nessa unificação, alguém, sairia perdendo, talvez a religião mais influente (ou poderosa) impusesse suas "regras" as demais, mas para que as demais aceitem ela própria teria que ceder em alguns pontos.

Algum dos leitores percebeu um tom de negociação no último parágrafo? Alguém discorda que para o ecumenismo essa "negociação" aconteceria? Pois é, mas esquece-se um detalhe importantíssimo: DEUS NÃO É NEGOCIÁVEL!

O Papa como líder religioso e chefe de Estado, está certo em receber representantes de outra religião e dialogar abertamente. Mas é preciso que as pessoas não confundam as coisas. Como bem lembrado na matéria, Bento XVI visitou em 2011 o Conselho da Igreja Evangélica Alemã, mas como foi noticiado na época, a visita gerou frustração por parte dos protestantes por não ter cedido às pretensões que tinham.(Leia aqui) Creio que o Papa Francisco I não fará muito diferente agora.

Sou a favor da liberdade religiosa, acho que cada um tem direito de escolher sua religião, àquela que crê que é o melhor para si. Mas sou contra misturar religiões, pois sempre haverá perdedores de todos os lados. Sou católico, me sentiria muito feliz se conseguisse "converter" todos que pudesse para o caminho que creio ser o correto. Sou ciente das minhas limitações, tudo que posso fazer é tendo oportunidade, mostrar as pessoas o que enxergo, como enxergo e o que sinto. Não sou extremista de afirmar que só quem é católico praticante vai se salvar. Acima de tudo, creio em um Deus bondoso e justo, que verá os que poderiam seguir o caminho certo e não o fizeram e aqueles que nem tiveram essa chance. Qual o caminho certo? Em resumo, o caminho é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

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