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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Feliz Ano Novo



Mais um ano passou. E como passou rápido...

Tantos momentos bons, ruins, alegres, tristes. Tantas vitórias e derrotas.

Mas não é tempo de pensar no que passou. É hora de juntar as energias e a experiência adquirida em 2015 para fazer desse ano que começa um ano melhor. Muito melhor.

Esqueça as mágoas, esqueça as tristezas, esqueça as desavenças e sorria; Comece o ano sorrindo, comece em paz, fazendo o bem e quem sabe tua alegria, teu sorriso, teu exemplo, pode contagiar alguém perto de ti e começar uma onda para um mundo muito melhor.

Sonho? Sim. Mas não custa nada tentar.

O que mais desejo?


Para você, 
Desejo o sonho realizado. 
O amor esperado. 
A esperança renovada.
Para você, 
Desejo todas as cores desta vida. 
Todas as alegrias que puder sorrir. 
Todas as músicas que puder emocionar.
Para você neste novo ano, 
Desejo que os amigos sejam mais cúmplices, 
Que sua família esteja mais unida, 
Que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe desejar tantas coisas...
Mas nada seria suficiente...
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos. 
Desejos grandes... 
e que eles possam te mover a cada minuto, 
ao rumo da sua FELICIDADE!!!

Que 2016 seja um ano abençoado e de muita paz.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Natal

Naquela noite, ele estava em casa sozinho... Sua esposa e filhos tinham ido à missa de Natal...mesmo sendo convidado como todos os anos, ele novamente ficou em casa...
 
A certa altura da noite, entediado dos programas de TV, levantou-se e olhando pela janela, viu a neve caindo, ficou admirando a cena por alguns minutos até que foi interrompido com um barulho, uma pancada no vidro da janela, era uma pombinha que estava fugindo da neve, logo em seguida outras apareceram também, atraídas pela luz, todas voavam em direção à janela...
 
De súbito ele teve uma ideia:

"O celeiro! É isso! vou atraí-las todas ao celeiro, assim podem passar a noite em segurança e aquecidas!"
 
Rapidamente, saiu de casa e correu ao celeiro, abriu as portas e fez de tudo p/ chamar a atenção delas... Mas por mais que se esforçasse, não conseguiu nada, nem fazer com que elas parassem de se debater contra a janela...
 
Ele as viu, cair no chão uma a uma...tristemente pensou:

"Se tão somente eu as fizessem entender...se eu pudesse me tornar um deles poderia atraí-los à segurança!"
 
E a frase "um deles" ficou se repetindo em sua mente... Nesse momento ele ouviu os sinos como que soando "um deles" "um deles"...caiu sobre os seus joelhos e ali mesmo enquanto a neve caía, ele entendeu.
 
Foi isso que Jesus Cristo fez...Tornou-se um de nós, para nos atrair à segurança, para nos salvar do frio, para iluminar nossos caminhos e nos trazer a felicidade que o Seu grande e infinito Amor nos dá!
 
 
Menino Deus nasceu...e tornou-se um de nós...que amor grandioso... Deus se fez um de nós, um de nós...Naquela noite...
 
Imagino um anjo a contemplar, a ternura de Maria ao olhar que o Rei nasceu..
.
Um de nós...menino Deus nasceu e tornou-se um de nós... 

"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; 
e o governo estará sobre os seus ombros;
e o seu nome será:
Maravilhoso,
 Conselheiro,
Deus Forte,
Pai Eterno,
Príncipe da Paz".
Isaías 9:6

Nesta data festiva, não te entristeças se estiveres excluído dos grandes banquetes, pois nem sempre as iguarias da mesa são sinônimo de felicidade.
 
Não te sintas constrangido pela roupa que vestes, pelo trabalho que fazes, nem mesmo pela humilde casa que moras, pois alguém nasceu na manjedoura em Belém, e foi o maior que já existiu... E existe, dentro de cada um de nós

Acredite que o teu pouco, as vezes é mais que o muito de alguém. 

Farta-te da paz pois só quem a possui é capaz de  sorrir diante das desolações, capaz de amar a família, de entender os gestos da natureza,  desde o olhar da criança até o ciso do ancião.
 
Que Jesus seja o caminho, a verdade e a vida, na vida de cada um de nós.
 
 Um Santo e Feliz Natal a todos.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A origem do dia 25/12 e da árvore de Natal

No último texto, trouxe uma explicação de qual seria a verdadeira data de nascimento de Cristo. Hoje deixo um pouco da possível história da origem do dia 25 de dezembro e algumas práticas pagãs que nossa festa de Natal acabou absorvendo desde a época em que foi adotada esta data.

A comemoração do Natal no dia 25 de dezembro e o uso da árvore de natal são exemplos de costumes que foram absorvidos das festas pagãs.


Para contar a história das origens da data e da árvore, é preciso voltar ao tempo de Noé, após o dilúvio.


Conta-se que um de seus filhos, CAM, o viu dormindo embriagado e nu. Ele começou a rir de seu pai e correu para contar aos seus outros dois irmãos, SEM e JAFÉ.


Estes, ao contrário do irmão, foram de costas e cobriram a nudez do pai. Noé, quando soube do acontecido, amaldiçoou seu filho Cam, para que este e seus descendentes servissem a seus outros dois filhos. E toda a geração após ele se tornou maldita.


Cam casou-se com Semirámis (esta é a mulher da nota de 1, 2, 5, 10, 20, 50 e 100 reais; a mulher da Estátua da Liberdade; a mulher da balança da justiça; da Columbia Pictures, etc.)


Ambos geraram um filho, Ninrode. Ele matou seu pai Cam e casou-se com sua mãe.


Foi o fundador da Babilônia, Nínive e outras cidades pagãs. Tentou levantar a torre de Babel, e Deus o impediu.


Seu tio Sem o matou, pois ele estava se opondo muito contra Deus. Semíramis, sua mãe e esposa, espalhou a mentira de que ele não havia morrido, e sim que havia ido para o céu, pois ele se dizia deus - o deus sol.


Semíramis engravidou e dizia ser um presente dos deuses, que era a reencarnação de Ninrode; mas, na verdade, era fruto de uma traição, pois seu marido, e filho, já estava morto. E nasceu Tamuz, no dia 25 de dezembro, deus sol dos egípcios, babilônicos, gregos, persas, romanos e, hoje, das S.S. (sociedades secretas).


Ele morreu durante uma caça, provavelmente por um animal selvagem, e seu corpo ficou caído sobre um tronco apodrecido de árvore. Sua mãe dizia que neste tronco nasceu um pinheiro, e todos os anos, no dia 25 de dezembro, era comum as pessoas levarem um pinheiro para dentro de casa e o enfeitarem com ouro e prata, como símbolo do renascimento de Tamuz.


