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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Juninho Pernambucano do Vasco e do Brasil


Em geral não costumo escrever nada relacionado a futebol aqui. Quem me conhece sabe que sou vascaíno, daquele tipo que fica triste se o time perde, alegre se ganha, mas não muda sua vida por causa disso. Sou fã, mas não fanático.

Em outra ocasião escreverei um pouco mais sobre o "eu-torcedor". Hoje quero divulgar um texto bem feito do Mauro Beting, publicado no site do lance em 30/1/2014, sobre um grande jogador, que a meu ver cometeu alguns erros que mudariam sua história e a história do Vasco. Mas os acertos superaram. Um texto sobre Juninho Pernambucano do vasco e do Brasil.

Adeus, Juninho do Sport, do Vasco, do Lyon e do Brasil FOTO: agenciadenoticias.com.br
                                                        Adeus, Juninho do Sport, do Vasco, do Lyon e do Brasil                                                                        FOTO: agenciadenoticias.com.br

                             Juninho Pernambucano do Sport. Juninho Carioca do Vasco. Juninho francês do Lyon. Juninho catariano do Al-Gharafa. Juninho americano do New York Red Buls. Juninho brasileiro da seleção.

O filho do Antonio Augusto Reis do Recife. Reis de berço e também da arquibancada que o chama de rei. Júnior desde 1975. Senhor armador desde 1993, quando estreou pelo Sport. Quase um vovô quando agora pendura as chuteiras na colina histórica de São Januário. Vasco que viu de Recife e do Sport chegarem ídolos e artilheiros mundiais como Ademir de Menezes e Vavá. Vasco que agora vê despedir outro craque que botou tantas faixas pelo peito heptacampeão francês pelo Lyon. Vencedor por todos os clubes onde organizou o jogo, ajudou a defesa, e armou o ataque.

Mas nenhuma faixa no peito vencedor ficou tão impregnada na alma quanto a do Vasco.

Clube onde foi campeão do Rio, do Rio-São Paulo, do Brasil, da Mercosul, da Libertadores. Foi vice mundial pelo Vasco. Naquele jogo em que ele poderia ter chutado contra o corintiano Dida em vez de ter passado a bola para um companheiro. Mas assim é Juninho. Homem de passe. De servir. Garçon. Maitre. Mestre na bola parada.

Ele poderia não ter feito gestos provocadores contra a torcida do Sport jogando pelo Vasco, em fim de carreira. Mas ele também é coração que se perde. Ou que chora, como no hino brasileiro em Frankfurt, na Copa de 2006. Antes de Zidane nos zidanar de novo, Juninho chorou na última partida do Brasil no Mundial da Alemanha. No último jogo dele pela Seleção.

Juninho chorou por ser grande. Por amar o que faz. E por quem fez. O que não tem preço. Ou teve apenas um salário mínimo para pagá-lo quando voltou ao Vasco, em 2011. Quando reestreou já fazendo gol de falta. Aquela corrida reta para a bola. Aquela bola de direita que subia e caía fácil na rede. Muitos batedores de falta fizeram história pelas curvas que faziam na bola. Juninho era uma reta só. Subia, descia, gol. Você sabia onde a bola iria. O goleiro também sabia. Mas aquela folha seca moderna não era falha de goleiro. Era gol de Juninho. A mesma batida. A mesma falta. O mesmo gol.

O mesmo Juninho desde 1993. O pequeno grande armador que deixa São Januário ainda mais órfão nesses dias. Ele não conseguiu salvar o Vasco do rebaixamento em 2013. Mas esse é um que não se rebaixa. Esse é um que vira um placar como a final da Mercosul de 2000, contra o Palmeiras. Esse é um que vira a história de um clube como o Lyon. Esse é um que agora é uma belíssima página de história para virar no livro dos grandes. Lembranças e títulos para contar aos filhos e netos. Os novos juniores.

Que sejam tão bons quanto o Juninho. Pernambucano desde a chegada ao Vasco. Vascaíno para sempre.

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