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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Carta e a chave perdida




Há muito não consigo contato algum contigo, seja por mensagem, telefone, ou sinal de fumaça. Tem dias que a saudade aperta, além do medo que algo tenha acontecido. Sempre que o tempo passa é porque algo aconteceu.


Talvez estranhes porque logo hoje resolvi escrever. De fato não faço ideia do motivo e se realmente o tenho para fazer-lo exatamente hoje. Talvez tenha sonhado e não recordo, talvez algo tenha despertado em maior intensidade no dia de hoje. Talvez nada haja mesmo, não me lembro se alguma vez precisei de motivo para escrever, ou algum dia precisei.


Um novo ano, que oro para que seja de muitas bençãos e realizações. Há tanto conheço, que os dias a contar parecem infinitos. Bem curioso esse conhecer: conversar sem saber, pensamentos conexos sem que haja conexão alguma... Ultimamente tem sido bem raro os momentos de diálogo, nem sei se ainda nos conhecemos de fato, nem sei se ainda habitas onde eu possa ouvir, nem se de fato voltarei a ouvir como antes.


Difícil explicar e se o tentasse passaria por louco, e tal insanidade poderia me levar a análises sem fim. Essa voz que outrora clamava dentro de mim e junto a mim criou um mundo que existiu, existe, existirá. Um mundo criado e por muito tempo habitado, com um mar calmo e clima agradável, mas que volta e meia, tinha grandes tempestades de mar revolto, apenas para garante a vida quando o sol retornasse e o mar placidamente repousasse.


Hoje ele está inabitado, porém não inanimado. Tenho uma chave mas na porta para ele existem duas fechaduras. Pela pequena janela de vidro, é possível ver a imensidão desse pequeno lugar, em que um dia estive repousando sob a sombra de uma suntuosa árvore. Hoje ela precisa de cuidados para que sua sombra possa ser novamente aproveitada, mas assim ficará até que a porta possa ser aberta. Ela não morrerá, tampouco tombará facilmente; suas raízes são profundas e seguras.


A outra chave está perdida em algum lugar que só terei acesso o dia que novamente sua voz ecoar dentro de mim, e novamente eu possa reconhecer e ter acesso a essa parte de mim que não ficou esquecida, mas "armazenada" em um lugar para aprimorar e crescer.


Talvez sua ausência seja por eu não precisar, talvez teu silêncio seja para eu caminhar por conta própria, como venho fazendo, talvez no momento que eu mais precisar novamente, mais uma vez sentirei tua presença. Talvez...


Talvez tenha algumas perguntas a fazer, por isso lhe adianto como estou. Escrevi na porta com giz...

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