As sacerdotisas jejuaram e choraram por 40 dias e 40 noites a morte de Tamuz ao pé do pinheiro e, no final desse período, elas agradeciam umas às outras fazendo trocas de presentes, os quais eram depositados aos pés desse pinheiro. Todos os anos, no dia 25 de dezembro, era comemorado o nascimento de Tamuz.


Quando os Persas dominaram essa região, eles levaram todas as idolatrias para a Pérsia, inclusive os deuses Tamuz, Ninrode e Semíramis, que apenas mudaram de nome. O domínio, em seguida, passou para os Gregos, e estes fizeram a mesma coisa, mudando apenas os nomes; eles passaram a ser Zeus, Afrodite e Eros.


Em seguida, os Egípcios dominaram e mudaram os nomes também, passando a se chamar Osiris, Isis e Horus.


Já nos tempos de Jesus, o domínio era Romano, e Roma mudou também os nomes. Passaram a se chamar apenas Vênus e Cupido, caindo a figura do pai. 

No Século IV, depois de Cristo, o imperador Constantino, para agradar aos Cristãos que eram em grande número em Roma, decidiu oficializar o Cristianismo como religião oficial de Roma. Para enfraquecer os cultos pagãos da época, usou os nomes mais fortes dentro do Cristianismo.



Tamuz e Semíramis que eram venerados nos cultos pagãos foram substituídos pelo Menino Jesus e Virgem Maria. 

Assim, o Natal continuou a ser comemorado no dia 25 de dezembro, agora sendo considerado o nascimento do Menino Jesus, mas na data que era comemorado o nascimento de Tamuz, o deus pagão.

A incorporação de tais símbolos, como a data, o pinheiro de Natal dentre outros, permitiu que a nova religião que estava sendo oficializada por Roma sofresse menos rejeição e inicialmente pudesse ganhar adeptos dentre os diversos cultos existentes, e assim, os "novos convertidos" pudessem tomar conhecimento das novas bênçãos que os aguardavam.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Verdadeira data do Nascimento de Cristo

Estamos na segunda semana do advento, que é o tempo de preparação para festa do Natal, celebrada na passagem de 24 para 25 de dezembro. 

Porém, o dia 25 de dezembro não é de fato a data de nascimento de Jesus, conforme vários estudos já comprovam. Encontrei um texto* interessante sobre o assunto, e trago até vocês, com alguns comentários. 

O dia 25 de dezembro foi uma data adotada na "fase cristã" do império Romano, no mesmo dia em que havia uma celebração pagã do "rei sol", e assim, sendo o cristianismo a nova religião oficial do império, a adoção da festividade cristã no mesmo dia de uma festa pagã tinha por objetivo subpujar esta. 

Qual seria a verdadeira data, então?

A Bíblia nos dá algumas "pistas" para que, por inferência, cheguemos aproximadamente à possível data do nascimento de Jesus. Primeiramente para chegarmos a tal data, devemos "lançar mão" do Calendário Judaico, que é lunar (baseado nos ciclos da Lua), diferente do nosso, o Calendário Gregoriano, que é solar (baseado nos movimentos terrestres em relação ao Sol). Além disso, o Calendário Judaico é, grosso modo, dividido em dois, um religioso e outro civil; o religioso começa no mês de Nissan (ou Abib), já o civil no mês de Tishrei (ou Etanim). Assim, os meses são truncados com relação ao nosso calendário. 

Exemplificando: o mês de Abib inicia na segunda quinzena de Março e finda na primeira quinzena de Abril. Pois bem, para continuarmos a "contagem" faremos menção à concepção de João Batista. A Bíblia diz que Zacarias (pai de João Batista) era sacerdote:

"Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote, chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; o nome dela era Isabel." (Lc 1.5)

Os sacerdotes foram divididos pelo rei Davi em 24 turnos ao ano (1Cr 24, o ano usado nessa passagem é o religioso), ou seja, cada sacerdote deveria ministrar no Templo de Jerusalém durante 15 dias no ano, 2 turmas por mês, uma a cada quinzena, 24 no total dos 12 meses, sendo a turma de Abias a oitava:

"a sétima, a Hacoz; a oitava, a Abias;" (1Cr 24.10)

Fazendo a conta a partir do início do ano (lembrando que o primeiro mês do ano religioso hebreu é Abib, da segunda quinzena de Março à primeira quinzena de Abril), pode-se afirmar que Zacarias ministrava na segunda metade do mês de Tamuz, na primeira quinzena de Julho. Quando o anjo Gabriel aparece a Zacarias e anuncia-lhe que sua esposa iria engravidar, Zacarias estava ministrando no Templo, exercendo o sacerdócio no período destinado à sua ordem (na primeira quinzena de Julho). Acabando o tempo de exercer o seu sacerdócio, Zacarias volta para casa (Lc 1.23), poucos dias depois Isabel, sua esposa, engravidou (Lc 1.24). Isso ocorreu na segunda quinzena de Julho (primeira metade do mês Ab), 9 meses depois nasceu João Batista, entre a segunda quinzena de Março e a primeira quinzena de Abril (no mês de Abib). Jesus era 6 meses mais novo que João, é o anjo Gabriel quem confirma isso quando aparece a Maria para anunciar que ela iria conceber a Jesus:

"E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril." (Lc 1.36)

Sendo assim, 6 meses após o nascimento de João, nasce Jesus, entre a segunda quinzena de Setembro e a primeira quinzena de Outubro (no mês de Tishrei). 

Continuando nossa "busca" pela real data do nascimento de Jesus, encontramos outra "pista" que a Bíblia nos dá. É a forma como o São João se expressa ao falar sobre a encarnação de Cristo:

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade." (Jo 1.14)

O termo que João usou para "habitou", deriva da palavra grega σκηνή (skené), que significa tabernáculo, ou seja, Cristo "tabernaculou", habitou num tabernáculo (um corpo humano). São Paulo, o apóstolo dos gentios, se refere ao nosso corpo físico como um tabernáculo:

"Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial." (2Co 5.1,2)

A metáfora do tabernáculo em relação ao corpo humano, faz menção a transitoriedade do corpo. No caso de Cristo, o fato Dele assumir temporariamente uma forma humana (encarnação):

"antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana" (Fp 2.7)

Em Israel comemorava-se a Festa dos Tabernáculos (ou Sucot) período onde o povo habitava em tabernáculos (um tipo de tenda) durante 7 dias, para lembrar dos 40 anos do êxodo no deserto (Lv 23.34,42). Tipologicamente, a Festa dos Tabernáculos apontava para a habitação do Verbo temporariamente em um tabernáculo, ou seja, a encarnação de Cristo. Interessante é que essa festa começava no dia 15 de Tishrei, o mesmo mês que de acordo com a nossa "conta" (no texto anterior) Jesus teria nascido. Podemos deduzir então, que provavelmente Jesus nasceu durante uma celebração da Festa dos Tabernáculos, entre a última semana de Setembro e a primeira semana de Outubro.

