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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Um comentário

 Recebi outro dia, um comentário muito interessante em um de meus textos. Foi uma afirmação de que meu texto ajudou alguém que estava deprimido devido ao isolamento da pandemia que afetou diretamente seu trabalho.

É bom ver que algo que escrevi ajudou alguém, além de mim. Como já mencionei aqui, escrevo porque gosto, porque me faz bem. E tenho escrito tão pouco esse ano...

No começo comecei a escrever quase todos os dias. Passei a fazer relatos semanais e mantive assim por um bom tempo. O tempo foi ficando curto, espaços maiores foram surgindo, e esse ano mais ainda. Faltou-me tempo, organização (para ter tempo) e principalmente motivação. E isso me fez muito mal.

Porém, todas as ocasiões que recebo comentários, me sinto um pouco motivado a seguir, a voltar a escrever. E irei me reorganizar para tentar manter uma constância no próximo ano. Percebo que o maior número de comentários estão naqueles textos que destrincho letras de músicas. Tentarei escrever sobre músicas também. (E aceito sugestões).

Esse texto de hoje ficou com muitos assuntos juntos, mas o foco principal é você leitor. Agradecer por estar aqui, por ler um pouco do que escrevo, mesmo eu não tendo mantido meu compromisso com vocês. Contribua, comente, sinta-se a vontade. Infelizmente há muito ‘spam’ na rede, outros que são mal-educados mesmo, que para discordar ofendem não só a mim, mas outras pessoas também. Por isso, os comentários estão sujeitos a aprovação de publicação. Mas não se preocupe, publicarei assim que os ler. E caso queira apenas falar comigo, pode escrever também com a observação de "não publicar este comentário". Respeitarei seu pedido, e posso responder em uma publicação como esta também.

No mais, desejo a todos vocês que estão passando por aqui, um novo ano de paz e aprendizados. Saúde física e mental para enfrentar os problemas, as dificuldades e que nunca falte a fé para seguir seu caminho.

Um grande abraço e que Deus proteja a todos nós.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Feliz Natal

 Mais um Natal. Um Natal diferente, em um ano atípico. Nem todos poderemos passar com nossos entes queridos por segurança, nossa e deles. O mundo está em mais uma onda de pandemia de um vírus que se mostrou mais mortal do que se poderia imaginar. O que aprendemos com tudo isso que vem ocorrendo? Aprendemos a nos relacionar a distância, e assim encurtas as distâncias afetivas mesmo quando aumentaram as distâncias físicas. Aprendemos como somos frágeis. Nós, a raça humana, “a raça dominante”, percebemos que não somos nada perto de algo tão ínfimo quanto um vírus. Mesmo assim por vezes pensamos ser maiores, mais importantes, melhores que nosso próximo, nosso irmão.

Não, esse não é mais um Natal. Esse é o Natal. O Natal de termos esperança como em nenhum outro, de renovarmos nossas alegrias, mesmo à distância, mesmo que tenhamos perdido alguém querido, é uma ocasião de recordarmos o quanto essa pessoa nos fazia bem e celebrarmos para ela, por ela.

Para os cristãos celebra-se o nascimento do Salvador. Para os não crentes celebre a vida, a maior dádiva que nos foi presenteada.

Tenha um Natal de Paz e Esperança. A ti e toda família.                




Natal é o nascimento de Cristo. Ano Novo é o nascimento de uma nova esperança. 

Que o seu Natal seja brilhante de alegria e iluminado de amor!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Fim de mais um ano

 Mais um ano está terminando e, este não foi um ano qualquer. Foi bem atípico com toda situação de saúde, a questão pandêmica que estamos no mundo todo.

Aproximamo-nos mais das pessoas que vivem conosco e muitas vezes, com trabalho e outras atividades, passamos pouco tempo com elas. Aproximamo-nos de quem está longe, muitos descobriram novas formas de se comunicar, descobrimos novas formas de trabalhar, e um novo modo de viver. Por isso não foi um ano ruim. Foi atípico, mas de muito aprendizado.

Aprendemos a fragilidade da vida. Um vírus, algo ínfimo, que não possui nem uma célula, capaz de mudar o mundo. Por que nós, Homo sapiens sapiens, que nos denominamos assim: sabidos sabidos, não podemos mudar o mundo? Mudar a forma que lidamos com o meio ambiente a nossa volta, com as outras pessoas, com tudo e todos que compartilham o ambiente conosco. Usar a máxima de tratar outrem como gostaria de ser tratado.