Este argumento tem coerência, por 3 motivos. Primeiro motivo, a obrigatoriedade de todo homem comparecer no Templo na Festa dos Tabernáculos:

"Três vezes por ano todos os seus homens se apresentarão ao Senhor, seu Deus, no local que ele escolher, por ocasião da Festa dos Pães Asmos, da Festa das Semanas e da Festa dos Tabernáculos..." (Dt 16.16)

São José (esposo de Maria Santíssima e pai adotivo de Jesus) pode ter aproveitado o circunstância de ter que recensear-se, para também participar da festa, pois Belém é próxima de Jerusalém (apenas 10 km de distância). Segundo motivo, a Festa dos Tabernáculos é uma das 3 festas essenciais de Israel (Dt 16.16). Provavelmente existiu um propósito divino no fato das principais festas judaicas serem justamente essas 3, época em que havia um número maior de pessoas transitando em Jerusalém, para presenciarem tais acontecimentos. Jesus morreu na Páscoa (Festa dos Pães Asmos), o Espírito Santo desceu no Pentecostes (Festa das Semanas), restando a dos Tabernáculos, o que indica que Jesus nasceu nesta festa. Terceiro motivo, a Festa dos Tabernáculos é comemorada em Tishrei, o mês do Ano Novo civil para os judeus (Lv 23.24), e também nesse mês (no dia 10) é celebrado o Dia da Expiação (Lv 23.27). Simbolizando que o nascimento de Cristo seria um novo começo para o mundo e que Ele traria expiação à humanidade.

Então, Jesus nasceu no mês de tishrei, o sétimo mês do calendário judaico lunar, em um período em que o povo se preparava para a festa de Sucót (Festa das Cabanas). Tshirei é o mês que em nosso calendário daria entre o mês de setembro e outubro. Ele nasceu em período de festa, só que foi na Festa das Cabanas, a chamada Hag Sucot, em hebraico. Acontece cinco dias após a festa de Yom Kipur, com duração de sete dias.

25 de dezembro em nosso calendário se comemora o nascimento da deidade solar, o nascimento do sol, em um sentido mais profundo histórico, seria o nascimento de Tamuz. Na próxima semana, explicarei a origem do dia 25 de dezembro, e sua "história pagã".



Toda a argumentação deste texto está no campo das possibilidades, entretanto, fundamentada somente em versículos bíblicos.



(*Maior parte do texto é de autoria de Paulo e foi extraída do site: www.iadrn.blogspot.com.br. Não estranhem eu colocar um texto oriundo de um site evidentemente evangélico. É um site que trata de teologia e arqueologia, não tendo relação com as diferenças de crenças.)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Novo Mundo - Epílogo

O início dessa história começa em:

http://erranteescritor.blogspot.com/2015/10/novo-mundo-prologo.html



Depois de mais de vinte minutos de tentativas, o coração voltou a bater e se estabilizou. Os médicos saíram do quarto com um certo olhar de tristeza, sabiam que depois de tanto tempo, um dano cerebral poderia ter ocorrido e seria irreversível.

O médico chefe se aproximou dos irmãos e contou toda a verdade: o coração batia, mas não sabia a que preço. Ela estava agora totalmente ligada a aparelhos, que a mantinham viva, mas talvez o cérebro tivesse tido danos. Era difícil explicar, o acidente não fora assim tão grave. Parecia apenas que ela desistira de viver, e em breve os irmãos teriam que tomar a cruel decisão: a deixar vivendo por aparelhos e esperar um milagre, ou desligar e deixar que ela se vá de vez.

Em algum lugar, na mente ou em outro lugar qualquer que exista, Fernanda sente uma sensação de paz, como nunca sentira. Tudo está claro, e nada enxerga além de uma imagem dela mesma que lhe dizia:

- Sempre estive em ti e contigo, sentindo o que sentias, vivendo o que vivias. E agora novamente somos uma.

E caminhavam sorrindo por um caminho que não existia...

Do outro lado da cidade, Paulo ainda esperava uma ligação que jamais receberia, enquanto terminava de escrever um torpedo que nunca chegaria até o telefone de Fernanda, agora destruído e esquecido após o acidente. No texto dizia o mesmo que escrevera no email que enviara dias atrás que agora jazia perdido na caixa de entrada de alguém que não verá:

"Fernanda, Léia ou qualquer seja teu nome, verdadeiro rosto ou história. Criamos nossa própria história e nela meu carinho e respeito por ti serão eternos e são maiores do que o perdão que seria necessário. Tens ambos se o quiseres e aceitares."

Fim???

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Novo mundo - Prólogo

Estava cansada.

Mais uma vez chegara de viagem, após fechar mais um pomposo negócio para a empresa na qual trabalhava. Era sempre igual, quando o acerto estava difícil, sempre mandavam ela, viajava, conversava, negociava e no fim conseguia.

Sabia da sua capacidade, mas se sentia muito desvalorizada ali. As pessoas achavam que ela conseguia o que queria apenas por ser uma linda mulher e não por ser persistente e capaz. Se esforçava, deixava muitas vezes de lado sua vida pessoal para vistar clientes em potencial, muitas vezes aturando gracinhas, para receber apenas um tapinha nas costas e um olhar desconfiado dos colegas preguiçosos, que não gostavam de levantar o traseiro de suas cadeiras para fazer o trabalho.

Não via a a hora daquela sexta-feira terminar e poder ir pra casa. Tiraria aquele fim de semana para si, arrumar sua casa, suas coisas, esquecer do mundo a seu redor. Recusou todos os convites que recebeu para o fim de semana, para happy hour, confraternizações e afins. Que se dane tudo. Só queria chegar em casa.

Morava sozinha desde que seus pais morreram num fatídico acidente de carro, sua mãe na hora,e seu pai por uma doença decorrente do acidente, digna dos mais célebres e elaborados episódios de House. Nem ela sabia até hoje realmente o que levara seu pai. Só sabia que agora estava só. Bem, não totalmente só, era a caçula de cinco irmãos, mas filha única do segundo casamento de seu pai, que casara com sua mãe após ficar viúvo. Os irmãos brigavam pelos poucos pertences que o pai deixara, e ela se afastara dessa briga, ficando apenas com o pequeno apartamento que agora morava. Gostava dos irmãos, mas não suportava a relação de amor e desprezo que tinham por ela. Ao que parece eles não gostaram da ideia do pai se casar apenas três meses depois da morte da primeira esposa, e acabavam, sem perceber, descontando na irmã mais de vinte anos mais nova.

Quase se casara, alguns anos atrás, mas desistira a tempo. Chegou a preparar tudo para casar, mas percebeu que não era o que queria para si, ia se casar apenas por "medo" de ficar sozinha com um amigo de seu irmão mais novo. Terminara tudo, mas por muito tempo o ex noivo ainda mantinha as esperanças de que fosse apenas um adiamento. Mas para ela era mesmo o fim, mesmo com as constantes investidas dele.

Estava realmente cansada. De tudo e de todos: trabalho, família, ex-noivo, falsos amigos interesseiros... Precisava de novos ares, novas conquistas, conhecer pessoas diferentes. Mas era sempre a mesma coisa quando conhecia alguém, antes de conhecê-la já a julgava por ser bela e simpática. Os homens ficavam interessados, e já jogavam piadinhas, e as mulheres que não faziam o mesmo (tinha horror disso!), ficavam com inveja, julgando-a uma ameaça que ela nunca quis ser.

Ligou o computador para ler seus emails e as notícias do dia. No email lixo e mais lixo. As notícias, cada uma pior que a outra. Ah se pudesse criar um mundo novo! Virar uma personagem de sua própria história, em um mundo isento de cobranças e problemas.

Olhou no alto da página de notícias, o ícone do bate-papo. Iria criar seu próprio personagem no mundo virtual, conhecer pessoas de todos os lugares, encontrar alguém para conversar que não a veria nem se influenciaria por sua aparência antes de conhecê-la de verdade.

E é nesse momento que a história que mudará sua vida começa...

Continua


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Tempo de adeus.

É chegado o tempo de dizer adeus.

Por muito tempo ignorou-se, e esse momento era adiado inutilmente. Os fatos e evidências ocorriam e eram simplesmente ignorados por todos. Mas isso não é momento para tristeza,nem qualquer tipo de alarde. Tampouco é momento para saudosismos. É tempo de pensar que tudo tem seu tempo, não se pode nem se deve lutar contra os desígnios de Deus ou lutar contra nossas próprias escolhas.

O tempo de batalhas, o tempo de porquês já passou há muito tempo, só não foi devidamente percebido, e por não enxergar, se concluiu que o outrora se misturara com o agora e ainda se fez a utopia de solidez e liberdade.

Não existe liberdade para pássaros que optam por viver em gaiolas; quando nascem, vivem fora delas e depois optam por entrar e ficar, mesmo que nessa prisão não existam grades e a porta esteja sempre aberta. Se foi por vontade própria e assim continua sendo, sempre será.

Por isso, decidi não interagir. Já fui além da conta, o suficiente para não serem entendidas minhas palavras, nem as escritas nem as faladas. Hoje, mesmo quando ouço o gorjeio dos pássaros,apenas respiro fundo sorrio e sigo em frente. Nada de passos atrás, por batalhas passadas e já concluídas.

Nada de lutar batalhas alheias, mesmo que me peçam. Cada um tem suas próprias batalhas, e para isso existe o tempo de seguir em frente "só". E esse tempo já chegou há muito, só não se percebeu.

É chegado o tempo do adeus.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Voltando

A priori, quero me desculpar com quem tem o hábito de acompanhar meus escritos semanalmente aqui. Tirei umas semanas de férias de tudo, principalmente para pensar um pouco no que escrevo, no porque escrevo, pensar no próprio ato de pensar e escrever.

Talvez se não fosse pelos meus dois ou três leitores habituais, eu não me forçasse a escrever aqui toda semana, talvez deixasse para escrever apenas quando o tempo permitisse e a vontade viesse. Não vou fazer média, nem bancar uma de "escritor puxa-saco", dizendo que escrevo para os leitores e por causa deles. Escrevo porque preciso, porque as palavras precisam ser ditas, precisam sair de mim, para que eu possa organizá-las.

E esse tempo afastado, me ajudou a por muitas ideias no lugar, inclusive algumas que tinham ficado seriamente abaladas por acontecimentos fora de meu controle, mas que de alguma forma sou co-responsável. Na verdade eu sempre o sou, pelo menos assumo ser, pois é mais fácil lidar com os problemas quando se crê ter participação neles.

E no fim, acho que todos os pensamentos, conclusões e afins, se resumiriam em uma única palavra: Tempo.

Certa vez alguém me disse que tempo era para relógio. Na ocasião quis acreditar nisso, mas é uma ideia bastante mentirosa. O relógio apenas marca o tempo físico que "criamos" para nos nortear, pois o tempo é para tudo e para todos.

Há o tempo de insistir, persistir, lutar por sonhos, ideais, por pessoas que querem ir antes da hora e "contra" outras que insistem em ficar quando deveriam ter partido. Mas há o tempo de deixar.

Deixar que o tempo siga seu rumo, se acomodar um pouco para respirar, para viver a realidade e fazer desta melhor que qualquer sonho. Deixar que o tempo faça sua mágica, leve consigo os passantes e deixe aqueles que devem ficar, mesmo que você não entenda porque uns devem ir e porque outros devem ficar mais tempo.

O tempo é relativo, e na relatividade do tempo devemos seguir, mesmo que às vezes sem entender bem como nem porque. Siga, viva, deixe viver. Sonhe e realize. E nunca desista.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O que passou...

Certas vezes, algumas ocasiões em nossas vidas nos fazem pensar um pouco. Olhamos o passado, o presente, e de alguma forma tentamos enxergar o futuro.

Em uma ocasião dessas, olhei para trás e percebi que eu já não era mais o mesmo. Se mudei em alguns aspectos para melhor, em outros não gosto tanto do que fui me tornando: apto para o mundo de hoje, inapto para o mundo que eu gostaria que existisse.

Nesse momento, me lembro de algo que aprendi nos tempos de escola, nas aulas de histórias sobre o iluminismo, a teoria de um filósofo francês chamado Rosseau. A teoria do bom selvagem.

“A teoria do bom selvagem”, de Jean Jaques Rosseau surgiu em 1755, e diz que o homem por natureza é bom, nasceu livre, mas sua maldade advém da sociedade que em sua presunçosa organização não só permite, mas impõem a servidão, a escravidão, a tirania e inúmeras outras leis que privilegiam as elites dominantes em detrimento dos mais fracos firmando assim a desigualdade entre os homens, enquanto seres que vivem em sociedade. 

Me sinto o bom selvagem, que foi modificado, estragado pela sociedade corrompedora  e vil. Não que me ache uma pessoa má, alguém ruim, sinto ser bom em diversos aspectos, mas se melhorei em algumas coisas com o passar dos anos, em outros aspectos me tornei mais amargo e descrente de melhoras no mundo.

Deixei de lado toda fé que tinha na humanidade como um todo, invertendo a ideia da existência de uma minoria ruim no meio de uma maioria que só quer o bem. Hoje acredito em uma minoria que conhece o caminho certo, que pratica o bem verdadeiramente, em meio a uma imensidão de pessoas que se perdem entre serem más e outras que se deixam influenciar pela maioria. Criei um sentimento de repulsa ao que é ruim, muito maior do que sentimento de compreensão do porquê.