Adotamos máscaras, e por ironia do destino, muitas "máscaras caíram". Cobrimos nossa face para evitar o contágio e, em simultâneo, descobrimos a "verdadeira face" de diversas pessoas, desde políticos a pessoas ao nosso redor. Mas nem tudo foi ruim. Se descobrimos a maldade ou indiferença de alguns, descobrimos a bondade escondida em outros. E isso me dá esperança.

Sim, tenho esperança de dias melhores. Por mais que em certas ocasiões, o que há de ruim fique mais notório, ainda há bondade no mundo, ainda há quem se preocupe com o próximo além de si mesmo. Que este número cresça, que não se perca a esperança de dias melhores, de um ano melhor, um ano de mais aprendizado, menos problemas.

Que Deus proteja a todos nós!

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Apenas hoje

 Hoje abri o ‘blog’ só pensando em escrever algo. Estranhamente, senti falta de alguns textos que acreditava ter publicado aqui. Talvez tenha ficado apenas em minha mente e nunca tenha de fato os escrito. De fato já não sei.

Percebi um grande hiato. Um texto em junho, outro em setembro e hoje escrevo este já em novembro. Infelizmente não tenho tido inspiração a escrever qualquer coisa, e percebo que isso é algo que já vem de um longo tempo. Infelizmente...

Escrever sempre me fez bem, me ajudou a pensar... Houve tempos que escrevia todo dia, até mais de uma vez ao dia. Houve tempo que separava ao menos um dia na semana para escrever. Agora, os pensamentos voam em minha mente, sem que eu organize em palavras. Tenho no rascunho quatro textos inacabados, que ficaram fora de ocasião, porque o tempo passou e já não faz tanto sentido em minha mente terminá-lo.

Penso que toda essa situação do mundo atual  (pandemia COVID19), mexeu mais comigo do que eu poderia imaginar. Descobri ter forças em situações que não imaginava, assim como descobri sentir mais do que sonhara em qualquer dia de minha vida.

Descobri pessoas, confirmei outras, me decepcionei com muitas e tudo isso faz parte do que sou, do que venho me tornando ao longo do tempo, e toda essa situação me mostrou com mais detalhes.

Sou um misto dos meus princípios básicos consolidados desde a infância (as coisas boas e ruins), tudo aquilo que sinto (mesmo que não entenda) e tudo o que as pessoas que realmente me conhecem pensam e sabem que sou. E por muitas vezes tento me convencer que sou o que essas pessoas "dizem que sou". Por quê? Como me disse certa vez uma pessoa sabia e querida: ninguém de fato se conhece plenamente. E de fato concordo, pois, somos simplesmente uma imagem de toda nossa história, tudo que vivemos, as pessoas que conhecemos, as que passaram, as que levaram uma parte de nós, as que deixaram uma parte de si e as que permanecem por algum motivo. Somos todos um misto de sentimentos e percepções, nossas e de outrem.

E este é um texto para hoje. Uma grande mistura de informações desalinhadas, para serem concatenadas em algum momento. No futuro, pois hoje é apenas isso. Apenas hoje.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Pílulas para matrix

 Matrix é um filme de 1999, que descreve um futuro distópico no qual a realidade, como percebida pela maioria dos humanos, é, na verdade, uma realidade simulada chamada "Matrix", criada por máquinas sencientes para subjugar a população humana, enquanto o calor e a atividade elétrica de seus corpos são usados ​​como fonte de energia. O cibercriminoso e programador de computador Neo aprende esta verdade e é atraído para uma rebelião contra as máquinas, que envolve outras pessoas que foram libertadas do "mundo dos sonhos".

No filme o personagem Neo encontra Morpheus  e esse dá-lhe uma escolha: manter-se na sua vida quotidiana e no seu mundo, ou saber finalmente o que é a Matrix. Neo aceita a segunda opção e toma um comprimido vermelho. 

Nessa alegoria a "pílula que leva ao mundo real", que tira do "mundo de fantasia". E por vezes isso acontece com todos nós. Fatos, ou conjuntos de fatos, nos trazem a realidade, nos tiram do mundo de fantasia em que, sem perceber, vivíamos. Claro, comigo não foi diferente. Contudo, não "tomei uma pílula" e sim várias. Parece que tenho uma caixa delas e cada vez tomo uma e me aproximo mais do mundo real, me distanciando do mundo utópico de outrora.

Assim como com todo mundo, a primeira pílula que tomei foi quando criança, ao escutar uma frase que, mesmo solta, me marcou: não se pode mais viver tranquilo nesse mundo. Primeira vez que ouvi essa frase, com cerca de quatro ou cinco anos, dita por alguém que para uma criança, deveria ser capaz de enfrentar tudo sem temer, meu pai.