Perdi totalmente a paciência com pessoas que não conhecem a si mesmas, que mudam de opinião conforme a moda, que não procuram entender as ideias que defendem, muito menos entender os argumentos de quem pensa diferente. Não suporto mais quem ora está sorrindo contigo, ora apunhala-te pelas costas.

Perdi a paciência com pessoas que criam preconceitos na desculpa de combatê-los. Pessoas que segregam o que sempre foi unido, mesmo que na base da brincadeira com as diferenças de iguais. Em vez de garantir educação e emprego para todos, criam cotas para separar a sociedade em parcelas distintas de pessoas iguais. E criam cotas e leis segundo tom de pele, gênero e gostos, em vez de simplesmente garantir que todos sejam tratados iguais.

As autoridades, que deviam zelar pelo bem estar do povo ( e que são pagas, e bem pagas para isso) roubam descaradamente enquanto saímos de casa sem saber se conseguiremos voltar, tamanha insegurança. Nossas vidas são constantemente ameaçadas pela violência, crescente e cada dia mais presente em cada passo que damos. Já não olhamos com simpatia para as pessoas que passam por nós na rua, em vez disso olhamos com desconfiança, pois o crime não tem rosto ou vestimenta. Foi-se o tempo da premissa que todos são inocentes até provarem o contrário. Agora todos são culpados, até que provem que são gente de bem.

Felizes são as crianças, que por sua inocência ainda não enxergam o mundo como ele é atualmente. E infelizmente até isso estão querendo tirar das crianças, empurrando ensinamento nas escolas de cartilhas de conteúdo sexual, ensinamentos políticos,exposição constante de músicas e programas cheios de conteúdos eróticos etc.

Mesmo assim, mesmo não sendo o "bom selvagem" paciente e crédulo que eu fora, ainda sonho com dias melhores. Sonhos cada dia mais distantes, que já não acredito que verei, mas quem viver verá, e lembrará de minhas palavras de tristeza pelo hoje, e de saudade pelo ontem, e de dúvida pelo amanhã.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Despedida de um guerreiro

Nobre companheiro de batalhas,

Quantas guerras lutamos juntos? Quantas vezes em meio de diversas infantarias, entramos na luta para combater o bom combate e no fim, poucos além de nós restaram? Perdi a conta companheiro, do número de batalhas, o número de vitórias ou derrotas. Hoje, números já não importam.

É tempo de despedida. Foi-se o tempo das batalhas, das guerras e revoluções que lutávamos até o fim. Foi-se o tempo e só sobraram as cicatrizes de lembrança, e elas devem nos bastar. Apenas elas e nada mais.

Não adianta mais saudosismos, as batalhas agora são outras, as frentes são outras, as razões de lutar também, por isso só nos atrasaria tentar manter velhos hábitos de trincheiras passadas. O mundo evolui, os armamentos também, e nossas velhas trincheiras, e tudo que possa haver nelas são inúteis agora.

É hora de partir, fazer como os antigos navegadores e partir em busca de mares nunca antes navegados. Essa é minha vontade, isso devo fazer, já tenho a nau e tripulação completa para tal, e parto ainda hoje, nobre guerreiro.

Quanto a ti, deves seguir teu caminho, teu rumo, combater o bom combate com tua nova equipe; caso ainda não a tenha, busque e encontrará, és um guerreiro experiente, tua liderança pode levar qualquer equipe à vitória. Batalhar sozinho durante um tempo pode parecer agradável, mas com o tempo o peso das batalhas passa a ser um fardo pesado demais para carregar-se só. Descobri isso já nas primeiras guerras, e a partir daí passei a fazer parte de equipes fiéis a nosso regimento. E tenho orgulho e gratidão por ter feito parte de tua equipe diversas vezes. Pude aprender muito, e as cicatrizes não me deixaram esquecer.

Siga teu rumo, seguirei o meu. Guarde apenas o lema do regimento: "No que sempre foi e no que nunca será. Com a benção de Deus, um bom combate sempre lutar".

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Apenas um texto

O texto de hoje não é uma história, nem uma carta, nem uma bela mensagem com destino ou não. O texto de hoje é apenas um texto. Algumas palavras que servem para desopilar a mente, clareá-la, colocar ideias no lugar de quem escreve.

Para o leitor, poderá parecer chato, ou, quem sabe, haja quem se identifique, mesmo não tendo nenhuma coisa concreta escrita. Hoje o escrever é por simples escrever.

Estou cansado. Cansado de coisas que não deveriam mais existir e existem. Vejo pessoas que passam os anos e não mudaram, continuam com as mesmas atitudes.Fico triste com isso, e nesse momento começo a pensar se eu mesmo não faço o mesmo, se não cometo velhos erros sem que perceba, se não tenho atitudes condizentes com o que sou hoje. Devo fazê-lo sim e tantas vezes que mal consigo lembrar ou relacionar. E é bem provável que tais atitudes errôneas afetem mesmo sem perceber pessoas pessoas a meu redor o de meus círculos. Costumo dizer que o que me tranquiliza diante de certos erros é afetar apenas a mim, mas a partir do momento que, mesmo que ninguém perceba, afeta outrem, é hora de mudar radicalmente. Peço perdão aos "afetados por meus erros", e agradeço quem me chama atenção por esses, mesmo que nem sempre a intenção seja milha melhora, isso me ajuda muito. Então meu obrigado a quem me ajuda, mesmo que sem saber.

Já não tenho tempo para remoer tristezas, medos, preocupações com coisas fora do meu alcance. O tempo passa muito rápido, e decidi que só devo mudar aquilo que posso e me adaptar a algumas circunstâncias que aparecem, mesmo que não sejam as ideais. Se for possível e da vontade de Deus, tais situações seguirão seu caminho: ou tornar-se-ão mais agradáveis, ou desviarão de "meus passos". Meu caminho está nas mãos de Deus.

Tenho uma família, que hoje é composta da parte "de nascença" e da parte herdada pela dádiva de meu casamento. E em cada parte, cada pessoa possui características únicas que torna meu relacionamento com cada uma diferente. Não faço distinção quanto a "procedência" de determinado membro da família; há "parentes herdados" que me "dou" melhor do que com alguns "não-herdados". Hoje é tudo família, sem distinção.

Tenho amigos. Poucos mas de qualidade. São como uma família a parte, há membros que vejo ou falo com mais frequência, outros menos, mas isso não faz eu gostar de um e desgostar de outro. Claro que há afinidades diferentes, e isso faz cada pessoa, conhecedora de meu dia a dia ou simples passante.

E isso é a base de meu zelo, graduado em cada esfera de influência: minha família como um todo, sanguínea, herdada, adquirida por amizade. Isso mantém minhas forças e vontade de viver, seguir  mesmo diante das dificuldades.