Daí para frente, a "vida" foi cobrando seu preço e eu tomando as "pílulas da realidade": primeira briga, a morte de alguém próximo, decepções, amigos que não eram amigos, amores que não amavam, pessoas que se aproximam por interesse, etc.

Creio que os grandes pontos chaves, de "tomar o comprimido da realidade" se resumem a fragilidade da vida (morte, doença, etc), decepções/traições (amores, amigos, familiares, etc) e a "falta de humanidade da humanidade"(violência, de todo tipo). Talvez esse último possa ser melhor escrito como "falta de amor ao próximo", sendo esse próximo qualquer pessoa, ser vivo, material ou imaterial. E isto provoca o anterior também.

Talvez alguém esteja pensando porque escrever sobre isso agora. A resposta é tão simples quanto provável de já ter sido imaginada: "tomei um comprimido" há bem pouco tempo e não sei se é possível existir realidade maior do que a que sinto. Não foi um fato, mas um conjunto de fatos que somados a todos os anteriores, me jogaram em uma realidade que não consigo expressar ou explicar. E nesse momento, todos fatos, desde os mais antigos, parecem que me voltam a mente e de alguma forma passam a fazer mais sentido, como se intenções fossem mais claras e eu não as enxergasse. E não é nada ruim, pelo contrário. Muito do que percebi tira um grande peso de culpa, tanto minha quanto de outrem. Perceber que em determinadas situações não houve culpados: as pessoas sempre agem segundo as ferramentas que possuem: conhecimento, habilidades, percepções, índole, sentimentos, etc. Admiti os erros, mas não posso mudá-los. Me perdoo por eles e aprendo com eles. Quanto aos erros que não são meus, os admitidos estão perdoados, os demais provavelmente se repetirão, então aprendi a ficar alerta, para não me abalar com eles. Mesmo assim, o que passou foi perdoado. 

Espero sinceramente que este seja o penúltimo comprimido que tomei. Sim, penúltimo, pois o último é o do fim da vida.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Se puder, envelheça












“A pergunta é, que dia a gente fica velho? Não vem dizer que ‘aos poucos’, colega, faz 5 minutos que eu tinha 17 anos e fui-me embora de Brasília, pra mim meu primeiro show foi ontem, e hoje eu tô na fila preferencial pra embarcar no avião.

Tem um garoto dentro de mim que não foi avisado de que o tempo passou e tá louco pra ter um filho, e eu já tenho netos. Aconteceu de repente, o personagem do Kafka acordou incerto, eu acordei idoso, e olha que eu ando, corro, subo escadas e sonho como antes. Então o quê que mudou? Minha saúde e minha energia são as mesmas, então o quê que mudou? Bom, a única coisa que eu sei que mudou mesmo foi o tal do ego, a gente vai descobrindo que não é nada, e que não está com aquela bola toda que a gente achava que estava.

A gente vai sacando que não tem importância e que pouca coisa no mundo tem importância, isso primeiro frustra, depois vai dando alívio e liberdade. Então eu acho que descobri, é isso que muda, ficar velho é sacar a nossa própria ‘desimportância’ e ficar mais solto por isso. Então vou te falar uma coisa: Vale a pena! Se puder, envelheça”.

Oswaldo Montenegro

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Morrendo com uma música...

É possível alguém morrer por uma música? Identificar-se tanto com a letra, envolver-se tanto com a melodia que sente-se morrendo aos poucos?

Essa é a ideia apresentada pela música Killing Me Softly with His (Her) Songuma canção de 1971 composta por Charles Fox e Norman Gimbel, inspirada no poema Killing Me Softly with His Blues de Lori Lieberman, que ela escreveu depois de ver Don McLean cantando a música "Empty Chairs".

A própria Lieberman foi a primeira a gravar a canção, em 1971, mas foi a versão de Roberta Flack, de 1973, que tornou a canção um sucesso, alcançando o número um na Billboard Hot 100 e ganhando três prêmios Grammy, incluindo o de canção do ano.