Tenho um emprego, se não é o ideal é o suficiente para viver. E sério, me critiquem, no momento isso me basta. Não sinto ter, no momento, tempo para voos maiores, para passos maiores que meus pés podem dar.

Estudo o que gosto, e me agregará algo sem dúvida.

 Posso ter alguns problemas, mas quem não os tem? Pode ser que alguém não goste de mim, que eu desagrade alguém com meu erros e acertos,  mas Cristo, sendo Deus e só fazendo o bem, não conseguiu agradar a todos, quem sou eu para ser mais que Ele? Não sou nada.

Apesar das tempestades da vida, sou feliz: tenho um emprego, pessoas que gostam de mim, uma esposa maravilhosa, comida em minha mesa, tenho saúde... No fim tenho o essencial. E usando as palavras de Mário Quintana: "(...) O essencial faz a vida valer a pena. E, para mim, basta o essencial."

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

As faces do Anjo

O Anjo veio à Terra e por anos aqui ficou antes que se aventurasse em outro mundo.

Um mundo desconhecido para ele e para qualquer um que se aventure a nele entrar. Nesse mundo nem todos são como parecem, alguns se mostram como são, outras não passam de lobos ferozes em pele de cordeirinhos. Outros, diante de tantas dúvidas e o medo por não saber quem ali se encontra, apenas se ocultam em personagens que lhes dê confiança de caminhar sem medo por essas terras devastadas e talvez hostis.

O Anjo entrou neste mundo sem esperar muito. Viu-se diante de uma infinidade de pessoas, algumas estranhas outras insossas. Teve medo de mostrar sua real face e ser reconhecido por algum louco que ali estivesse posteriormente. Poderia se vestir de um personagem, poderia criar a história que quisesse, ter o rosto que quisesse, a forma física que bem entendesse. Era um anjo, e aquele mundo permitia que qualquer um, anjo ou não fosse quem quisesse.

Por medo, preferiu ocultar apenas sua face, sua "casca" como dizem os anjos, até que sentisse segurança suficiente para se mostrar como realmente era. Mas apenas "a casca" ocultara, sua essência, e o que era não conseguiu ocultar por muito tempo, pois assim era seu jeito angelical, baseado em sinceridade, doação, verdade e confiança. E assim foi construindo um pequeno mundo particular junto a quem, mesmo não sendo anjo, compartilhava dos mesmo princípios.

Porém, sentia-se consumir por ocultar sua verdadeira face, mostrando-se com "cascas" que não expressavam o seu verdadeiro ser. Se por um lado temia a reação de quem estava a seu redor diante da revelação, por outro queria muito terminar com esse sofrimento, esperava o que seria o momento certo, o qual nunca chegava, a ocasião nunca acontecia

Passou o tempo, voou longe dali por vezes, e acreditou que não mais precisaria revelar sua real face, o tempo se encarregaria de afastar de si o mundo particular que criara e quem dele fizesse parte. Por mais que voasse, por mais que por vezes quisesse realmente longe ficar, aquele mundo lhe pertence, precisava dele e de tudo que dele fazia parte, da mesma forma que tudo que ali deixara também precisava do Anjo.

Voltou, para ficar. Deixou para trás os erros e acertos de outrora e voltou, para ficar. Desistiu de lutar consigo mesmo, e mostrou sua essência de forma ainda mais pura e livre, sem medos e sem receios. Livrou-se de suas velhas cascas, através das quais tanto se ocultara, e se mostrou como realmente é.

E nesse momento, encontra um bilhete que há muito fora deixado, mas que devido ao peso que carregava nunca alcançara:

"Anjo, fiel escudeiro e companheiro de caminhar. tua essência plena é o que basta para a existência deste lugar. Pouco importa a face que apresentas. Pouco importa a casca que habitas quando na terra. Tua essência plena e livre é que mantém este mundo intacto e invulnerável. Voe até o mais alto céu, e carregue tudo aqui cultivado contigo. Este é teu pouso seguro."

Suas asas, que há tempos ganhara um peso quase mórbido, recuperaram todo seu vigor e novamente sente-se capaz de alçar voos até o mais longe dos céus. E tem a absoluta certeza que seu pouso está garantido no mundo que seu é. Seu e de todos os que ajudaram a construir. Seres que assim como o Anjo, não desistem de lutar.





quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Casamento...

Recebi este texto há muito tempo. Não sei quem é o autor, mas hoje por acaso, o encontrei no meio de tantos arquivos. Que ele possa lhe fazer refletir sobre os pequenos detalhes que tornam nossa vida especial e nem percebemos.

Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.
De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.
Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente  perguntou em voz baixa: "Por quê?"
Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou "você não é homem!" Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouví-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim  a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.
Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.

Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.

No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.
Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.

Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possivel. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus examos no próximo mês e precisava de um ambiente propício para prepar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.

Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.

Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu m uito e achou a idéia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio" ,disse  Jane em tom de gozação.

Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo "O papai está carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio" Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.

No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelheci do nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.

No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.

No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.

Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.

A realidade caiu sobre mim com u ma ponta de remorso... ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração..... Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.

Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na hora de você carregar a mamãe". Para ele, ver seu pai carregando sua mão todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de idéia agora que estava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.

Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunc iando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".

Eu não consegui dirigir para o trabalho.... fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de idéia...Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela "Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar".

Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está com febre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.

A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouví-la chorando compulsiva mente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.

Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi:  "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe".

Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama - morta.
Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando a vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.

Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa, faça pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz!

Se você não dividir isso com alguém, nada vai te acontecer.

Mas se escolher enviar para alguém, talvez salve um casamento.
Muitos fracassados na vida são pessoas que não perceberam que estavam tão perto do sucesso e preferiram desistir..  

quarta-feira, 29 de julho de 2015

O valioso tempo dos maduros

"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro. 

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar
da idade cronológica, são imaturos. 

Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo
de secretário geral do coral.

‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa… 

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, 

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, 

O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial!"


Mário de Andrade


quarta-feira, 22 de julho de 2015

Três

Essa é uma história em três e ao mesmo tempo três em uma.

Seus personagens se misturam em um só sentido em um só sentimento, que a princípio se desconhecia totalmente e só no fim do terceiro ato se "decifrou". Apesar de falar de três, isso se estende a alguns poucos personagens que não serão citados, mas que igualmente parte de tal aprendizado, tal descoberta.

Para um ponto de partida, pode-se escolher aproximadamente uma década atrás. Na época nada se percebia, fora uma situação normal de um elemento novo em meio a velhos conhecidos. Vindo a aproximação, vem em conjunto a simpatia e com o tempo essa simpatia virou zelo e bem querer. Não sabia o que sentia dentro de si, era algo diferente até então, mas ao mesmo tempo não se importa. Estava bem, se sentia bem, era algo que transmitia paz, ao que se dedicava sem sentir. Poderia almejar ir além, mas não o fez, talvez porque assim tinha de ser e foi. Existem situações que não precisam explicação e essa era uma delas. Existem outras inexplicáveis como desentendimentos que trazem a si uma culpa não compreendida, mas assumida pelo bem de tudo. Pelo bem do que não sabia nomear, mas sabia que fazia bem.

E por querer bem, desistiu de tentar corrigir, apenas retornou ao ritmo normal, e como algo forte que já era, retomou seu rumo sem grandes sequelas, e avançou ao tempo até os dias atuais, mesmo com a distância, apoiado em importantes pilares: confiança e respeito.

Oriunda de época próxima, dessa vez veio de um lugar "distante", tal como uma brisa que primeiro sopra agradável para depois ganhar ares de ciclone e abalar as estruturas. Não acreditava no que começava a surgir, ao mesmo tempo tão semelhante e querendo seguir caminho diverso. Antes que pudesse entender o que começava a sentir, ele já era nomeado, e crescia já sob uma alcunha tão imponente de algo que deveras não conhecia, nunca de fato sentia em tal intensidade e velocidade. Se antes deixara crescer despreocupadamente, agora se planejava passos maiores que os pés. Indas e vindas, acertos e desacertos, desencontros e afastamento longo. Da fogueira intensa e incendiária ficou a brasa que aquecia o coração, não o deixando congelar de vez.

Não queria ser mais quem era. Queria ser outro, queria ser como os outros. Mas furtiva e estúpida ideia; fugir de quem era não era solução, e pouco se suporta tal situação. Em vez de melhorar só traz mais dor. Quer afastar-se de tudo, não quer mais buscar, apenas viver devagar, como um dia depois do outro.

Quando menos espera, alguém com quem outrora já conversara e não dera conta de que estava em situação semelhante a sua: desacreditado em dias melhores, mas vivendo. Desconfiados se aproximaram, e aos poucos começaram a alimentar o que sentiam, ainda receosos das marcas até então sofridas, mas esperançosos de cicatrizar dores passadas. Não eram perfeitos, não tentavam ser, nem exigiam que o outro fosse, só queriam estar ali juntos, construindo cada passo de uma vez.

Com o tempo começou a entender o que sentia ali, tão semelhante a tanto que sentira antes, tão diverso, tão complicado e tão simples. Talvez se entendesse o que sentira desde lá o início, poderia ter atitudes diferentes. Provável que não, o entendimento de hoje é fruto de toda maturidade adquirida errando, acertando mesmo que não entendendo, nem sabendo como agir.

Hoje é grato por cada pessoa que se tornou pilar de uma época, base para o aprendizado de algo tão importante. Três faces de um mesmo sentimento, que não se extingue, apenas se transforma em algo cada vez maior, mais simples e mais puro, cada um de um jeito diferente, como diferente são as pessoas, e inúmeras seriam as faces, de inúmeras intensidades e características, se inúmeros fossem os personagens. Somos diferentes. Graças a Deus.


quarta-feira, 15 de julho de 2015

Iris

E eu desistiria da eternidade para tocá-la
Pois sei que você me sente de alguma forma
Você é o mais próximo do paraíso que chegarei
E eu não quero ir para casa agora

Somos eternos e a eternidade nos pertence. O que nos une é eterno como eternos são os dias, eterna são nossas almas. E nessa eternidade de nossa curta existência terrestre, eu sinto cada passo, cada pensamento como se meu fosse. O paraíso nos espera, não estamos nada perto, estamos caminhando e o construindo a cada dia. E o que construirmos será a morada eterna de nossas almas, de nossos sentidos.

E tudo que eu posso sentir é este momento
E tudo que eu posso respirar é sua vida
Porque mais cedo ou mais tarde isso acabará
E eu não quero sentir sua falta esta noite

Cada momento como se fosse único. Assim vivemos assim temos de viver. Reféns do mundo a nossa volta, reféns de nós mesmos e libertos para sermos tudo e nada. O começo e o fim, o alfa e o ômega. Respire fundo, sua vida seus sonhos, seus planos, isso ninguém poderá lhe tirar. O que conquistou é teu, mora em ti e isso não acaba.

E eu não quero que o mundo me veja
Porque não creio que eles entenderiam
Quando tudo estiver destruído
Eu só quero que você saiba quem eu sou

O mundo... Ah! O mundo! Tão cruel e bondoso ele pode ser ao mesmo tempo. O mundo de julgamentos, o mundo de nossas próprias convicções e crenças. O mundo que julgamos ser o certo. O mundo que nos ensinaram ser o certo. O mundo que a nossa volta que não entende o que se passa dentro de nós, que se explica e complica, nos confunde e exalta. Que o mundo venha a baixo se preciso for. Eu sei quem sou. Eu sei quem és. Não esqueci a face de meu pai.

E não dá para lutar contra lágrimas que não vêm
Ou o momento da verdade em suas mentiras
Quando tudo parece como nos filmes
Sim, você sangra apenas para saber que está vivo

E em meio a tudo você chora, confuso, indeciso, inato. Sem lágrimas. O choro é interno, a tristeza sem sentido aparente, mas dentro você sabe porque. Seu consciente esconde mas no fundo você conhece a razão dos sorrisos e lágrimas que ninguém vê. Você sabe cada palavra, verdade escondida em suas mentiras, cada mentira oculta em suas palavras. Nossa vida não é um filme. Não temos roteiro, não temos refilmagem de cenas que não gostamos. É cada dia, cada tempo. E isso também passa, as alegrias e tristezas e você nem sabe mais se está vivo. E no fim o que sentes, dor ou alegria é que prova que você está vivo. Mais que o sangue que corre em tuas veias....


(Música Iris - Goo Goo Dolls)

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Explicar

Nem tudo que se sente é fácil de explicar. Nem tudo que se entende se pode explicar.

Talvez esse seja um grande mal do mundo: explicar o que ninguém consegue entender, querer que outras pessoas entendam e sintam como você. É como tentar explicar a teoria eletromagnética a uma criança que mal sabe ler. Pode ser que um dia ela esteja apta a entender. Mas pode ser que não, pode ser que seu entendimento se desenvolva para área de humanas, biomédica e não para exatas.

Já tentei por muito tempo entender o que não estava a minha alçada, entender o que não me pertencia. Já tentei ser como os outros, tentei agir como os outros, tentei ver o mundo e sentir o mundo como os outros. Sempre que tentei ser diferente, sentir diferente, pensar diferente, entender diferente, me decepcionei, principalmente comigo mesmo. Foram passos de um aprendizado, que continua diariamente.

Falta-nos muito aceitação. Não do tipo "aceitar a situação e não lutar por algo melhor", mas aceitação da forma que se a mudança não vem de nós, não adianta sofrer pelos passos que os outros não dão, pelo simples fato que somos seres únicos e por isso não sabemos o que impede os passos alheios ou o que faz tais passos serem diversos dos teus próprios.