Embora muitos acreditem, Frank Sinatra nunca gravou esta música. Através de pesquisas na Internet podem ser encontrados várias ligações para esta suposta versão, que na verdade remetem à versão de Perry Como, que trago a seguir:






I heard she sang a good song, I heard she had a style
Ouvi dizer que ela cantou muito bem, ouvi dizer que ela tinha um estilo
And so I came to see her and listen for a while
Então vim vê-la e escutá-la por alguns instantes
And there she was this young girl, a stranger to my eyes
E lá estava ela, essa moça, desconhecida aos meus olhos

Strumming my pain with her fingers
Dedilhando minha dor com seus dedos
Singing my life with her words
Cantando minha vida com suas palavras
Killing me softly with her song
Matando-me suavemente com sua canção
Killing me softly with her song
Matando-me suavemente com sua canção
Telling my whole life with her words
Contando minha vida com suas palavras
Killing me softly with her song
Matando-me suavemente com sua canção

 


I felt all flushed with fever, embarrassed by the crowd
Eu me senti todo corado de febre, envergonhado pela multidão
I felt she found my letters and read each one out loud
Senti como se ela tivesse encontrado minhas cartas e as estivesse lendo em voz alta
I prayed that she would finish but she just kept right on
Orei para que ela terminasse, mas ela continuou

Strumming my pain with her fingers
Dedilhando minha dor com seus dedos
Singing my life with her words
Cantando minha vida com suas palavras
Killing me softly with her song
Matando-me suavemente com sua canção
Killing me softly with her song
Matando-me suavemente com sua canção
Telling my whole life with her words
Contando minha vida com suas palavras
Killing me softly with her song
Matando-me suavemente com sua canção

She sang as if she knew me in all my dark despair
Ela cantava como se me conhecesse em meu terrível desespero
And then she looked right through me as if I wasn't there
E então ela olhou através de mim como se eu não estivesse lá
But she was there, the stranger, singing clear and strong
Porém ela lá estava, a estranha, cantando claro e forte


Strumming my pain with her fingers
Dedilhando minha dor com seus dedos
Singing my life with her words
Cantando minha vida com suas palavras
Killing me softly with her song
Matando-me suavemente com sua canção
Killing me softly with her song
Matando-me suavemente com sua canção
Telling my whole life with her words
Contando minha vida com suas palavras
Killing me softly with her song
Matando-me suavemente com sua canção



quarta-feira, 29 de abril de 2020

Desconhecido

Estava há um tempo sem escrever, mas hoje recebi a notificação de um comentário deito por um desconhecido. Fiquei surpreso, não com o conteúdo do comentário, mas com o fato de alguém ter comentado ( e não ser um robô, como de costume). Apesar de eu não estar escrevendo com frequência, ainda há alguém que lê, seja ocasionalmente, ou "por acidente".

Nunca objetivei ter uma série de leitores, como já mencionei escrever para mim é meio que um "ato egoísta", me faz bem e, se "por tabela" fizer bem a alguém é um grande lucro. Mas saber que alguém acessa, alguém lê, mesmo que não frequentemente, me fez sorrir, e me fez escrever.

Obrigado "Desconhecido". Espero que gostes do que lês por aqui. Se algum dia não gostar, comente também, e argumente o porquê de não ter gostado. E se um dia quiser, se identifique, se apresente, ficarei contente com isso também. Se quer manter o anonimato para o mundo não há problema. Talvez tenhas percebido que seus comentários só aparecem quando eu os "aprovo". Faço isso para evitar o monte de robôs que mandam mensagens nos comentários, então querendo se identificar apenas para este escritor, fique a vontade de fazê-lo pelo campo de comentários e mencionar um "Não publique" no fim...

Novamente, fico feliz por ter atingido alguém, ter agradado. E volte sempre.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

O Mundo de LUTO


De repente a roupa de marca, o perfume importado e as jóias  não servem mais para nada, porque não tem onde exibi-las.

De repente todo o dinheiro guardado não tem onde ser usado, porque não se pode viajar ou fazer compras nos shoppings.

De repente um carro só é o suficiente, porque não se pode ir para lugar algum

De repente a casa de praia terá que ficar vazia, porque não se pode chamar os amigos para um fim de semana juntos.

De repente aquele  churrasco com a família  teve que ser cancelado e a carne congelada, porque não se pode fazer reunião familiar.

De repente aquela linda casa que vivia cheia  ficará sem ninguém  porque não se pode receber visitas.

De repente os idosos  terão que ficar sozinhos sem o carinho dos filhos e netos porque um simples abraço  pode custar sua vida

De repente aquela sonhada festa teve que ser cancelada, porque as pessoas tem medo de estar juntas.

De repente a vontade de estar perto das  pessoas queridas se tornou um desejo proíbido  porque amar agora é ficar distante

De repente entrar na igreja se tornou algo impossível,  porque as portas estão fechadas.

De repente o mundo inteiro afetado porque uma pandemia ameaça a população.

De repente tudo que se precisa é da misericórdia de Deus, porque mais nada importa agora.

(Autor desconhecido)

domingo, 8 de março de 2020

Tudo que se Quer (All I Ask of You)

Hoje, minha homenagem a mulher que mudou minha vida. Hoje pode ser o dia internacional da mulher, mas para mim todos os dias é teu dia... Vou contigo, seja aonde for...
E onde estiver estou...








Olha nos meus olhos
Esquece o que passou
Aqui neste momento
Silêncio e sentimento
Sou o teu poeta
Eu sou o teu cantor
Teu rei e teu escravo
Teu rio e tua estrada

Vem comigo, meu amado amigo
Nessa noite clara de verão!
Seja sempre o meu melhor presente
Seja tudo sempre como é
É tudo que se quer
Leve como o vento
Quente como o sol
Em paz na claridade
Sem medo e sem saudade

Livre como o sonho
Alegre como a luz
Desejo e fantasia
Em plena harmonia

Eu sou teu homem
Sou teu pai, teu filho
Sou aquele que te tem amor
Sou teu par, o teu melhor amigo
Vou contigo, seja aonde for
E onde estiver estou

Vem comigo meu amado amigo
Sou teu barco neste mar de amor
Sou a vela que te leva longe
Da tristeza, eu sei, eu vou!
Onde estiver estou
E onde estiver estou

Composição: Andrew LloydWebber / Charles Hart 

quarta-feira, 4 de março de 2020

Filme: Coringa

Tenho escutado diversas críticas ao mais recente filme do Coringa, mas não quis tirar conclusões precipitadas antes de assistir e refletir sobre o filme.

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Uma das críticas que mais se repetem tem sido que o filme enaltece o criminoso, torna o infrator um exemplo a ser aplaudido e não a ser combatido ou criticado, como o personagem sempre foi. Porém, essa versão do Coringa interpretada magistralmente por Joaquin Phoenix traz mais do a simples história de um personagem icônico dos quadrinhos, traz uma visão do mundo da perspectiva de baixo, do marginalizado, do discriminado.

E meio a uma greve dos coletores de lixo, o povo vive em meio a sujeira e as pragas que isto atrai, enquanto os ricos passam em suas limusines e carros de luxo no caminho entre suas mansões e os salões de festa, bailes e teatros de requinte. A mídia se mantem acima, noticia as mazelas que ocorrem, mas não deixa de, em sua busca por audiência, ridicularizar os desafortunados, os doentes, talvez em busca de manter seu apoio às castas altas da sociedade.

Enquanto isso, o personagem principal, com problemas mentais, tenta levar sua vida em meio a seus devaneios; ora vive o mundo real ora vive em seu próprio mundo e pensamentos. É agredido, ridicularizado e, em um transporte público mata seus agressores. Sua imagem é vista como uma resposta ao Sistema que oprime, e utilizada em manifestações populares. Busca um ricaço da cidade, para quem sua mãe trabalhou e que poderia ser seu pai. Mais uma vez é ridicularizado, ouve insultos a si e a sua mãe.Em um desfecho, ele é convidado a ir a um programa de auditório, cujo apresentador outrora admirado, o havia ridicularizado, utilizando imagens de uma apresentação mal sucedida em um clube de humor. E ali, pela primeira vez se apresenta como Coringa, e talvez pela primeira vez em toda estória, faz um discurso realmente sensato contra toda discriminação que sofreu, por não ser da elite, por não ser famoso, por ser um doente mental. Ele critica todo Sistema que "dita" o que é certo, o que é errado, quem deve viver e quem pode morrer. "O que você consegue quando cruza um doente mental solitário com uma sociedade que abandona ele e trata como lixo esse cara? Eu digo o que você consegue: consegue a merda que merece!" E mata o apresentador. Chegou ao programa com ideia de fazer seu discurso e se matar em um grande final trágico, mas mudou de ideia depois de ser novamente criticado e matou o apresentador.