E nessa obsessão de tentar explicar-se, de tentar entender o mundo, de entender as pessoas, de tentar seguir as tendencias, esquecemos do principal: aprender a conviver com as diferenças, que são inúmeras. Diferenças de opinião, diferença de pensamentos, de "estilos", de religião, de gostos. E sem essa convivência realista, esse entendimento realista de nossas diferenças, afundamos em um mundo em que tudo passa a ser preconceito, em que tudo deixa de ser natural do indivíduo para ser uma imposição do senso-comum. E passamos cada dia um pouco mais a viver uma liberdade censurada, uma liberdade tolhida, em que quem se diz minoria se sente ofendido mesmo quando nenhuma ofensa existe, e quem não se sente oprimido acaba sendo ofendido sem direito a defesa.

Mais do que entender o próximo, tenho buscado sempre respeitar as diferenças de opinião, de gostos, de caminhos seguidos, passos dados ou não. Cada um sabe o que se passa consigo e cobrar ou exigir determinada atitude não cabe a mim. Tampouco, hoje, limito minhas ações ou atitudes pensando no que "os outros vão pensar". Certo ou errado, ajo conforme minha consciência errante e meus princípios. Cada um que me conhece me vê e entende de uma maneira diferente, porque são pessoas diferentes, com pensamentos diferentes e visões diferentes. Há pessoas que uma palavra basta para que entenda, outras apenas um olhar, enquanto outras nem com milhares de palavras seria capaz de entender. Por que isso acontece? Porque existem coisas que não são para serem explicadas, e sim para serem vividas. Por que? Como? Não sei. Apenas é. Apenas são. Inclusive essa afirmação.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Polêmicas sobre uniões homoafetivas...

Na última sexta-feira (26/6/2015) viu-se uma enxurrada de manifestações nas redes sociais, após a aprovação do casamento homossexual nos EUA. Favoráveis e "modistas" colorirão suas fotos de perfil, enquanto os não-favoráveis e alguns que não estavam nem aí, colocaram sua opinião a respeito. No fim algumas reclamações de ambas as partes. Eu fui um dos que critiquei, não os apoiadores, mas alguns "modistas" que sei que mudam de opinião conforme a tendencia, para parecer "politicamente correto", para não diferir de uma maioria.

Hoje estou escrevendo para deixar minha opinião a respeito e sei que serei taxado de todos os títulos existentes de preconceito. Mas antes de me julgar, peço que leia os argumentos, mesmo que difira da tua opinião, mesmo que creias ter argumentos melhores que o meu. Respeito quem pensa diferente, e quero que minha opinião seja respeitada.

Começarei sendo extremamente polêmico, com uma única frase, depois explicarei cada parte dela:
Eu tenho orgulho de ser um homem de pele clara,católico e heterossexual.

Pronto em uma só frase posso ser acusado de machista por ter orgulho de ser homem, de "racista" pela afirmação da cor de pele, de intolerante religioso por declarar minha religião e de "homofóbico" por me orgulhar de ser heterossexual.

Porém é o que ouvimos sempre das pessoas que dizem sofrer preconceitos. Elas dizem ter orgulho de ser negro, pardo, índio, de ser mulher, de ser de determinada religião, fazem marcha do "orgulho gay". Acho bom, acho válido e muito importante a pessoa ter orgulho do que é, de suas escolhas de suas convicções. Mas é preciso respeitar as diferenças para o outro lado também, pensar que só porque o outro não tem as mesmas opiniões, mesmo gosto, mesma opção sexual que você, por essa pessoa não ser do seu gênero ou da mesma "cor" que você, só porque ela é diferente não quer dizer que ela seja preconceituosa, não quer dizer que ela seja contra você ou o que você quer representar. Igualdade de direitos não quer dizer que todos tem que ser iguais ou que um grupo por se sentir menosprezado ou ser "minoria" precisa ter vantagens. Criar vantagens, regras para um grupo é desfazer a igualdade e começar a criar mais segregações. É difícil desfazer as diferenças que se criou com os anos? Sim é, mas não é criando mais diferenças que vamos resolver o problema. Por que criar cotas se somos todos iguais? Não é criando novas diferenças que vamos resolver as antigas.

Assim como não é dizendo para meninos e meninas que, mesmo fisicamente diferente, eles são iguais em "gênero" que se resolve preconceitos com opção sexual. Para que isso? Quem apoia essas cartilhas e orientações de "teorias ou teologias" de gênero, afirma que a pessoa já nasce homossexual. Se assim é, por que não deixar nossas crianças serem crianças, criar meninos como meninos, meninas como meninas e quando for o momento que sigam seus caminhos? Para que afrontarem casais, profanarem objetos religiosos em suas manifestações? Assim que pregam igualdade, se afrontam quem difere de sua opinião? Passou da hora de termos mais orgulho de sermos seres humanos, de sermos todos iguais e de nos tratarmos com respeito, respeitando as diferenças para sermos respeitados.

Pensamos diferente, temos opiniões diferentes, e eu não poderia terminar o texto de hoje sem dar a minha opinião: Sou contra o casamento homossexual.

Sim, sou contra, não apenas porque minha religião é contra, mas pelo próprio significado do casamento para mim. Para começar, considero o casamento civil mera formalidade burocrática, tanto que considero a data do meu casamento a data do casamento religioso. Visão minha, opinião minha, então do ponto de vista religioso nunca poderia haver uma casamento homo afetivo.

Uniões civis estão corretíssimas. Se duas pessoas estão juntas, dividem uma vida, nada mais justo que garantir os direitos aplicáveis a tal situação.

Mas casamento é diferente, é mais que assinar um papel e estar juntos, é formar uma família, e por escolha ou vontade divina ter ou não filhos dessa união homem-mulher, não corporal simplesmente, mas de almas. Adoção é válido, claro, podem adotar e em certos casos cuidar muito melhor que muitos casais héteros. Sim concordo, mas mesmo assim sempre dependerão de um homem e uma mulher para que essa vida seja gerada, mesmo se quiserem fazer fertilização (algo que sou tão contra quanto), precisarão de doação ou de um homem ou de uma mulher para tal.

Posso ser criticado por minhas opiniões, mas é preciso respeitar, mesmo que discorde. Por isso, caso discorde de alguma coisa, peço que deixe mais do que sua simples opinião e sim seus argumentos.

Somos todos iguais e todos temos nossas diferenças de opiniões. Mas todos somos seres humanos e devemos ser tratados com tal, sem ônus ou bônus de qualquer tipo, seja pela condição econômica, tom de pele, opção sexual ou religiosa. Seja pelo motivo que for, temos que ter orgulho de estarmos vivos e de nos respeitarmos uns aos outros, independente de nossas opiniões. Sempre.