Não. Nada do que passou justifica ter se tornado um assassino. Tampouco quero rotular o personagem de "vítima da sociedade". É um criminoso, que assim como foi no filme, deve ser preso e sofrer as sanções adequadas por seus crimes. Mas o grande escopo do filme, a meu ver, não é o criminoso e sim a situação da sociedade representada ali, um fiel retrato de nossa sociedade atual: os ricos e poderosos ficam protegidos e isolados das mazelas, junto a mídia buscando audiência ambos sem  se preocupar com quem atingem para manter seus status e do outro lado os pobres, os excluídos, os doentes que vivem a realidade de uma cidade violenta e em caos; uma parcela da população que é utilizada de fantoche pelos mais poderosos, na maioria das vezes sem qualquer reação, seja por ignorância (humildade, simplicidade) ou por medo. Como diz um verso da música de Renato Russo: 

"(...)
Nos querem todos iguais
Assim é bem mais fácil nos controlar
E mentir, mentir, mentir
E matar, matar, matar
O que eu tenho de melhor, minha esperança
(...)"

Uma sociedade desigual, que ignora os problemas dos menos favorecidos (como a nossa), e uma revolta desses (que nos falta). Esse, para mim, é o resumo do filme em uma frase. Querer fazer igual o diferente, esse é o grande erro de nossa sociedade, de nosso mundo.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Começo do fim - Epílogo

Fim de uma era.

Ainda tenho minha inspiração, ainda gosto de escrever e me faz bem. Mas tenho deixado muitos hiatos nos últimos tempos aqui. Semanas sem escrever e por vezes, diversas reproduções, textos ótimos, mas que não são de minha autoria, preenchem um espaço que eu deveria escrever com mais frequência. Alguns podem até preferir as ocasiões em que os textos são de outros, não zangarei-me por isso. Porém este não é o escopo deste espaço.

No decorrer das últimas semanas, escrevi e agradeci a muitas pessoas que me incentivaram a escrever, às vezes diretamente outras indiretamente. E os textos seguiram um padrão que sempre gostei de usar aqui: Textos "pluri-direcionados", textos direcionados a várias pessoas, ou tipo/categoria de pessoas. Poucos textos que escrevi aqui não foram assim, talvez alguma mensagem direta, mas estas eu citava o destinatário de alguma forma.

Creio esta ser uma boa forma de escrever, pois possibilita alcançar pessoas que nem mesmo conheço, mas de alguma forma se identifica com o texto, com o personagem, com a mensagem.

Neste fim, gostaria de agradecer aos meus leitores conhecidos e desconhecidos, aos anônimos e declarados, a cada um que pelo menos uma vez passou por aqui e leu um texto. Foi por vocês que busquei manter uma constância. Muito obrigado.

Esta não é uma despedida. A partir de agora, buscarei escrever quando possível, sem a preocupação de ter sempre um texto novo aqui por semana, por isso, caso queira ser avisado quando um novo texto estiver disponível, deixe seu email no espaço "Receba as postagens por email".

E caso não tenha visto as postagens antigas, leia algumas. Tem muita coisa interessante que reproduzi, e algumas que escrevi que não ficaram ruins. E comente. Gosto de ler os comentários.

Até qualquer dia

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Começo do fim - parte 8

Começo do fim. E o fim do começo.

Depois de mais de 7 semanas de textos que no fim seguiram pelo rumo de toda gratidão pela inspiração que me fez começar e continuar a escrever. A cada texto um pouco de minha própria história foi mostrada, um pouco de mim, através das palavras, dos textos.

Alegrias e tristezas foram combustível para escrever. Os livros que li, os artigos, as histórias que ouvi... Cada detalhe vivido foi u incentivo e uma inspiração para começar, para continuar a escrever. Porém mais importante que isso foi a inspiração que me foi dada para aprender a viver. A inspiração para estar vivo a cada dia, para tentar ser melhor, estar melhor e viver melhor, pois minha vida já não é só minha, é compartilhada.

E tudo que vivi antes foi uma preparação para esse compartilhamento, que começou a cerca de uma década. E todos os textos, todas as homenagens a partir de então são para ela, mesmo quando não o são diretamente. O são pois escrever me faz bem, e se me faz bem, posso ser melhor.

Hoje, esse pequeno texto é para você. Pequeno pois as palavras não descrevem corretamente tudo.

Hoje e sempre minha gratidão, meu agradecimento é a você.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Começo do fim - parte 7

Gratidão tem sido algo muito constante para mim. Mesmo nos momentos de dor ou dificuldades, tenho tentado me manter grato. E essa onda de gratidão tem sido quase em todo o conteúdo desses últimos textos. A gratidão que me inspirou a escrever.

Seguindo essa linha, poderia seguir agradecendo a cada personagem de minha história, desde os atores principais até os coadjuvantes temporários. Mas todo esse processo poderia ser injusto se esquecesse algum. Por outro lado, antes de concluir toda a "sessão gratidão", preciso agradecer a alguns personagens, que não apenas inspiraram-me, mas me deram ensinamentos para vida toda.

E nem sempre são pessoas que permaneceram muito tempo, apenas o necessário para deixar a marca, o ensinamento e de maneiras imperceptíveis no momento, por serem coisas tristes ou que nos desagradam, certas vezes muito até.

Fechando os olhos lembro de um gramado, curiosamente palco do início de duas histórias bem diferentes, mas que, cada uma da sua forma, me trouxe um aprendizado gigantesco.  A primeira me ensinou o que eu sou, o que posso ser, me ensinou que eu existo perante o mundo a minha volta. Uma longa pausa e quando eu cri não ter mais o que aprender, aprendi mais ainda sobre valoração. Se em um primeiro momento eu cria na unicidade, que eu não tinha qualquer alternativa, num segundo momento vi quão errôneo era meu pensamento. Tinha alternativas e fizera minha escolha para o que melhor era para mim.

A ideia de falta de alternativas, fez a segunda história durar mais do que preciso. De forma intensa e veloz, aprendi principalmente a diferenciar o que era para mim e o que não era. Aprendi que certos caminhos poderiam ser ótimos para algumas pessoas, mas não serviam para mim. E nunca serviriam, não era questão de ter ou não alternativas, era simplesmente questão de ser eu.

Aprendi muito em ambos casos, e isso também molda o que hoje sou, molda o rumo das palavras que escrevo, mesmo se passando décadas. Sou parte do que eu escrevo, parte do que vivi, parte do que aprendi. Por isso sou grato a todos, inclusive aos que me feriram.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Começo do fim - parte 6

Essa série de textos dessas últimas semanas têm ao mesmo tempo um caráter histórico e um sentimento de desfecho. E isso não foi premeditado nem programado, aconteceu conforme os textos foram sendo escritos.

A ideia principal era pelo desfecho total, não ter mais aquela preocupação inicial de, ao menos semanalmente, ter  um escrito novo. Como mencionei antes, a ideia é que tudo passe a ser bem esporádico, algumas vezes textos seguidos, outras vazios prolongados.

E juntando a ideia da gratidão do incentivo a escrever e os vazios prolongados, não poderia deixar de agradecer a alguém que me ensinou vários lados, não da mesma moeda, mas do mesmo dodecaedro.

Aprendi que o tempo é relativo e passa rápido, e que por isso temos que priorizar as pessoas importantes para nós, a cada momento, e não esperar o momento que pareça ser mais propício. Aprendi que é preciso valorizar as pessoas que querem, podem e são capazes de nos priorizar, pois isso é valorizar a nós mesmos.

Aprendi que sonhos são bons, planos são bons, o futuro pode ser ótimo, mas precisamos primeiro viver o presente, sê-lo e exigi-lo, até onde nos cabe. Ou simplesmente ir.... Aprendi que é preciso deixar partir, e também partir quando for a hora. Permanecer mais do que o necessário é tão ruim quanto querer que permaneçam, quando já passou o tempo.

Há pessoas que vem e ficam. Outras vem, vão, depois voltam para ficar ou para ir de novo. Outras partem e nunca mais voltam e tudo isso tem um motivo.

Nós deixamos um pouco de nós em cada pessoa que conhecemos, aprendemos e ensinamos. E nesse caso entre alegrias e tristezas, aprendi um pouco como ser como não ser, o que quero ou não. E mesmo quando achei que nada mais havia a aprender, descobri em mim algo que não era bom, um boomerang que não precisava ser jogado de volta, nem atingir ninguém, pois já estava enterrado por tanta coisa boa, tantos novos aprendizados, tantas felicidades que vieram em seguida. Fazer sentir o que senti, só me faria mal.

E claro, tudo isso me incentivou a escrever, principalmente para organizar as ideias e conclusões. E sou muito grato por isso.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Começo do fim - parte 5

Talvez eu esteja até um pouco atrasado em escrever sobre essa pessoa. Creio nunca ter escrito nada sobre ela, e pouco para ela. Ela foi meu porto seguro durante um bom tempo em uma fase de minha vida que um turbilhão de coisas aconteceram e eu sentia que não tinha ninguém.

Tanta coisa que qualquer um que leia pensa que foi algum romance do passado. Nada disso, de fato isso nunca passou por minha mente. Apenas foi e é uma amizade que não surgiu, de alguma forma já existia, do tipo que incentivava a fazer o que me fazia bem e alertava sobre o que achava que não ia bem ou daria certo. Uma pessoa com qualidades e defeitos como qualquer outra. Uma amizade humana que vinha da alma.

E sempre me incentivou a escrever, me emprestou livros, me presenteou com outros e com uma agenda com frases espirituais. Sempre me disse para que eu escrevesse e lesse se quisesse, senão completasse o caderno ou agenda e desse um fim definitivo, para deixar aqueles pensamentos e sentimentos para trás, para viver outros e novos. Confesso que segui muito isso, tentar caminhar em frente com as marcas e cicatrizes apenas. As registradas no papel foram facéis de deixar lá. As da mente nenm tanto.

Te agradeço imensamente por cada palavra e incentivo, por cada lágrima e sorriso. Até hoje me sinto feliz sabendo que sorris. Se não tiver vontade, respire fundo e siga em frente.

Minha gratidão a ti, κμ'.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Começo do fim - parte 4

Não posso de forma nenhuma falar de incentivos a escrever, sem mencionar aquela pessoa que me deu a minha primeira agenda para escrever.

Lembro como se hoje fosse, o ambiente não poderia ser diferente, na Igreja da Candelária, ela já estava lá quando cheguei. Uma escritora, que não vivia dos livros, conhecendo um leitor, e o presenteando com uma agenda (tema: paulo Coelho), com uma bela dedicatória em que a escritora admitia estar tão perdida quanto o  leitor, ali sem script, sem roteiro do que dizer ou agir. E nada precisava ser dito ali, bastava ficar olhando a Igreja e sua beleza. Em mim a gratidão pelo presente e pelo escrito inédito e exclusivo que estava na primeira página. Eu fazia estágio ali perto, e aqueles momentos inicialmente de silêncio, depois das habituais conversas, foram muito bons.

A partir dali comecei a escrever quase que diariamente, durante alguns anos, naquela e em outras agendas. Deixava passar para o papel o que eu estava pensando, independente do que fosse, sem julgamentos, sem culpas, sem raciocinar, sem reler. Momentos de alegria, tristeza, raiva e dúvidas ficaram ali registrados e lacrados para que nem eu volte a ler.

Quando penso no tanto que escrevi tenho apenas uma vontade: fazer uma bela fogueira, pois já serviu a seu propósito. Estranho mas uma sensação real...

Quero deixar meu muito obrigado a quem me incentivou a começar a escrever para mim, a deixar derramar para as páginas o turbilhão que passava em minha mente, para que um dia eu fosse capaz de concatenar ideias e chegar aqui.

Minha gratidão a ti.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Começo do fim - parte 3

Nem todos os incentivos a escrever foram tão diretos. Algumas vezes foram bem sutis, como um pequeno bilhete recebido, ou um texto de alguém que não encontrava como expressar falando o que gostaria.

Conheci algumas pessoas assim, e talvez em outros tempos eu pudesse dedicar uma parte inteira a cada uma, mas hoje as ideias são outras, os tempos são outros e creio que resumir seja melhor. Assim consigo explicar melhor sem me estender tanto.

De fato eu sou grato a cada pessoa que escreveu algo para mim, seja um pequeno bilhete, um manuscrito numa folha de papel ou um email. Tudo que feito de coração me incentivou e muito a querer escrever. E foram tantas coisas espontâneas que eu não conseguiria mencionar cada uma, mas posso citar duas ou três ilustrativas.

Lembro de uma vez, na lanchonete de onde eu estudava, como um dia qualquer, e uma pessoa que estudava comigo começou a escrever no caderno enquanto lanchávamos. Quando terminou me entregou. Algo belo e simples, uma demonstração de amizade, sem nenhum desejo a mais do que me fazer sorrir e demonstrar amizade. Eterna? Não sei, apesar de não ter contato há muito tempo, tenho um bem querer por essa pessoa. Assim como tenho por muitas pessoas que conheci.

Outro exemplo que posso citar, foi da mesma época, de alguém que era apelidada de "Lispector". Escrevia bem, isso é inegável, mas não se tornou escritora e sim médica. Na ocasião, éramos quase que um trio que virou uma dupla dentro de uma turma inteira. Um dia me presenteou com um manuscrito seu, que infelizmente tempos depois a chuva levou. Mas naquele dia me deixou feliz, assim como sou feliz de ter contato esporádico com essa "velha", mas verdadeira amiga.

Este texto de hoje é uma homenagem a todos que me incentivaram a escrever, escrevendo. Um texto, e-mail, mensagem, uma carta, um bilhete, ou uma frase/desenho no meu caderno. Por vocês e para vocês também, tenho escrito todos esses anos.

Obrigado.